tag:blogger.com,1999:blog-108656762024-03-07T16:17:26.086-03:00!!! THE FLAME JOB !!!Burn baby, burn...Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.comBlogger94125tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-19041504831306489512012-04-02T19:29:00.000-03:002012-04-02T19:29:13.304-03:00JESUS!!!Presente pro meu amigo Lips!<br />
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<a href="http://www.flickr.com/photos/fabiokalunga/6283136362/" title="C360_2011-10-2609-40-51.jpg por Fabio Martins76, no Flickr"><img src="http://farm7.staticflickr.com/6046/6283136362_b7e20fa5fc.jpg" width="500" height="281" alt="C360_2011-10-2609-40-51.jpg"></a><br />
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Baixa <a href="http://www.4shared.com/rar/kKgSZFfP/The_Jesus_and_Mary_Chain.html">AQUI</a>!<br />
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O DVD com clipes e ao vivo tenho que fazer um torrent... Aguarde!Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-85410474621797458852012-04-01T18:02:00.001-03:002012-04-01T18:03:15.373-03:00Åstrgøth Mtrgtrprqğ - Det verste sang av universet (1991-EP)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlqZrHDWJZ6MrdPVd11k8wdRCBK5eQarAMgPu-K4JBCwJTEvP4iJpI2vS0vLCRAJyB0HoeEtOI-OgA4ktohe8gZLe9DCsSEaq4iGWzxuZiIyHldNoAvKEfG9t0dweOvYh0VPZE/s1600/Cover+art.jpeg" imageanchor="1" style=""><img border="0" height="400" width="398" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlqZrHDWJZ6MrdPVd11k8wdRCBK5eQarAMgPu-K4JBCwJTEvP4iJpI2vS0vLCRAJyB0HoeEtOI-OgA4ktohe8gZLe9DCsSEaq4iGWzxuZiIyHldNoAvKEfG9t0dweOvYh0VPZE/s400/Cover+art.jpeg" /></a></div><br />
Baixe aqui o raríssimo EP de 1991 da banda de black metal norueguesa Åstrgøth Mtrgtrprqğ:<br />
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<a href="http://www.4shared.com/rar/JQIwSQtx/strgth_Mtrgtrprqg_-_Det_verste.html">Åstrgøth Mtrgtrprqğ - Det verste sang av universet (1991-EP)</a>Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-41050409155961802692009-08-11T11:38:00.003-03:002009-08-11T11:47:35.245-03:00THE FLAME JOB 2.0<a href="http://www.motorsportscenter.com/uploads/lores_blk_flames.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 704px; height: 469px;" src="http://www.motorsportscenter.com/uploads/lores_blk_flames.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><br />Como tudo nesta vida, há momentos de renovação. Este blogg vai pro brejo e dá lugar ao <a href="http://theflamejob.wordpress.com/">THE FLAME JOB 2.0</a><br /><br />Mais atualizações e compartilhamento de opiniões com um grupo seleto de amigos. Conto com suas presenças!<br /><br />VALEU!Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-1044730687323297322009-04-23T08:18:00.005-03:002009-04-23T10:34:18.339-03:00O Rio Assoreado da Internet<img src=" http://ciadeorquestracaocenica.zip.net/images/twitter.jpg"> <br /><br />A febre do Twitter finalmente está batendo no Brasil. Agora é extremamente demodé perder seu tempo postando em bloggs comuns. O grande lance é se ater aos 160 caracteres máximos permitidos e ter milhares de "seguidores" de seus recadinhos. Mais um instrumento de socialização virtual (mais fantástico ainda para o marketing viral e como fonte de informação superficial e instantânea para o jornalismo) que se propaga tal qual um vírus incontrolável. E, mais uma vez, tenho a sensação de que quanto mais conteúdo você tem disponível ao clique de um mouse, menos gente quer perder seu tempo se aprofundando nesta mesma busca pelo conteúdo. As pessoas têm menos a dizer em seus espaços virtuais. Portanto, veio alguém e disponibilizou um site onde você não precisa se aprofundar em nada com seus "textos". Por isso que este blogg aqui onde escrevo pode estar "fora de linha" daqui uns dois anos, no máximo - já o está para os hipsters de plantão, é bom salientar. <br /><br />Coisa parecida rola com a forma de buscar música na internet. Foi decretado recentemente que programas como E-mule e Soulseek estão "out". A onda de uns tempos pra cá são os bloggs de downloads. Realmente é mais fácil você clicar no link, baixar o disco e pronto, ao invés de esperar o dono de tal disco se conectar ou depender do humor de vários usuários ao mesmo tempo. Mas em bloggs não dá para baixar vários discos de uma vez (se forem hospedados em servidores diferentes, rola). Tudo bem, ao menos você economiza seu tempo de pesquisa sem perder longos minutos lendo texto, pois raramente estes bloggs disponibilizam mais informações sobre o que você está baixando do que tags ao fim de cada post. Pois é: "economiza seu tempo de pesquisa". Uma das coisas mais fantásticas da internet é a sua teia ("web") de informações interconectadas, onde você vai pesquisando e encontrado novos conteúdos infinitamente. Mas estão querendo "facilitar sua vida" oferecendo menos obstáculos para que uma informação específica esteja diretamente ao seu alcance. A tendência é estes programas tipo Emule caírem em desuso. Eu mesmo não estou conseguindo mais encontrar tanto som obscuro no Soulseek como antes.<br /><br /><img src=" http://www.baixaki.com.br/imagens/shots1/soulseek_b.jpg"> <br /><i>Meu programa preferido para downloads está com os dias contatos?</i><br /><br />No caso específico da música, dissemina-se nestes bloggs a novidade/hype quase sempre, salvo os óbvios clássicos já manjados. É muito difícil encontrar o que era alternativo datado de pelo menos 10 anos pra trás. E li recentemente que - pasmem! - a taxa de downloads de música na Europa e nos EUA <b>caiu</b> pela primeira vez na história em 2008. O que aumentou foram os streamings - leia-se: rádios virtuais e adjacentes, onde ninguém salva nada no computador. São canais que "pesquisam" para você, encurtando novamente seu tempo perdido com isso sem ter de ocupar seu HD com músicas que você esquecerá após 30 segundos de audição. Parece que quanto maior o conteúdo disponível na internet, mais segmentados estão se tornando os canais mais acessados. Estão criando um <i>mainstream</i> no único meio de comunicação de massa verdadeiramente bilateral (multilateral, eu diria) que o ser humano possui e as pessoas nem estão percebendo isso. A conseqüência disto é que as massas parecem consumir informação com mais superficialidade do que em outros tempos, ainda mais se levarmos em conta a relação proporcional ao conteúdo disponível. <br /><br />Entenda-se como <i>mainstream</i> o universo unilateral onde a cultura de massas se desenvolveu na era pré-internet. O que as massas consumiam era decidido por grandes corporações que determinavam o que era exibido em rádios, televisão, cinema, etc, financiando um sistema viciado em fórmulas pré-estabelecidas, e excludente em relação ao que fugisse do lugar-comum. A internet, teoricamente, veio para acabar com este sistema, vide a falência da indústria fonográfica dominante de outrora. Agora você escolhe o que vai ver e ouvir. As tais gravadoras falidas tentam coibir isso com processos judiciais e taxando os internautas como criminosos. Burras. Nem se dão conta de que estão fortalecendo os criadores destas mesmas ferramentas de distribuição e escolha de conteúdo pela internet que tanto combatem. Mudam os meios, mas as práticas parecem ser as mesmas. Por conta disso, gerações atuais consomem mais volume de conteúdo que antes, porém com maior segmentação. E nem se dão conta de que estão sendo induzidas a freqüentar determinados caminhos pré-estabelecidos, deixando de lado todo o potencial de informação que a internet lhes propicia.<br /><br />Espertos são aqueles que ganham dinheiro criando estas ferramentas virtuais. Isto toma proporções mais heróicas ao nos darmos conta de que tais ferramentas são de utilização gratuita. Sábios são aqueles que se beneficiam diretamente com estas mesmas ferramentas sem utilizá-las de forma tão somente para a auto-promoção junto aos seus 175.888 "amigos virtuais". Entendo sim como benefício a ampla gama de conseguir conteúdo na web, baixar músicas específicas de forma mais facilitada, de poder usar as citadas ferramentas gratuitas para o uso profissional e de relacionamento saudável com as pessoas. Ingênuos talvez sejam aqueles que já cresceram tendo a internet em casa como algo tão banal quanto uma TV Globo na sua sala, e que expõem sem critério algum suas vidas em perfis virtuais, baixam muita música somente de determinados canais segmentados e que pouco ou nada fazem para ampliar o conhecimento sobre o mundo em que vivem além de uns cliques no wikipedia. Parece que temos um Rio Amazonas de informação com incontáveis afluentes abastecendo o seu percurso a partir da tela do computador. Porém, cada vez mais gente prefere - ou nem sabe como fazer diferente - nadar neste mesmo rio gigantesco com a água na canela, usufruindo apenas de uma profundidade rasa e assoreada, lotada de bancos de areia surgindo como atalhos para não cansar muito de bater os braços e as pernas.Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-61360032296819785632009-03-03T16:08:00.020-03:002009-03-11T12:00:18.760-03:00Start 2009Mal o ano começou e já tem muita coisa boa rolando no terreno musical. Alguns sons aí foram lançados no fim de 2008, mas valem ser citados. Eis aqui uma seleção do que anda fazendo minha cabeça no momento:<br /><br /><img src=" http://www.crushermagazine.com/images/features2_07/revco_ministry/Revolting%20Cocks%20Promo%201%20by%20ROBERT%20PADILLA.jpg "> <br /><br /><strong>Revolting Cocks</strong><br /><br /><img src=" http://www.musicnonstop.co.uk/product-picture/af17b-revolting%20cocks%20-%20sex-o%20olympic-o%20200.jpg " align="left"> Axl Rose deveria ter dado uma ouvidinha neste disco antes de lançar o "Chinese Democracy" e sua truncada mistura de hard rock com música eletrônica. Comparação um tanto quanto maluca, mas é por aí mesmo: quer um disco de industrial com pegada totalmente rock and roll, sexista e escrota? Então esqueca do sonho megalômalo do cara do Guns'n'Roses e caia dentro na onda destes aloprados do <b><a href="http://www.thirteenthplanet.com/revoltingcocks/">Revolting Cocks</a></b>. O que antes era um projeto paralelo de <strong>Al Jourgensen </strong>(<strong>Ministry</strong>), <strong>Luck Van Acker </strong>(<strong>Mussolini Headkick</strong>) e <strong>Richard 23 </strong>(<strong>Front 242</strong>) criado em 1985 e que sempre contou com uma penca de convidados a cada lançamento, agora parece ser a banda principal de Jourgensen após o fim do Ministry. E seus novos companheiros fixos (além do tradicional entra-e-sai de convidados) de esbórnia <em>cyberpunk-hard-rock-industrial-disco-dance </em> Josh Bradford (vocais), Sin Quirin (guitarra)e Clayton Worbeck (programações) cometeram um discaço agora em 2009. "Sex-O-Olympic-O" facilmente se coloca entre os melhores lançamentos com a marca de Jourgensen (inclua aí os discos e EPs do Lard e do Pailhead e também os clássicos do Ministry) e possivelmente também como o melhor disco do RevCo. A fórmula disco-industrial sacana dos álbuns lançados nos anos 80 e 90 ficou pra trás, mantendo-se somente o clima de tiração de sarro de outrora. Senão, o que dizer de faixas com nomes como "I'm Not Gay", "Touch Screen" (eles certamente não estão falando de um iPhone...) e "Lewd Ferrigno" (sim, uma corruptela com o nome daquele <a href="http://www.louferrigno.com/proddetail.asp?prod=Tshirt-Vintage">ator gigante que fazia o Incrível Hulk da TV</a>) se não uma gozação atrás da outra? Eles ainda pegam pesado nas guitarras roqueiras e refrões memoráveis, daqueles pra cantar numa festa com todo mundo chapado babando cerveja. Manja a versão do <strong>T-Rex </strong>que o Ministry gravou em "Cover Up"? É nesta onda! Entre os destaques, temos o peso travadão de "Keys To The City", o refrão totalmente glam de "Cousins", o riff hard rock sujão de "Red Parrot" e seu refrão sleaze pra caralho, com direito até uma gaita e pianinho meio Little Richard no fundo. Mas, na boa, o disco inteiro é foda! Nesta onda de misturar putaria com rock and roll, hard, metal e industrial eu não conheço ninguém que ouse nesta mistura além do RevCo. Portanto, <a href="http://rapidshare.com/files/135098320/Revolting_Cocks_-_Sex-O_Olympic-O-2008.rar">baixa essa porra!</a><br /><br /><img src=" http://i456.photobucket.com/albums/qq290/fuckinghateyou630/combichrist.jpg"> <br /><br /><img src=" http://www.musicnonstop.co.uk/product-picture/41a56-combichrist%20-%20today%20we%20are%20all%20demons%20200.jpg " align="left"> O <em>simpatico </em> figura da foto acima é o responsável pela banda de EBM (electronic body music) mais fodona da atualidade. Verdadeira febre entre góticos e cyberpunks, o <strong><a href="http://www.myspace.com/combichrist">Combichrist </a></strong>surgiu como um projeto paralelo de <strong>Andy LaPlegua</strong>, então vocalista do <strong>Icon of Coil</strong>, um dos grandes nomes do futurepop ao lado de Apoptygma Berzerk e Covenant. Ao invés de melodias neo trance e batidas dançantes estilo rave típicos do futurepop, o pesadelo cibernético do Combichrist parece ter se tornado muito maior do que a então banda principal de Andy, que inclusive deixou o Icon of Coil na geladeira por tempo indeterminado. "<strong>Today We Are All Demons</strong>" surge como um típico disco do Combichrist: batidas eletrônicas retas e pesadas soando como um martelo batendo numa bigorna, BPM invariavelmente mais travado (raramente passa dos 125), vocais agressivos e aquele clima perfeito para ilustrar as cenas de pancadaria de um filme como "O Clube da Luta". Ou seja: sem aquela frescurada neo gótica melodiosa que tem assolado a EBM nos últimos anos. <br /><br /><object width="480" height="295"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/JeqGbylSSkk&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/JeqGbylSSkk&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="295"></embed></object><br /><i>Videoclipe oficial de "Sent To Destroy"</i><br /><br />O disco em questão exibe pedradas animalescas com refrões prontos para o grito de guerra nas pistas de dança mais obscuras do planeta. "All Pain Is Gone", "I Want Your Blood", "Can't Change The Beat" (esta, com influência certeira de Front 242 fase "Tyrrany For You"), "Sent To Destroy" (o primeiro single, destoando por ser um pouco mais acelerada) e "Get Out Of My Head" se candidatam prontamente a novos hinos ao lado das já mega-clássicas "Get Your Body Beat", "<a href="http://www.youtube.com/watch?v=oFSeXnafJjI&feature=related">This Shit Will Fuck You Up</a>", "Electroheads" e "Sex, Drogen & Industrial". Longe de sua fórmula demonstrar sinais de desgaste, o Combichrist deixa seus adversários lá pra trás, jogando influências de techno e fazendo referência à EBM clássica a todo momento sem soar datado. <a href="http://musikfactory.blogspot.com/search/label/Combichrist">Alguns downloads por aí </a> inclusive vêm com um disco-bônus inteiro de faixas instrumentais com uma pegada techno/minimal de primeira, o que reforça o lado evolutivo da banda. Esqueça os rótulos de <em>TBM </em>(terror body music) ou <em>hellectro</em>: o Combichrist está muito acima desta galera que acha que é só colocar um batidão dark trance ao fundo com um mané gritando coisas sem qualquer rastro de melodia ou refrão e achar que vai apavorar por aí. <br /><br /><img src=" http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/thumb/f/f3/Kmfdm-blitz.jpg/200px-Kmfdm-blitz.jpg " align="left"> Caramba, mais uma resenha do <a href="http://www.myspace.com/apoptygmaberzerk"><a href="http://www.myspace.com/officialkmfdm">KMFDM </a></a>neste blogg? Prometi a mim mesmo que não cairia na repetição, e por isso traço breves comentários: "Blitz" é um discaço! Começa com um supreendente batidão drum'n'bass ("Symbol") pra depois cair na pancadaria movida a riffs de guitarra, passa pelo beat travado do EBM com os vocais cada vez mais presentes da gatíssima Lucia Cifarelli ("Bait and Switch", "Never Say Never"), e acaba revelando mais um possível hit grudento da banda em sua fase mais recente ("Strut", pop pra caralho no refrão, com Lucia dominando tudo de vez, fazendo time com as já clássicas "Proffessional Killer", "Looking For Strange" e "From Here On Out"). <a href="http://thepiratebay.org/torrent/4738875/KMFDM-Blitz-(Advance)-2009-FNT">Vai fundo </a>que é tiro certo mais uma vez!<br /><br /><img src=" http://www.musicnonstop.co.uk/product-picture/afb5b-apoptygma%20berzerk%20-%20rocket%20science%20200.jpg" align="left"> Poucas bandas quando promovem mudanças radicais na sonoridade que as consagraram alcançam êxitos maiores ou equivalentes tanto para os fãs quanto comercialmente. Este parece ser o caso do <strong>Apoptygma Berzerk</strong>, que saiu do típico futurepop ao qual eram tão comumente associados e mergulharam num mix de synthpop com bateria e guitarras de verdade e muita, mas muita melodia grudenta no disco "You And Me Against The World". É fato que os caras exageraram um tanto na sacarose naquele disco, mas mantêm-se firmes e fortes nesta nova fase, conquistando novos fãs a todo momento e vendendo muito mais. Dito isso, "<a href="http://rapidshare.com/files/188032177/Apoptygma_Berzerk_-_2009_-_Rocket_Science_-_by_Aragorn_-_MusikFactory.rar">Rocket Science</a>" evolui nesta fórmula e apresenta faixas excelentes como "Weight Of World" (bem synthpop), "Asleep or Awake" (bem goth rock), "Green Queen" (bem rock) "Incompatible" (bem dark) e "Shadow" (bem... Depeche Mode!), todas boas pa cantar junto. Já nas demais, cuidado: franjas emo podem simpatizar com a banda e aí fudeu... <br /><br /><strong>Electro-rock-e-outras-esquisitices</strong><br /><br /><a href="http://prodigy.ucoz.ru/_nw/0/96835.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 480px; height: 359px;" src="http://prodigy.ucoz.ru/_nw/0/96835.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drm100/m192/m19235b223h.jpg" align="left"> Os bons tempos de "Smack My Bitch Up" e "Poison" estão de volta? Não sei bem ao certo... A verdade é que o tão aguardado novo disco do <a href="http://www.myspace.com/theprodigy">Prodigy</a>, "Invaders Must Die", aposta nas glórias já conquistadas em mega-clássicos como "The Prodigy Experience", "Music For Jilted Generation" e "Fat Of The Land" (um dos discos que mais ouvi na vida) e lança mão de clichê atrás de clichê do que se espera do combo liderado por Liam Howlett. Ele inclusive chamou de volta o rastafari dos infernos (Maxim) e o Bozo-malaco-pilhado (Keith Flint) para não ter erro: é aquele breakbeat hardcore com pegada roqueira, visceral pra caralho, do tipo que incita uma pancadaria na pista de dança, toneladas de programações sujas e muita palavra de ordem para gritar junto. Me transportei para 1998! Porra, mexer com nostalgia é foda, ainda mais para uma época que, para mim pelo menos, foi <b>muito</b> marcante pra minha vida. Mas depois de botar <em><strong><a href="http://rapidshare.com/files/197750260/TP09_-_Mata_Os_Gringo__-_by_Aragorn_-_MusikFactory.rar">Take Me To The Hospital </a></strong></em> no talo, foda-se o resto: meu sangue ferveu nas veias! Só que nada tira da minha mente que o Prodigy virou os Stones da música eletrônica, deixando de tentar reinventar a roda e lançando discos que, daqui pra frente, vão somente remeter aos tempos áureos. <br /><br /><img src=" http://www.inertia-music.com/files/images/GOMMA115CD%20-%20Golden%20Bug%20-%20Hot%20Robot_cover_200.jpg" align="left"> Ano passado eu quase não ouvi rock. Meu cérebro parece ter sido formatado tal qual o HD de um robô em curto-circuito. Não nego minha total predileção por este universo musical em particular, mas a verdade é que, pelo menos para meu gosto pessoal, o ano de 2008 foi excepcionalmente bom na música eletrônica. E particularmente mergulhei fundo no som de bandas de electro-rock, maximal e neo-synthpop de gente como The Presets, The Whip, The Faint, Friendly Fires, entre muitos outros que, por falta de tempo e de fôlego, não resenhei por aqui, mas que sobre estes você pode ler fartamente em bloggs indies diversos por aí. Entre um dos destaques saídos do forno no finzinho de 2008 está o ótimo disco "Hot Robot", do <a href="http://www.myspace.com/goldenbug">Golden Bug</a>. Electro-rock, breaks, neo-disco, electro e muito groove com BPMs médios (entre 120 e 130), bom para sacudir qualquer festinha bacana. Um dos melhores discos do gênero dos últimos anos e pouco ou nada hypado por aí.<br /><br /><a href="http://img141.imageshack.us/img141/4586/mstrkrftyu5.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 500px; height: 330px;" src="http://img141.imageshack.us/img141/4586/mstrkrftyu5.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><i>Amigos do Jason: MSTRKRFT</i><br /><br />É impressionante como todo equalquer artista da música eletrônica vindo da França paga pedágio ao Daft Punk! A sonoridade que mescla electro do fim dos 70' e começo dos 80', grooves robóticos, climas vintage, vocoders e BPM moderado ecoa em praticamente todas as produções vindas da terra da baguete e do roquenford. Este é o caso do <a href="http://www.myspace.com/yuksek">Yuksek</a>, que lançou o ótimo "Away From The Sea" no começo deste ano. Um tanto quanto mais pop, é verdade, mas igualmente irresistível o som deste moleque francês. Agora, se você curte uma pedrada maximal lotada de barulhinhos que parecem ter vindo de um Atari dando pau, "Mad Kit", novo álbum do <a href="http://www.myspace.com/datpolitics">DAT Politics </a>é a sua trilha sonora! E tome aqueles sintetizadores rasgados, quase como som de guitarra, acompanhando uma batida seca e pesada, tudo isso com muitos barulhinhos eletrônicos malucos acompanhando. Coisa para robô dar pau na pista de dança - divertido pra caramba! Tão divertido quanto carregado em aura hype é o que você sempre pode esperar do som do <a href="http://www.myspace.com/mstrkrft">MSTRKRFT</a>. Eles sim fazem os sintetizadores rugir como guitarras raivosas, são meio que os pais desta mistura maximalista da música eletrônica nem um pouco afeita a sutilezas e ainda jogam nela climinhas de seriado de TV americano dos anos 70/80 (tipo "Os Gatões", "Duro Na Queda" ou "o Incrível Hulk"). O disco novo, "Fist of God", vai fundo na repetição desta fórmula que os consagrou, e já demonstra sinais de cansaço. Óbvio que sobra diversão numa pista de dança ao som da músicas novas. Mas, tanta badalação em cima de algo que eles próprios ajudaram a criar e massificar - a junção do universo indie com a música eletrônica como algo viável para uma dancefloor, parece ter minado a vontade de inovar destes caras. Divertido, mas com gosto de requentado.<br /><br /><img src=" http://mclub.com.ua/images/alb/cover26303_94449.jpg" align="left"> Se é para requentar, que o faça bem feito! É o caso do <a href="http://www.wearestandard.net/standard.html">We Are Standard</a>, que lançou o disco homônimo no fim do ano passado, emulando o som que o Franz Ferdinand (e um tantinho também de LCD Soundsysntem) hypou ao mundo. Só que estes caras pegaram a fórmula prontinha (até refrões de parecem) e o fizeram de maneira mais divertida, eletrônica e dançante. Algo que parece ter sido a intenção do próprio Franz Ferdinand com o excelente "Tonight...", mas que eles acabaram mantendo um dos pés no chão antes de assumirem a balada-bombação de pista de dança de vez. Na boa, músicas fantásticas como "Bye Bye", "The First Girl Whow Got a Kiss Wthout a Kiss" (esta lembra as melhores músicas do ótimo VHS or Beta), "Don't Give Up" (com ótimo groove de baixo e percussão e um refrão leve e divertido que fica na mente por dias), "Other Lips, Other Kisses"... na verdade, teria de enumerar todas as faixas. É um daqueles cada vez mais raros álbuns bons do início ao fim, com oito faixas (mais um remix), enxuto e divertido pra cacete, tal qual devem ser os bons discos de música pop.<br /><br /><img src=" http://assets.mog.com/amg/pop/cov200/drl700/l793/l79345xtnhs.jpg" align="left"> Para finalizar, uma banda indie esquisitona: <a href="http://www.myspace.com/mtsims">Mt. Sims</a>. Imagine o encontro das vozes de Lux Interior (The Cramps) e Nick Cave com o espectro soturno do Joy Division e uns climinhas noir produzidos por algum sintetizador vagabundo. O disco "Happy Ever After" é surpreendente, capaz de agradar góticos, electro-rockers, rockabillies e indies afeitos a estranhezas afins. Ótimo para ouvir numa garagem lotada de goteiras e morcegos no teto, bebendo vinho barato e, de preferência, sem este calor absurdo que anda fazendo nestes dias de março. Bom pra preparar o clima da sexta-feira 13 que se aproxima...<br /><br />Se quer conferir estes sons electro-rock-e-não-sei-mais-o-quê, vá direto <a href="http://luisxarope.wordpress.com/">à fonte do Kalunga</a>!Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-43936250787576222782009-02-04T11:18:00.007-02:002009-02-04T11:58:10.572-02:00Boa Viagem<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqnQgjRQfcOF90AWLR3p_zhKcoLt61K-m5DgyQlDNsKpoyomBF0bxaGiX5J1I_ks-PRLnLIW8rSSww0DR-NLi-Ok0xoFJalCnecDAafZOAmMvF93EIDeN239G4882Zck8MV_Ah/s1600-h/pickup.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqnQgjRQfcOF90AWLR3p_zhKcoLt61K-m5DgyQlDNsKpoyomBF0bxaGiX5J1I_ks-PRLnLIW8rSSww0DR-NLi-Ok0xoFJalCnecDAafZOAmMvF93EIDeN239G4882Zck8MV_Ah/s320/pickup.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298939375543000434" /></a><br /><i>foto by Kalunga</i><br /><br />Eu sou da teoria de que a música eletrônica produzida para as pistas de dança - a <i>dance music</i> propriamente dita - deva ser reproduzida para as massas ao vivo em ambiente propício: numa pista de dança, seja ela um inferninho apertado com um globo girando, seja ela uma arena gigantesca com mil luzes e telões que produzam efeito entorpecente à mente para que esta deixe o corpo embarcar na <i>viagem</i>. Tais momentos não são feitos para refletir ou contemplar algo num palco, acredito eu. Por isso penso que a maior besteira do mundo que produtores de grandes eventos vez ou outra cometem é postar DJs em palcos enormes como se fossem uma banda. Eu já exprimi este ponto de vista em 2004 <a href="http://digitalnonsense.blogspot.com/2004/10/aos-interessados.html">em outro blogg meu </a>e minha opinião não mudou. A forma de comunicação de um DJ com seu público é completamente diferente de uma banda de rock, por exemplo. Ou o cara vai solar numa pick up de vinil ou agitar a galera falando ao microfone?<br /><br />Dito isso, resolvi postar aqui alguns videoclipes de verdadeiros artesões do ritmo eletrônico dançante. Estes caras revolucionaram não só a música eletrônica, mas também transformaram seus videos em pequenas obras-primas audiovisuais. Como não há o formato tradicional da música pop a ser explorado (letras, refrão, solos, etc.), a criatividade é utilizada de forma extrema para contar suas histórias. Aproveite a viagem!<br /><br /><strong>The Chemical Brothers - "Believe"</strong><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/c_IkUysQASQ&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/c_IkUysQASQ&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />*A música, um electrão fodaço, dá o clima tenso necessário às imagens. Aliás, está pra nascer um video fraco desses caras...<br /><br /><strong>Leftfield - "Afrika Shox"</strong><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/KFSksHgJ6EQ&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/KFSksHgJ6EQ&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />*Este video chegou até a provocar polêmica na época por causa da "exploração" visual em cima da história do mendigo (Seu Jorge? Tricky? quem é este cara??).<br /><br /><strong>Aphex Twin - "Come to Daddy"</strong><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/5Az_7U0-cK0&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/5Az_7U0-cK0&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />*"Perturbador": rótulo comum à música e aos vídeos de Rchard D. James.<br /><br /><strong>Underworld - "Dinossaur Adventure"</strong><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/0VA_VGCUFgg&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/0VA_VGCUFgg&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />*Vídeos <i>viajantes</i> com imagens lúdicas viraram clichê na música eletrônica. Mas este aqui se supera em cima desta fórmula!<br /><br /><br /><strong>Fatboy Slim - "Push The Tempo"</strong><br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/RGpkNPbSa2Q&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/RGpkNPbSa2Q&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />*Sim, ele mesmo, o DJ mega-star gente fina e festeiro, que toca em Big Brother e até já deu o ar de sua graça aqui no Espírito Santo! Isso não desqualifica seu talento. Que o diga este breakbeat arrasa-quarteirão e seu vídeo absurdamente hilário!<br /><br />Obviamente existem vários outros vídeos fantásticos, mas acho que deu para dar uma geral no que eu quis dizer neste post.Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-72249994240227394742009-01-27T09:57:00.050-02:002009-02-10T10:45:23.853-02:00A Dicotomia Capixaba<i>Uma das definições da palavra “dicotomia”</i>:<br /><br />4. Lóg. Divisão lógica de um conceito em dois outros conceitos, em geral contrários, que lhe esgotam a extensão. Ex.: animal = vertebrado e invertebrado.<br /><br /><a href="http://farm2.static.flickr.com/1086/3173825106_bba74932a6.jpg?v=0"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 500px; height: 281px;" src="http://farm2.static.flickr.com/1086/3173825106_bba74932a6.jpg?v=0" border="0" alt="" /></a><br /><i>Esta foto que fiz, em preto e branco, para mim demonstra bem as dicotomias capixabas descritas a seguir</i><br /><br />Escolhi esta definição para ilustrar a condição do capixaba diante do que ele próprio se abastece, consome, regurgita e volta para si mesmo num processo contínuo e, aparentemente (até quando?), interminável e do qual parece que nunca se livrará disso. Algo como um cachorro correndo atrás do próprio rabo, mordendo-o, se machucando, mas ainda assim continuando a fazer a mesma coisa, sempre. Eis aqui alguns aspectos que qualquer ser minimamente pensante nesta terra um dia já parou para avaliar na hora de pagar a conta por algum serviço prestado.<br /><br /><b>O Turismo</b><br /><br />Em 2006, trabalhei como assessor de imprensa de um evento de turismo de nível nacional realizado no SESC de Guarapari. Além do triste fato de que os universitários capixabas eram os que mais queimavam o filme no congresso (chegavam bêbados nas palestras, eram os menos interessados em aprender alguma coisa, arrumavam brigas dentro do hotel, depredação de banheiros e quartos, etc.), travei contato com algumas autoridades nacionais do setor que tiveram o desprazer de perder seus fracionados minutos de sobra <i>prestigiando</i> o evento. Um dos diretores de uma das maiores redes hoteleiras do Brasil me confidenciou em off que o ES continha, até então, a maior taxa de ocupação de seus hotéis no País, só que <b>durante os dias úteis</b>. Ele também me disse que a média de consumo do “turista de negócios” por aqui era de R$ 360 por dia, dez vezes mais que o “turista comum”, de fim de semana e em alta temporada, que consumia R$ 35 diariamente, em média. O mesmo diretor da rede justificou o fato de não divulgar publicamente estes dados para não “desvalorizar o evento” (haviam outros motivos mais sérios dos quais não consegui arrancar do cara), ao mesmo tempo em que afirmava, também em off, que o “turista de negócios no ES não tem o que fazer fora do hotel onde se hospeda”. Em suma: ele quis poupar o capixaba de sua mediocridade diante de universitários e coordenadores de faculdades de turismo Brasil afora e também da mídia que cobria o congresso. <br /><br />Ao ir embora do evento, de carona numa van fretada pela organização, fui conversando com um dos palestrantes mais qualificados do congresso (paulista, 12 livros lançados, fala cinco idiomas, etc.), que descreveu <i>polidamente</i> o capixaba como <i>ligeiramente selvagem</i> (ele chegou a interromper uma de suas palestras para reclamar do som alto que vinha de um carro com capixabas entornando vodka às 3h da tarde). Já a coordenadora de uma faculdade de turismo de Itabuna (BA, mas com o grosso do trabalho desenvolvido em Porto Seguro e vizinhança), que também estava na mesma van a caminho do aeroporto (nosso terminal aeroviário mereceria um post à parte) não se conteve e abriu o verbo: “eu nunca imaginaria o quanto o capixaba era sem educação, amador e indisciplinado! Vocês estão ferrados nas mãos dessa geração aí que participou do congresso!” – ela falava dos mesmos estudantes do carro com som alto e vodka à luz da tarde. A propósito, o mesmo congresso teve apenas esta edição realizada...<br /><br /><b>A Solução:</b><br /><br /><i>Não basta apenas reclamar, tem que participar!</i>. Esta bravata surte pouquíssimos efeitos após algumas tentativas frustradas de mudar alguma coisa, mas vá lá: O ES precisa se profissionalizar em todos os setores de serviços, do ajudante de cozinha ao proprietário de uma rede de restaurantes. Porém, o turista que realmente gasta dinheiro por aqui raramente é percebido por nossa população, fazendo com que surjam pouquíssimas iniciativas de melhorar nossos serviços. Afinal de contas, este mesmo turista chega na segunda-feira e vai embora na sexta, ficando boa parte do tempo sob os serviços do próprio hotel, pois nem os taxistas sabem orientá-los sobre onde eles podem comer e beber bem, serem bem atendidos ou curtirem uma boa balada noturna. Enquanto isso, nós, capixabas, continuamos a pagar caro por um <b>serviço de merda</b>.<br /><br />*<b>PS</b>: Ainda me surpreendo com gente daqui falando que o turismo do ES é “nota 10” e caindo na ilusão de pegar como referência a Praia da Bacutia, em Guarapari, como “turismo que dá certo”. Estar na Praia do Canto (Vitória) ou na Praia da Costa (Vila Velha) é basicamente o mesmo de estar na Bacutia no verão - entenda isso como quiser. O “turista de alto nível” de outros Estados passa longe daqui, vide o que já ouvi da boca de cariocas, belorizontinos e paulistanos sobre a nossa terra. Isso sem falar que para a maioria brasileira o ES é um traço nulo no mapa do Brasil (nem na previsão do tempo dos telejornais somos citados), e comprovei isso nas diversas vezes que tive de explicar aos paulistanos quando morei lá em 2004 que eu era capixaba (“o que é isso?, Índio?”), que era natural de Vitória (“Vitória da Conquista?”) e que o meu Estado também ficava na Região Sudeste (“tem certeza que não é no Nordeste? Não é do lado da Bahia? Então!”) Uma prova desta insignificância nacional pôde ser vista recentemente na “reportagem” da <b><a href=" http://www.folhavitoria.com.br/site/?target=noticia&cid=8&ch=394c2389789bb3f6415c51d4d736533e&nid=90197/"> Revista da TAM</a></b> sobre nossa <i>querida capital</i> e veiculada para todo o território brasileiro.<br /><br />***<br /><br /><b>O Custo de Vida</b><br /><br />Já deu no noticiário: “O ES é o Estado com a maior taxa de crescimento do país atualmente”; “O custo de vida da capital do ES só perde, proporcionalmente ao poder de compra de sua população, à capital do Distrito Federal, Brasília”. Do progresso anunciado, a conta vem logo a seguir... Pois bem: o capixaba está pagando MUITO caro por uma prestação de <b>serviços de merda</b>. Não há como ser menos pragmático nesta afirmação. Nos últimos dois ou três anos, nosso Estado tem vivenciado um boom imobiliário em proporções talvez nunca antes vistas. Por exemplo, o preço do imóvel nos restritos metros quadrados que nossa Ilha-Capital tem disponíveis atingiu picos de valorização inéditos por aqui, fazendo com que grandes redes de imobiliárias de outros Estados como RJ e SP abrissem o olho grande para nossa terra. Isto gerou um efeito cascata, encarecendo o preço de praticamente tudo por aqui. Porém, muitos prédios novos que surgiram por aí contam com menos de 50% de taxa de ocupação por moradores, ficando a maior parte nas mãos de investidores que, de uns tempos pra cá, contam com apartamentos vazios à espera de quem os alugue ou compre por um preço abusivo. Seria o primeiro sintoma visível no setor em relação à tão falada crise econômica mundial?<br /><br />Com os preços de imóveis e aluguéis em alta, o comércio supõe que há muita gente disposta a pagar caro por seus serviços. Portanto, também nos últimos dois ou três anos, Vitória (em particular) tem experimentado uma explosão de novos bares e restaurantes, todos se sentindo no direito de cobrarem preços abusivos em seus pratos e oferecendo um <b>serviço de merda</b>. O resultado pode ser visto por aí: estabelecimentos que fecham suas portas com nem um ano de vida. Devem existir uns dois ou três locais por aqui onde existe público de fato que se dispõe a pagar muito caro por seus serviços. Nos demais, criou-se a ilusão de que todo morador de Vitória vai querer pagar R$ 45 num prato a la carte (só o prato, sem incluir entrada, bebida, sobremesa e os 10%) ou R$ 40 pelo kg de um self service. O capixaba atualmente está numa moda de adorar se sentir VIP, tirar onda de ver e ser visto em locais caros. Se tivesse tanta gente com grana assim por aqui, os mesmos bares, restaurantes e casas noturnas não amargariam mesas vazias a partir da segunda quinzena do mês, quando o salário de todo mundo começa a rarear – ué, quem tem grana <b>mesmo</b> não vai ficar contando salário no final do mês, certo? <br /><br /><b>A Solução:</b><br /><br />Que a crise econômica mundial bata com força no ES, diminua o poder de compra dos investidores e, finalmente, que faça baixar os preços de produtos e <b>serviços de merda</b> capixabas, deixando aqueles poucos de sempre cobrarem os olhos da cara para quem realmente tem bala na agulha para gastar. Só que com os preços caindo novamente, a prestação dos <b>serviços de merda</b> tende a piorar o que já é péssimo...<br /><br />***<br /><br /><b>Os Serviços de Merda</b><br /><br />Capixaba paga caro para comer mal e beber mal, além de ser pessimamente atendido. Ponto. Aqui é terra de bar (pseudo) chique concorrer – e ganhar! – concurso de “melhor boteco”. Aqui é terra de beber cerveja quente (só os botecões de verdade - e que não concorrem a premiação alguma - é que servem cerveja no ponto). Aqui é terra de garçons fingirem que não o viram. Aqui é terra de donos de bares/restaurantes desqualificarem a reclamação justa de um consumidor feita num jornal de grande circulação ao invés de seguirem regras básicas de mercado (admitir o erro, convidar o reclamante a voltar ao estabelecimento para desfazer a má impressão, treinar melhor seus funcionários, etc.), pois sabem que o mesmo cidadão voltará ao local “por falta de opção”. Aqui é terra de chegar na melhor parte de uma saída à noite, quando a cerveja começa a bater e a conversa fica animada, e o garçon chegar a você com aquela infame e onipresente pergunta: “Vocês vão querer algo da cozinha? É porque em 10 minutos nós fecharemos a cozinha” - eles perguntam isso faltando 10 minutos sabendo que ninguém vai pedir algo que fique pronto em tão pouco tempo. Isso por volta de meia-noite, 1h da manhã, no máximo. Aqui todos os bares procuram se concentrar num só trecho de uma só rua de um só bairro de uma só cidade – atrever-se a sair do miolo de sempre é fracasso na certa, mesmo sendo na esquina ao lado. Aqui os bares ficam às moscas a partir de 1h30, sendo que depois desse horário é difícil até de pegar táxi pra voltar pra casa. Aqui a conta é cara, mas o <b>serviço é de merda</b>. Ponto novamente.<br /><br /><b>A Solução</b>:<br /><br />Eliminar toda a população capixaba atual e fazer renascer uma nova geração livre de vícios provincianos e dotada de um senso crítico minimamente exigente. <br /><br /><b>PS</b>: Todos nós somos culpados, pois continuamos a pagar pelo <b>serviço de merda</b>, dando sustento a isso. Eu sou culpado, você é culpado. “Não há opção e temos que nos contentar com o que temos em mãos ou vazemos daqui!” – este é um bom argumento. Eu já vazei e já voltei. Sobre o atendimento, minha casa e as dos meus amigos possuem o melhor acolhimento para uma boa conversa regada a boa bebida e boa comida. Se optar por sair de casa, tenho de me preparar psicologicamente para engolir o <b>serviço de merda</b>. É triste. É real.<br /><br />***<br /><br /><b>A Cultura Capixaba</b><br /><br />Não discutirei mais sobre isso enquanto tudo o que for produzido aqui levar a pecha provinciana de “capixaba” a tiracolo (“música capixaba”, “bodyboarder capixaba”, “atleta capixaba”, “economista capixaba”, “ator capixaba”, "assassino capixaba" – a lista é infinita). Alguém aí já ouviu um paulista se auto denominar “músico paulista”? O que seria um "ator carioca"??? Quando você lê sobre "música mineira", fala-se sobre algo bem regional e restrito às tradições de um lugar, certo? Aqui é "música capixaba" para banda de reggae, forró, rock, metal, jazz, idem para a cultura, os atletas, os profissionais, as tragédias, os assassinos... Como se fosse uma etiqueta para denominar algo que só é feito (desta forma) no ES. Ou seja: mal feito? Quem daqui que realmente faz algo que presta certamente não sai Brasil afora bradando a bandeira azul e rosa capixaba como se fosse a única muleta para se apoiar. Se um povo continua se inebriando com tal rótulo pra tudo e ainda tem a necessidade de se auto afirmar pra tudo é porque tudo está errado, penso eu. <br /><br /><b>A Solução</b>:<br /><br />Hein?!?<br /><br />***<br /><a href="http://farm4.static.flickr.com/3133/3173825096_02a07ea2f7.jpg?v=0"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 500px; height: 281px;" src="http://farm4.static.flickr.com/3133/3173825096_02a07ea2f7.jpg?v=0" border="0" alt="" /></a><br /><i>O mesmo momento registrado no início do texto, desta vez com a foto colorida. Pouca coisa muda...</i><br /><br /><b>Considerações finais</b>: <br /><br />Um desavisado que não me conheça pessoalmente pode ficar ofendido com o meu texto. Vai pensar: “se esse babaca reclama tanto, porque ele não vaza daqui ou faz algo para mudar?”. Já fiz as duas coisas. Cansei. Estou prestes a fazer 33 anos, estou bem comigo mesmo e não quero levantar bandeira contra o conformismo e a inércia capixabas e tentar mudar alguma coisa para, no final, acabar sendo crucificado tal qual (olha a idade que estou chegando!) um Jesus Cristo pregado na <a href="http://www.vitoria.es.gov.br/diario/2008/0401/embaixador.asp">Cruz do Papa</a>. Me tornei uma pessoa mais fechada e egoísta, admito. A propósito, alguém aí já viu um <a href="http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/01/486789-praca+do+papa+nao+resistiu+a+um+ano+de+uso.html">espaço </a>tão grande quanto mal aproveitado como aquele onde a famigerada "cruz do Papa" está fincada?!? Aquela cruz está mais para <b>caveira de burro</b>!<br /><br />*<b>Extras</b>: Como num DVD que você alugou e se arrependeu amargamente de ter perdido seu tempo assistindo-o e, mais masoquista impossível, foi conferir os extras assim mesmo, este texto ainda traz mais um <i>bônus</i> sobre mais um capítulo de nossa triste história de prestação de serviços vs. crescimento econômico. Por favor, acesse a <a href="http://oivelox.novaoi.com.br/portal/site/OiVelox/menuitem.ebeac1048536fb0248de9f76f26d02a0/?vgnextoid=c0456b009fcf2110VgnVCM10000090cb200aRCRD&STATE=34|RJ|Rio%20de%20Janeiro%20-%20capital">página do OI Velox do Rio de Janeiro </a>e compare os preços de conexão de internet banda larga com <a href="http://oivelox.novaoi.com.br/portal/site/OiVelox/menuitem.ebeac1048536fb0248de9f76f26d02a0/?vgnextoid=c0456b009fcf2110VgnVCM10000090cb200aRCRD&STATE=16|ES|Espírito%20Santo">os cobrados para o capixaba</a>. Eu pago R$ 69,90 por uma conexão de 300 kbps (minha promoção de R$ 39,90 acabou há meses). Na capital carioca, este mesmo valor cobre uma conexão de 1 mega - se eu quiser esta velocidade aqui no ES terei de desembolsar absurdos R$ 159,00 por mês! Quase três vezes mais. Para nos deixar ainda mais tristes, é bom lembrar que os serviços de conexão de 300, 600 e 800 kpbs inexistem para os cariocas, que contam apenas com velocidades de 1 mega pra cima. Tais discrepâncias dizem muito sobre a verdadeira evolução econômica de nosso Estado.Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-81285373162269758432008-12-18T15:23:00.017-02:002008-12-19T14:17:42.006-02:00Pay Per ViewEu bem que tento baixar tudo o que desejo ter. Porém, existem alguns itens que simplesmente não consegui achar na rede. Então, recorri ao <i>velho</i> expediente de encomendar tais DVDs numa loja virtual. Sou fã destas três bandas que falarei logo a seguir, e me permiti ao luxo de desembolsar um dinheirinho para ter o produto original em casa e passar por aquela gostosa expectativa de conferir o andamento do pedido no site, ficar ligado nas Kombis ou motos amarelinhas do Sedex, para depois abrir a caixa da encomenda, estourar as bolinhas daquele plástico utilizado para proteger o produto... e me deleitar no sofá de casa assistindo os tais vídeos.<br /><br /><b>KMFDM – “World War III Tour</b><br /><br /><img src=" http://www.jsitop21.com/kmfdmb.jpg"> <br /><br />O divertido e original combo <i>metal-industrial-techno</i> criado e comandado pelo alemão <b>Sacha Konietzko</b> há 25 anos apareceu na mídia nos últimos tempos pelos motivos errados: aqueles dois garotos idiotas cuja <i>história</i> foi retratada no documentário “<a href=" http://www.omelete.com.br/cine/100001190.aspx">Tiros em Columbine</a>” praticaram seus assassinatos em série, segundo a mídia sensacionalista, influenciados pelas letras do <b><a href=" http://www.kmfdm.net/">KMFDM</a></b>, banda da qual eram fãs (na verdade, a mídia marrom da época deve ter achado a banda underground demais e escolheu primeiramente <b>Marylin Manson</b> como bode espiatório, pois o mesmo artista citava o KMFDM como influência). Outros imbecis resolveram se <i>inspirar</i> no episódio de Columbine e andaram executando pessoas em colégios/faculdades mundo afora. Muito se falou das letras do KMFDM, que eram violentas ou belicistas, ou pior, que os caras eram nazistas! O próprio Sacha Konietzko teve de vir a público para explicar-se, com se algo tivesse de ser esclarecido por causa da demência alheia, pois tais acusações eram completamente infundadas. Dito isso, talvez a energia do álbum “<a href=" http://whiplash.net/materias/cds/003160-kmfdm.html">WWIII</a>”, lançado em 2003, tivesse sido contagiada por estes episódios, pois a banda nunca soou tão política, crítica e pesada em seu som. <br /><br /><img src=" http://www.shout.ru/news/kmfdm_promo3.jpg "> <br /><br />Pois é a turnê deste disco marcante que “WWIII Tour” retrata. Antes que se pense em caras sisudos e mal humorados, vociferando contra George Bush e revoltados pela associação com serial killers adolescentes e nazistas, os integrantes do KMFDM são pessoas “normais”, brincalhonas e bem humoradas, em contraste com a pancadaria fenomenal que eles provocam em cima do palco. Portanto, este DVD é um presente para os fãs, com muitas cenas de bastidores, videoclipes exclusivos e um monte de coisas mais (links p/ internet, fotos, press kit, credenciais, etc.). Ou seja: Sacha e cia. apenas mostraram-se como o são de verdade, calando a boca de embalistas preconceituosos e deleitando os admiradores de uma das mais bacanas misturas de rock pesado com eletrônica que se tem notícia. <br /><br /><img src=" http://www.kmfdm.net/photos/live/images/big/live168.jpg "> <br /><i>A vocalista Lucia Cifarelli em foto atual</i><br /><br />Sobre o que mais interessa, o show ao vivo, o KMFDM destrói! A sonoridade é executada à perfeição no palco, incluindo efeitos de voz, samples, sintetizadores e a tradicional rifferama de guitarras. A abertura do show, com a faixa título do disco que dá nome ao DVD, é simplesmente animal! “From Here On Out” vem na seqüência, com a vocalista <b><a href=" http://www.myspace.com/luciamusic">Lucia Cifarelli</a></b> largando os backing vocals e sintetizadores e assumindo a linha de frente com muita sensualidade e presença de palco. Ela realmente rouba o show quando comanda a situação. O visual de Lucia e sua roupa colante de látex, além dela ser uma tremenda gata e cantar muito, parece ter saído de algum HQ dos X-Men – tudo a ver com a banda, pois as capas de todos os seus discos possuem temática de quadrinhos. Aliás, o visual atípico dos caras em relação ao que se espera de uma formação vinda do cenário industrial (um dos guitarristas usa até um infame boné!) talvez possa decepcionar os neófitos de plantão, tão acostumados com bandas maquiadas e de figurinos impecáveis. Com exceção de Lucia, do moicano de Sacha Konietzko e o estilo <i>glam-cowboy</i> do convidado e membro honorário <b><a href=" http://www.myspace.com/raymondwatts">Raymond Watts</a></b> (da banda-irmã <b>PIG</b>), os outros caras parecem mesmo que tocam no <b>Social Distortion</b>! Voltando ao show, o repertório obviamente é centrado no (ótimo) disco lançado em 2003, mas alguns clássicos como “Light”, “A Drug Against War” e “Juke Joint Jezebel” (esta, encerrando de forma apoteótica a apresentação) são tocados com fúria e perfeição. Se você é fã, vale cada centavo investido. Se você apenas gosta de uma música ou outra da banda, vai acabar virando fã ao ver o show. <br /><br /><b>My Life With The Thrill Kill Kult – “Kult Kollection”</b><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_We2I8EogO7WEg1hLE4dtbqSuZICdXbZj-8Ers-UdcYzA8CyDBbOaU7BAvrk8ibtJBh9OEFhFalHMi12S1_4eU3Gi8o6H2DceRJKYNv77veY4ZjfEF1zsFtD1Ra6lZ-ItoFCo/s1600-h/kult.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 276px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_We2I8EogO7WEg1hLE4dtbqSuZICdXbZj-8Ers-UdcYzA8CyDBbOaU7BAvrk8ibtJBh9OEFhFalHMi12S1_4eU3Gi8o6H2DceRJKYNv77veY4ZjfEF1zsFtD1Ra6lZ-ItoFCo/s400/kult.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5281183652452023154" /></a><br /><br />Se o papo é de fã para fã, este DVD do <b><a href=" http://www.mylifewiththethrillkillkult.com/">My Life With The Thrill Kill Kult</a></b> é para amantes hardcore da banda! Grupo underground formado em Chigago ( EUA), berço do rock industrial yankee, o Kill Kult reuniu todos os seus vídeos (com exceção do material produzido de seu <a href=" http://theflamejob.blogspot.com/2007/05/my-life-with-trhill-kill-kult-filthiest.html">disco mais recente </a>, lançado ano passado) num só DVD, recheando o espaço que sobrou (muito, diga-se) com uma apresentação ao vivo. O mix de rock industrial com vozes femininas lascivas e climas noir está muito bem representado nos clássicos videoclipes de “Sex On Wheelz” (com aquele clima cabaré estilo puteiro de <a href=" http://video.movies.go.com/sincity/">Sin City</a>), “Sexplosion” (em preto-e-branco, <i>noir</i> total) e “Kooler Than Jesus” (ótima colagem de imagens de santos católicos e putaria, dando efeito de <i>stop motion</i>) – produções simples com idéias idem, porém com resultados bem interessantes. Mas o resto dos vídeos, meu deus... Manja estudantes de comunicação filmando um videoclipe após muita fumaça na cabeça? É daí pra pior! Tudo bem que o Kill Kult nunca foi uma banda grande ao ponto de possuir verbas gordas para seus clipes. Mas vídeos como os de “Dope Doll Jungle”, “Blue Buddha” e “Hard, Fast & Beautiful” parecem ter sido feitos de gozação, tamanho o amadorismo e o nonsense das cenas! É trash mesmo e escrevo isso sem pestanejar! São alguns dos piores videoclipes que eu já vi, e talvez por isso mesmo possa ser divertido de assisti-los após litros de cerveja... “<i>O DVD então é uma porcaria?</i>”, alguém poderia perguntar. Não mesmo! Na verdade, as nove músicas gravadas ao vivo redimem o vexame provocado pela maioria dos videoclipes. O show foi registrado durante a turnê do excelente “<a href=" http://theflamejob.blogspot.com/2005/09/indstria-no-pra-ii.html ">Hit, Run & Hollyday</a>” (o disco mais <b>The B-52’s</b> da banda), e a apresentação é ótima, com todo aquele clima noir e sensual realçado pelas vocalistas convidadas. Se você curte a banda <b>mesmo</b> vai tomar um susto com a tosqueira de boa parte dos videoclipes. Mas o material ao vivo compensa o choque. Se você não curte ou pouco se interessa pelo Kill Kult, passe longe. <br /><br />*Este DVD não contém extra algum...<br /><br /><b>Meat Beat Manifesto – “In Dub: 5.1 Surround”</b><br /><br /><img src=" http://ecx.images-amazon.com/images/I/51Q7AN7Z1EL.jpg"> <br /><br />O inovador projeto eletrônico encabeçado pelo produtor musical <b>Jack Dangers</b> ganhou um registro audio-visual à altura da relevância de sua música. “<b>In Dub: 5.1 Surround</b>” é uma experiência única de assistir/ouvir. Trata-se de um ambicioso projeto desenvolvido junto com o respeitado videomaker <b><a href=" http://www.holofonic.com/">Ben Stokes</a></b>, onde áudio e vídeo estão conectados perfeitamente, numa mistura de sensações marcantes para quem puder usufruir deste produto em sua amplitude. As colagens visuais interagem-se com o som, com versões ainda mais pesadas e voltadas para o <i>dub</i> de várias faixas da banda (a maioria de “RUOK”), tudo produzido para rodar em sistemas de áudio 5.1 surround (daí o subtítulo do DVD). O sub-grave do som é de tremer o chão de sua sala, sendo que em vários momentos a própria imagem do DVD treme nas batidas mais pesadas (acredito que isto tenha sido intencional ou minha TV já está dando defeito, rsrsrsrs...). Como se trata de um produto incomum, não teremos aqui cenas de apresentações ao vivo (isto já foi muito bem registrado no DVD “Travelogue Live 05” – vi alguns <a href=" http://br.youtube.com/watch?v=xaYvzUGsvrE">trechos no You Tube</a> e em breve vou encomendar este também), mas sim muita <i>piração</i> audiovisual, daquelas perfeitas para um dono de bar metido a moderno colocar em TVs de LCD e tirar onda de que comprou “<i>um DVD muito louco na Europa</i>”. Mas podemos esperar tudo, menos clichezões batidos quanto ao som – e também aos videos – do <a href=" http://www.meatbeatmanifesto.com/">Meat Beat Manifesto</a>. O máximo que o grupo chegou ao mainstream foi a inclusão do breakbeat animal de “Prime Audio Soup” na trilha sonora de “Matrix” (inclusive aparecendo em algumas das cenas mais marcantes do filme), e este DVD definitivamente não os colocará em vala-comum alguma. Vale ver e ouvir com a mente devidamente preparada e nas melhores condições possíveis, ou seja: com uma bela de uma TV e um bom sistema de som. Impressiona!Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-34822586626278453222008-10-28T17:47:00.027-02:002008-10-30T17:30:58.889-02:00Don’t Mess With Texas!<img src=" http://www.allwavediscos.com.br/loja/images/7898103204790%5B1%5D.jpg"> <br /><br />Patrimônio histórico do Texas e uma das bandas mais singulares, divertidas e sacanas da história do rock and roll, o trio de barbudos <b><a href=" http://www.zztop.com/">ZZ Top</a></b> finalmente lançou neste ano seu primeiro DVD contendo uma apresentação ao vivo. “<b><a href=" http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:hnfyxz8jldhe ">Live From Texas</a></b>” obviamente foi registrado em seu estado natal, na cidade de Dallas, com um show simplesmente sensacional. É impressionante a interação do trio com sua platéia, com a banda tocando como se estivesse num boteco de beira de estrada típico de filme americano, com garçonetes peitudas, caminhoneiros bêbados falando alto, hell’s angels arrumando confusão e chicanos de prontidão para lhes oferecer <i>uma parada</i>. Vendo o DVD, parece que a qualquer momento vão surgir da platéia <a href=" http://burtreynolds.com/ ">Burt Reynolds</a> e seus amigos – e amigas também – do filme “<a href=" hhttp://br.youtube.com/watch?v=ERTCICM9zQM ">Agarre-me se Puderes</a>”. Preste a atenção na platéia e verá que estes tipos ainda existem e urram de felicidade a cada canção tocada pelo trio - inclusive há até uns figuras portando barbas postiças! Mas não se engane com a comparação. O show é super produzido, com um trabalho irrepreensível no palco, algo como um Texas futurista, meio <a href=" http://www.thegalaxyrangers.com/Default.asp?flash=false ">Galaxy Rangers</a>, se é que você me entende... E o som! Puta que pariu! Se você tem um home theater (eu <i>ainda</i> não tenho), deve ser uma experiência áudio-visual alucinante. Mas nada disso seria relevante se a banda não for legal. <i>Legal</i>?!? Meu amigo, estamos falando de ZZ Top!<br /><br /><img src=" http://www.watchingvh1.com/wp-content/uploads/zztop.jpg"> <br /><br />É impressionante a precisão, o feeling e a total interação entre <b>Billy Gibbons</b> (guitarra e vocal), <b>Dusty Hill</b> (baixo e vocal) e <b>Frank Beard</b> (bateria – curiosamente, o “Frank Barbudo” é o único que carrega a palavra “barba” no nome e ostenta apenas um discreto bigode, vai entender...). Também, são quase 40 anos tocando juntos sem mudanças na formação. E os caras se divertem pra caramba no palco, tocando apenas os três, sem backing vocals, teclados ou metais – essas coisas que tanto embregalham o rock and roll. O show do ZZ Top é como se eles estivessem se apresentando para seus amigos mais chegados – sendo a apresentação no Texas, nada mais natural, ainda que seja para umas 20 mil pessoas! Vendo o DVD – inclusive os extras, com um impagável jogo de pôquer entre os três (falo sobre isso mais à frente...) - dá para deduzir que Dusty Hill seria o cara sacana da banda (se bem que Gibbons não fica atrás neste quesito...), daqueles que te convidariam para tomar uma cerveja na sua mesa, apresentaria umas gostosas, enfim, te levaria <i>pro mal caminho</i> e para a diversão sem hora nem dia para acabar. E o barbudão ainda segura a onda com peso e groove nos momentos em que Billy Gibbons larga a base e parte para os solos. Dusty Hill é o quietão da banda, sério e compenetrado no palco, que vez ou outra dispara os dois bumbos ou algum efeito na batera. Mas dêem umas cervas pro cara que ele começa a te sacanear (vejam os extras...). E Billy Gibbons... bom, sou suspeito para falar de um dos meus guitarristas preferidos de todos os tempos. Cada riff, cada arpejo, cada deslizada no slide vindos das mãos calejadas deste texano gente fina são carregados do mais puro feeling e sem nenhuma embromação. É o <i>rock and roll/boogie/blues/southern rock</i> personificado num só ser humano. O timbre de suas guitarras (quase sempre uma Gibson customizada) e a sua forma de tocar são únicos e inacreditavelmente agradáveis de ouvir. <br /><br /><img src=" http://stereogum.com/img/zztop_vh1.jpg"> <br /><br />O repertório de “Live From Texas” é excelente, pois privilegia tanto os clássicos dos anos 70 quanto algumas músicas mais recentes, como a sensacional “Pin Cushion” (do quase industrial “Antenna”, 1993). O show começa quebrando tudo com a fantástica “<a href=" http://br.youtube.com/watch?v=ZHRHc5HmFHg ">Got Me Under Pressure</a>” (de “<strong>Eliminator</strong>”, 1983, que foi o disco mais vendido da história da banda). “Waitin’ For The Bus” e “<a href=" http://br.youtube.com/watch?v=eyfOh_BZ_mQ ">Jesus Left Chicago</a>” vêm em seguida, fazendo a alegria deste que vos escreve, pois elas são do “<strong>Tres Hombres</strong>” (1973), o melhor disco da banda, na minha humilde opinião. Os clássicos vão sendo tocados com feeling e bom humor ao longo do show. Em “Just Got Paid” (de “<strong>Rio Grande Mud</strong>”, 1972), Billy Gibbons troca sua Gibson customizada por um modelo surradão da mesma marca. É um dos pontos altos do DVD, pois o guitarrista encaixa um slide no dedo e simplesmente destrói ao introduzir o riff animal desta música! E ele ainda improvisa novamente um slide malvadão no meio da canção, levando a platéia à exaustão. Falar dos destaques do resto do repertório é entrar na redundância do quanto ele é fantástico, mas não há como não chamar à atenção para a paulada de “Heard It On The X” (de “<strong>Fandango</strong>”, 1975 – sempre me vem à cabeça o Motorhead tocando esta música, não sei porquê...), a impagável “Legs” (novamente de “Eliminator”), quando Billy Gibbons e Dusty Hill tocam com instrumentos de pelúcia (<a href=" http://br.youtube.com/watch?v=HH85zttgbGg ">só vendo para acreditar!</a>), e o <i>grand finale</i> com as espetaculares “La Grange” e “Tush”, dois mega-clássicos de “Tres Hombres” e “Fandango”, respectivamente. “Live From Texas” vale cada centavo investido (saiu no Brasil!) e merece ser visto na companhia de seus melhores amigos regado a cerveja gelada e wisky de qualidade – um clichezão, mas absolutamente autêntico em se tratando de ZZ Top. Portanto, <b><a href=" http://en.wikipedia.org/wiki/Don't_Mess_with_Texas">não mexa com o Texas!</a></b><br /><br /><img src=" http://static.howstuffworks.com/gif/zz-top-eliminator-hot-rod-2.jpg"> <br /><i>Foto do ZZ Top da época do "<b>Eliminator</b>" (1983), que é o nome deste hot rod customizado do trio</i><br /><br /><b>EXTRAS</b>:<br /><br /><b>Jogo de Pôquer</b>: Eis que Billy Gibbons, Dusty Hill e Frank Beard resolvem contar a história da banda numa partida de pôquer regada a cerveja, cigarros, charutos e uma boa grana apostada. Em tempos de aquecimento global e outras empulhações caretas atuais, nada mais politicamente incorreto – contudo, nada mais autêntico vindo destes caras. O trio vai apostando e bebendo cerveja à medida que passagens marcantes e divertidas do ZZ Top vão sendo contadas por quem viveu aquilo na primeira pessoa. Lá pelas tantas, os caras meio que tiram um sarro dos Rolling Stones, com quem excursionaram nos anos 70 e, segundo diz a lenda, foram engolidos pela força do power trio texano. Em outro momento divertido, Dusty Hill sacanaeia a si próprios afirmando que “naqueles tempos o ZZ Top estava na moda”, ao comentar os altíssimos níveis de popularidade que o trio alcançou nos anos 80 sem abrir mão do seu visual atípico. Mas não vá esperando que Billy Gibbons dê pistas sobre a história da Fender rosa que ele ganhou de <b>Jimi Hendrix</b>, porque o cara não abre o jogo nem a pau!<br /><br />*Não há legendas em português, apesar de o DVD ser nacional (pra variar, o pouco caso das gravadoras brasileiras...). Mas dá para entender o que os caras falam se você não manja de inglês ao optar por legendar em espanhol.<br /><br /><img src=" http://img2.timeinc.net/ew/dynamic/imgs/080506/stephen-king/zz-top_l.jpg"> <br /><i>Foto dos primórdios, no começo dos 70's</i><br /><br /><b>O Dia do Show</b>: apenas um making off do espetáculo, nada de mais.<br /><br /><b>Foxy Lady</b>: Ah, isso sim é um presente! O ZZ Top tocando o clássico de Jimi Hendrix (O Deus e o Diabo encarnados juntos num músico!) com a pegada característica do trio. A versão ficou fodaça!<br /><br /><b>Observações</b>:<br /> <br />Obviamente, com uma banda de quase 40 anos de carreira, ainda na ativa e que lança bons discos até hoje (“<strong>Recycler</strong>”, de 1990, talvez seja o único mais fraquinho), sempre haverá omissões sentidas no repertório de seus shows. Pois eu gostaria apenas que pelo menos uma do sensacional “<strong>Rythmeen</strong>” (1996) tivesse sido tocada, como as fantásticas “Bang Bang”, “Hairdresser”, “Hummbucking PT 2” ou mesmo a faixa-título. Eles também não tocaram nenhuma do "<strong>First Album</strong>" (1970), que é o meu segundo disco preferido. E bem que eles poderiam ter mandado “Beers, Drinkers & Hellraisers” (de “Tres Hombres”), uma das músicas que melhor definem o ZZ Top! Enfim, satisfazer fã deve ser um saco, rs...<br /><br />O <a href=" http://thepiratebay.org/torrent/4250028/ZZ_TOP_LIVE_FROM_TEXAS ">download de “Live From Texas” via torrent</a> é até fácil de achar por aí. Eu, inclusive, estava baixando, até que descobri que o DVD havia sido lançado no Brasil. Uma preciosidade dessas eu fiz questão de ter o original!Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-88503199955040610812008-09-23T19:18:00.015-03:002008-10-29T10:39:49.851-02:00ALGUNS SONS...E não estranhe se este blogg for atualizado por dez dias seguidos ou só no ano que vem.<br /><br /><b>Covenant – “In Transit”</b><br /><br /><img src=" http://www.releasemagazine.net/Pictures/covenant_group2.jpg "> <br /><i>A sofisticação do figurino dos caras combina com sua música</i><br /><br /><img src=" http://www.diskpol.com/images/cat/0030/30557.jpg " align="left"> Uma das melhores bandas eletrônicas da atualidade, o trio sueco <b><a href="http://www.covenant.se/ ">Covenant</a></b> - não confundir com o black metal industrial <a href="http://www.myspace.com/thekovenant ">The Kovenant</a> – lançou outro disco ao vivo em 2007 (o primeiro, “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:a9ftxqealdhe ">Synergy – Live In Europe</a> ”, é de 2000). “<b><i><a href="http://www.youtube.com/watch?v=AhkU2uTIhcA">In Transit</a> </i></b>” contém mais uma leva de belíssimas canções sobre bases digitais modernas e dançantes. O rótulo <i>futurepop</i>, do qual o trio é comumente associado à sua concepção, não comporta mais a excepcional música destes caras – eles estão mais para um Depeche Mode dos novos tempos. Ouça, por exemplo, a magistral versão ao vivo de “Bullet” ou a melodia singela de “Happy Man” cantada perfeitamente pelo vocalista Eskil Simmonsson, e constate que a famigerada mistura de <i>synthpop</i> com EBM e melodias <i>trance</i> – a grosso modo, o que consiste o <b>futurepop</b> – não é mais suficiente para resumir o que é o Covenant. Este disco ao vivo é uma boa coletânea de algumas de suas melhores faixas, mas o barato mesmo é ver o DVD do show, com uma excelente produção de palco (ligeiramente alusiva ao Kraftwerk), a qualidade sonora perfeita, o figurino <i>finesse</i> dos caras e o público tão elegante quanto. Eu ralei para achar isso no Torrent, e o link que baixei já expirou. Qualquer coisa, eu gravo para quem interessar...<br /><br /><b>Front 242 – “Moments”</b><br /><br /><img src="http://www.shout.ru/news/front242_promo2003_01.jpg"> <br /><br /><br /><img src=" http://ecx.images-amazon.com/images/I/31inAQL4Q6L._SL500_AA213_.jpg " align="left"> De volta ao passado! A onda dos revivals ainda age como uma praga sem data para acabar. Sinal dos tempos, de que os <i>velhinhos</i> (adjetivo para qualquer um que tenha nascido antes dos 90’s, segundo os tempos atuais) têm pouco ou nada a dizer a não ser relançarem clássicos e deixarem as novidades para a garotada? É bem provável, e isso pode se aplicar aos belgas criadores da EBM (electronic body music): o <b><a href="http://www.front242.com/ ">Front 242</a> </b>. Ao que tudo indica, ele preferem o conforto de andar sobre este tipo de terreno mais seguro e garantido contra críticas vorazes. O último disco inédito deles foi lançado em 2003 (“<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:fzfwxqyaldfe">Pulse</a>”), era apenas ok e demorou 10 anos para sair! Fora isso, o quarteto vinha desagradando os fãs ortodoxos (como eu!) ao insistir em tocar ao vivo suas faixas no mesmo formato registrado desde “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:avfpxqyjldke">Reboot: 98</a> ”. Os clássicos de outrora foram repaginados radicalmente para uma espécie de <i>hardcore techno</i> barulhento e repetitivo, que depunha contra o passado de glórias do grupo. Todos os detalhes dos arranjos e timbres foram aplacados por uma sonoridade <i>acid</i>, linear e chata pra burro em todas as músicas! Acho que a chiadeira foi tanta no ouvido deles, que agora os caras resolvem dar um mimo aos fãs com o recém lançado box “<b><i><a href="http://www.front242.com/site/content/discography.asp?id=75">Moments</a></i></b>”. Da primordial “U-Men” (1981) à recente “Together” (2003), são mais de 20 clássicos tocados ao vivo, próximos à maneira original, tal qual sugere o título da turnê que gerou este lançamento (“Vintage Tour”). É pra fã nenhum reclamar, ainda que a versão 2008 do mega-clássico “Headhunter” não chegue aos pés da energia contida no registro de “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:0pfwxq9hldse" class="preto">Live Code</a>” (1995), que pra mim é ainda o disco ao vivo definitivo do Front 242 (em que se pesem as ausências homéricas daquele disco, devidamente resgatadas em “Moments”). <br /><br /><b>ELETRÔNICA HYPE</b><br /><br /><b>The Presets – Apocalypso</b><br /><br /><img src=" http://tootootbeepbeep.files.wordpress.com/2008/04/the-presets-2.jpg "> <br /><i>Posso jurar que o som do The Presets não tem nada a ver com o visú destes caras...</i><br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drk500/k510/k51024z4z1m.jpg " align="left"> Tudo o que você ler nesta resenha pode resvalar em mofo. Afinal de contas, o último disco do duo australiano de <i>synthpop</i> <b><a href="http://www.myspace.com/thepresets">The Presets</a> </b>, “<b><i><a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:gvfwxzyjldje">Apocalypso</a> </i></b>”, foi lançado há <i>distantes</i> três meses, e a cena eletrônica do país dos cangurus pode já ter sido deixada de ser hype há muito tempo - talvez algumas <i>horas</i> atrás – para dar espaço às novidades vinda de/da/do ... (preencha o espaço você mesmo, pois eu perdi o bonde da história). Agora, se você não se deixa levar por qualquer marola passageira divulgada por aí pela internet, eu ponho a mão no fogo por estes caras aqui. Não tem pra <b><a href="http://www.myspace.com/pnaupnau">Pnau</a></b>, <b><a href="http://www.myspace.com/midnightjuggernauts"> Midnight Juggernauts</a></b>, <b><a href="http://www.myspace.com/cutcpopy">Cut Copy </a></b> ou <b><a href="http://www.myspace.com/bagraiders"> Bag Raiders</a></b> nenhum não: entre os nomes mais hypados do tal <i>synthpop</i> australiano, o The Presets põe fogo nas pistas de dança de verdade, sem pudores indies (tais quais seus conterrâneos de cena), pois não tem medo de pesar o som quando lhe convém (como em "Kicking and Screaming" e em "My People"), fazendo o disco descer bem por inteiro. Em alguns momentos, os vocais e as melodias dos arranjos (principalmente em “This Boy In Love e “New Sky”) lembram um Depeche Mode classudo ou mesmo um Information Society quando estes resolviam mandar bem de verdade (tipo “What’s On Your Mind”, injustamente relegada à condição de <i>trash hit 80’s</i>). E <i>synthpop</i> por <i>synthpop</i> da cena do país do caçador de crocodilos que morreu com uma ferroada de uma arraia no meio do coração, o The Presets é o grupo que mais se aproxima do verdadeiro sentido deste gênero musical, ao mesmo tempo que o atualiza e o transforma em algo moderno e original.<br /><br /><b>Por falar em <i>synthpop</i>...</b><br /><br /><img src=" http://formatmag.com/wp-content/uploads/2007/07/chromeo_cover.jpg "><br /><i>O cara aí da esquerda <b>não</b> é o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrick_Dempsey">Patrick Dempsey</a>!</i><br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drj100/j158/j15897iv73v.jpg " align="left"> Outro dia eu estava ouvindo o duo norte-americano <b><a href="http://www.myspace.com/chromeo">Chromeo</a> </b>, super hypado projeto de electro-retrô que rola atualmente. Ao mesmo tempo em que me divertia à beça com o som deles, me incomodava constatar que os caras emulavam 100% um tipo de <i>tecnopop</i> caricato que era datado já nos anos 80! Enquanto baluartes do primeiro escalão deste gênero como Depeche Mode, New Order e o pai/avô/Deus-Criador Kraftwerk inovavam a cada lançamento, uma turma da <i>segunda divisão</i> daquela época suava em baterias hexagonais vagabundas e sintetizadores baratos para tentar correr atrás dos mestres, gerando faixas tão divertidas quanto constrangedoras. Pegue aí o exemplo de gente como <a href="http://www.youtube.com/watch?v=UYb83KM4at4">Spandau Ballet</a> e <a href="http://www.youtube.com/watch?v=uUjIA3Rt7gk">Flock of a Seagulls</a>. Esta leva de artistas ficou eternizada por carregar os nomes, as roupas e os penteados mais ridículos de todos os tempos, assim como tiveram pelo menos uma música registrada nos anais do <i>tecnopop</i> e que hoje são motivo de risadas em festas retrô. Pois é este tipo de som que o Chromeo quer reproduzir sem o menor pudor. Tirando a qualidade da gravação (com graves e médios prontos para tremer o chão das pistas de dança de hoje), esta dupla cara-de-pau e seus discos poderiam se equiparar ao som que o <b>Ministry</b> fez em seu primeiro disco, de 1983. <br /><br /><img src=" http://www.twisted-talent.de/pics/news/Ministry/Al_Jourgensen.jpg "> <br /><i>Este cowboy do inferno apocalíptico atual um dia foi vítima da moda...</i><br /><br /><br /><img src="http://content.answers.com/main/content/img/amg/pop_artists/P08247A091L.JPG"> <br /><i>O que esta pessoa viu na sua frente nos anos 80 para se transformar no cara da foto anterior?!?</i> <br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drd900/d906/d90627y3z0m.jpg" align="left"> Se hoje o grupo de <b>Al Jourgensen</b> é lembrado por ter criado a incendiária mistura de thrash metal com industrial e segue atualmente provocando abalos sonoros pesadíssimos, em 1983 o <b><a href="http://www.ministrymusic.org/ ">Ministry</a> </b> gravou um vexame, parecendo querer ser desesperadamente uma banda para tocar na trilha sonora de “A Garota de Rosa Shocking” (ou em qualquer filme adolescente genérico da época). Postas lado a lado, até que as três primeiras músicas de “<b><i><a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:k9fwxqw5ldhe <br /> ">With Sympathy</a></i></b>” não fariam feio aos sons do Chromeo (ué, não deveria ser o contrário?). “Effigy”, com bons arranjos de synth e guitarras, “Revenge” e seu clima quase gótico, e o groove irresistível de “I Want To Tell Her”, que faria bonito na onda <i>new disco</i> atual, formam uma bela trinca inicial neste disco de estréia do Ministry. Mas o que se segue no resto das faixas é de constranger até mesmo ao Chromeo! Confie na opinião do próprio Al Jourgensen sobre este álbum: “<i>Não valeria à pena nem ser roubado!</i>”.<br /><br /><b>O TECNOPOP SANGUE BOM</b><br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/pic200/drp000/p086/p08674gi7m9.jpg"> <br /><i>O grupo belga <b>Telex</b></i><br /><br />Por conta de irresponsáveis como o Chromeo e também por causa do já longínquo hype do <i>electroclash</i> (foi em 2001, lembra?), o <i>tecnopop</i> tem sido sinônimo de uma época em que o bom gosto fora esquecido. Tamanho foi o estrago promovido por aquela gente esquisita e exagerada, que logo no início dos anos 90 o gênero musical movido à base de sintetizadores apareceu já de rótulo novo, o <i>synthpop</i>. Esta nova alcunha nada mais era do que a mesma coisa que o <i>tecnopop</i>, porém sob um estofo mais <i>chique</i> e menos espalhafatoso. Contudo, músicos de boas bandas do ressurgido pop de sintetizadores como <a href="http://www.myspace.com/devisionmusic">De/Vision</a>, <a href="http://www.wolfsheim.de/">Wolfsheim</a> e <a href="http://www.mesh.co.uk/"> Mesh</a> - que, diga-se de passagem, passam batidas do hype do <i>synthpop</i> australiano de hoje - faziam referência não aos <i>trash hits</i> dos 80’s citados no parágrafo acima, mas sim a um pessoal do <i>tecnopop</i> que deixou algum legado respeitável a ser seguido. É por isso que lembrei com carinho de duas bandas ótimas dos anos 80: <b><a href="http://www.telex-music.com/">Telex</a></b> e <b><a href="http://www.youtube.com/watch?v=j4ZhkNS2IkU">Moskwa TV</a></b> (OBS: eu poderia citar também o excelente <a href=" http://www.ultravox.org.uk/">Ultravox</a>, mas este e a carreira solo do ex-integrante <a href=" http://www.metamatic.com/">John Foxx</a> merecem posts à parte). Estes dois nomes participaram ativamente de minha pré-adolescência, ao lado dos óbvios Depeche Mode, New Order e Kraftwerk. Posso afirmar tranquilamente que faixas como “So Sad” e “Second Hand”, dos belgas do Telex (vale atentar que eles voltaram á ativa!), quando tocadas numa pista de dança de <i>electro/synthpop</i> de hoje (eu já fiz isso!), gerariam interrogações nos antenados de plantão, ávidos para saberem que <i>banda nova</i> estaria tocando. Já músicas como “Tell Me, Tell Me” e “Brave New World”, dos alemães do Moskwa TV (uma das crias do geniozinho <b><a href=" http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendID=34957142" >Talla 2XLC</a></b>), talvez agradem em cheio aos fãs de grupos que promovem o eterno revival do <b>post-punk</b> (como fizeram os noruegueses do <b><a href="http://www.myspace.com/tr707">Monomen</a></b> em “Oscilate”) e que não resistem em soltar uma ou outra faixa lotada de sintetizadores oitentistas.<br /> <br /><b>LOUNGES E GROOVES INSUSPEITOS</b><br /><br />A música <i>lounge</i>/<i>chill out</i> virou rótulo suspeito para a trilha sonora de qualquer ambiente metido a besta. Há tempos que este tipo de som tem sido banalizado por cítaras indianas de araque, BPMs baixos e safados programados em cima de discos de <i>música étnica</i> de procedência duvidosa, e vez ou outra com alguma cantora brasileira de vocais <i>neo bossa nova</i> de sobrenome exótico, normalmente citando alguma cidade baiana ou carioca, cuja <i>fama</i> só engana a gringos sebosos sempre dispostos a chacoalhar os esqueletos com alguma <i>world music</i> devidamente europeizada para não agredir aos seus paladares. Separar o trigo do joio em meio a tanto curry e dendê falsificados requer um trabalhinho! E não vou negar o clichezão de assumir que curto sons mais light para embalar meu dia-a-dia com mais calma.<br /><br /><b>The Orb – “The Dream”</b><br /><br /><img src="http://imp-artists.com/artists/theorb.jpg"> <br /><i>Este simpático senhor é responsável por alguns dos sons mais alucinógenos e originais que se tem notícia</i><br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drj800/j876/j87653ohkek.jpg " align="left"> Quando as primeiras raves surgiram na Inglaterra, na segunda metade dos anos 80, um sagaz indivíduo chamado <b>Alex Paterson</b> resolveu criar a trilha sonora para aqueles momentos onde a bombação já havia passado, mas as drogas ainda continuavam a fazer efeito. Era a hora de diminuir gradativamente o BPM, como que um espírito pilhado fosse expurgado aos poucos de seu corpo, sem acabar com a festa abruptamente. Reza a lenda que o hoje mega DJ <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Oakenfold">Paul Oakenfold</a> cedeu um espaço em uma festa sua ao tal do Paterson, que acabou concebendo o <b><a href="http://www.theorb.com/ ">The Orb</a></b> como o primeiro projeto musical dedicado exclusivamente aos <i>chill outs</i>. Tomando lições dos experimentos com música <i>ambient</i> promovidos por Brian Eno, das viagens mais progressivas e psicodélicas do Pink Floyd (David Gilmour declarou em 1993 que era fã do Orb!) e das chapações <i>dub</i> jamaicanas, Alex Patterson criou um som único. A música flutua pelos canais de som, mas também treme o chão e faz dançar. Nunca em qualquer de seus discos Patterson apelou para climinhas pseudo-trancendentais. A única certeza ao ouvir o som deste inglês doidão é que a viagem estaria garantida, mas o destino seria sempre para algum lugar diferente. Dito isso, é bom frisar que “<b><i><a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:39fyxzljldte">The Dream</a></i></b>”, seu lançamento mais recente, é o seu melhor disco desde “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:hxfoxquhldte"> Orblivion</a>” (1997). Alguns climas iniciais nas faixas deste disco novo do The Orb podem sugerir alguma aula de meditação ou tai chi chuan. Mas os grooves e programações que entram a seguir podem fazer de um incenso um incêndio! De fato, a sonoridade de “The Dream” é mais dançante, vide as ótimas batidas de “Vuja De” e “The Truth Is...”. Contudo, os momentos <i>espaciais</i> estão sempre presentes, como em “The Dream” e “DDD”, como reza a cartilha psicodélica de estilo único nas produções de Alex Paterson. Aperte os cintos, senão teu corpo e tua mente vão loooooonge.... <br /><br /><b>Nightmares on Wax – “Thought So”</b><br /><br /><img src="http://ch.ill.fm/wp-content/uploads/2008/03/nightmaresonwax.jpg"> <br /><i>O cabeça do Nightmares on Wax</i><br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drl400/l445/l44586tt0cb.jpg" align="left"> Seguramente você pode baixar qualquer disco do projeto encabeçado pelo produtor inglês George Evelyn, mais conhecido como <b>DJ EASE</b>, que a tua viagem em busca de beats ora calmos, ora grooveados e sofisticados será recompensada. Que bom constatar que o <b><a href=" http://www.myspace.com/nightmaresonwax"> Nightmares On Wax </a></b> ainda tem gás pra acender e cozinhar bons climas e grooves sem apelar para os chavões que eles próprios involuntariamente ajudaram a reforçar. O estofo sonoro do recém lançado “<a href=" http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:d9frxzwkldse"> Tought So</a>” possui uma batida ligeiramente hip-hop, com grooves graves e pesados. Contudo, a melancolia trip-hop e os climas sofisticados continuam presentes, como que se o DJ EASE quisesse sempre reafirmar que o seu Nightmares On Wax pertence – ainda que não seja um dos pioneiros – a uma rara estirpe de projetos fenomenais de <i>down beats</i> como Massive Attack, Portshead, Thievery Corporation e Moorcheeba. <br /><br /><br /><b>Medeski, Martin & Wood – “Combustication remix EP”</b><br /><br /><img src="http://farm1.static.flickr.com/47/206935194_75fc6d5285.jpg?v=0"> <br /><i>Este trio arregaça com grooves animais e intricados</i><br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drd700/d709/d709276ll9p.jpg " align="left"> Um dos primeiros downloads que fiz em minha vida foi deste disco do trio <b><a href=" http://www.mmw.net/"> Medeski, Martin & Wood</a></b>. O meu interesse sobre eles veio após ler em algum lugar que existia uma banda que praticava exatamente o mesmo tipo de som que o <b>Beastie Boys</b> fez nas faixas instrumentais dos mega-clássicos “Check Your Head” (1993) e “Ill Communication” (1995). E que <b>”<i><a href=" http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:difexq9kldje"> Combustication</a></i>”</b> era um EP de remixes que estreitavam a relação do som do trio com o hip-hop e os grooves eletrônicos. Tendo à frente um Napster instalado no PC de um amigo meu, me vi num momento de mudança de hábitos irresistível e irreversível gritando à minha frente: “<i>eu não vou mais gastar os tubos para encomendar discos importados? Agora eu só dou um clique e o disco vem pra mim, fácil assim?!?</i>”, perguntei-me naquele dia. Pois eu baixei o disco. Um novo vício instalou-se em mim sem data para acabar. E o mesmo vício eliminou outro sem dó nem piedade. Nunca mais comprei ou encomendei um disco novo desde então, à exceção de uma ou outra ida a sebos de CDs usados.<br /><br />Tenho guardado um dos primeiros CDs-R que queimei de um download que fiz. O disquinho está todo podre, com as beiradas descascando e fungos abrindo buracos pelo meio. Com a velocidade de resposta de uma busca no Google, não tive nem tempo de sofrer pelo disco em decomposição: baixei-o novamente e pronto. O sentimento de nostalgia sobre “<i>Combustication</i>” provinha de um clique no mouse, de um CD-R de qualidade ruim. Meus discos originais, que muitas vezes foram adquiridos com suor e espera por encomendas que pareciam demorar uma eternidade, hoje repousam em caixas e encartes que não são manuseados há anos, tais quais peças de um museu abandonado. Não tenho nem tempo de sentir saudades de algumas épocas em que a música existia <i>fisicamente</i>. Carrego sons no meu celular e me mando pra rua. Às vezes me bate uma sensação esquisita, de que se eu tivesse trocado a mulher que sempre amei por outra alardeada por aí como mais <i>perfeita</i>: sem reclamações no ouvido, sem cobranças, sem oscilações de humor... e também sem emoções marcantes e duradouras.Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-81029463856528732862008-06-11T14:07:00.012-03:002008-10-30T15:42:48.633-02:00Tocando em casa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU51Jp6bCZWwfiwykq1C-LJqjr-JbChEBDjh_sWGrMS7QC_crq8kaqe4YmAeP8Mpqp9YR06bVJwoudFzBa0P_XhvQfMpdryU0-tDrAgu2uXmO85fdjo5D5F6qQ2u4NydtO5Bqp/s1600-h/crampsnapa1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU51Jp6bCZWwfiwykq1C-LJqjr-JbChEBDjh_sWGrMS7QC_crq8kaqe4YmAeP8Mpqp9YR06bVJwoudFzBa0P_XhvQfMpdryU0-tDrAgu2uXmO85fdjo5D5F6qQ2u4NydtO5Bqp/s320/crampsnapa1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5210679863310627986" /></a><br /><br /><br /><img src="http://ecx.images-amazon.com/images/I/51Y01E4G0AL._SL500_AA240_.jpg" align="left"> “Nos falaram que tocaríamos para loucos. Mas vocês são absolutamente normais para nós”. Foi com esta manifestação de <i>sinceridade</i> que o vocalista <b>Lux Interior</b> saudou o público presente no show de 1978 que gerou o vídeo <b>“The Cramps: Live At Napa State Mental Hospital”</b>, lançado originalmente em VHS nos anos 80, e que ganhou uma reedição em DVD há alguns anos atrás. Sim, trata-se de um show de uma banda historicamente demente, para uma platéia de doidos <b>legítimos</b> e clinicamente internados! Que o <b>The Cramps</b> nunca tenha batido bem das idéias, isto todo mundo que acompanha a carreira da banda do casal <b>Poison Ivy</b> (guitarra) e <b>Lux Interior</b> já sabia. Porém, quando li há uns 16 anos atrás numa reportagem sobre a existência deste vídeo, bateu uma curiosidade de ter isso em casa. Graças à nossa querida internet, este atestado de insanidade mental encontra-se ao alcance de todos através de um simples download!<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbStQ4CS-w9Li9T_oniIHt3tYIqAddPXzxtysVPM1NCN7kDQtWJx6UzsSMkZpCly3nuNO5TpPmFoOPu3CJoqacvedVqsYAZueiZFXL49e5TArKHP9GFck1G6H3VuQ8Mx4gMjEq/s1600-h/crampsnapa3.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbStQ4CS-w9Li9T_oniIHt3tYIqAddPXzxtysVPM1NCN7kDQtWJx6UzsSMkZpCly3nuNO5TpPmFoOPu3CJoqacvedVqsYAZueiZFXL49e5TArKHP9GFck1G6H3VuQ8Mx4gMjEq/s320/crampsnapa3.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5210731162660141250" /></a><br /><br />O vídeo é tosquíssimo! Filmado em preto-e-branco, com não mais que duas câmeras e com o áudio captado da forma mais primitiva, “Live At Napa State Mental Hospital” é, talvez, um dos registros mais honestos de uma banda de rock and roll em todos os tempos. Aqui não há frescura: o baterista <b>Nick Knox</b> toca com o bumbo furado (<i>vide foto no início do post</i>) o tempo inteiro. Os internos do hospital psiquiátrico passeiam pelo palco, dançam cada um no seu mundo, agarram e tentam bater (!) no vocalista Lux Interior. Nos cantos do palco, a esposa de Lux, Poison Ivy, e o outro guitarrista, <b>Brian Gregory</b> - eles ficaram sem baixista até 1986 - disparam riffs seminais de seu alucinado psychobilly na mais absoluta indiferença, mascando chiclete e acendendo um cigarro de vez em quando. A propósito, o vídeo é um raro registro do que considera-se a formação clássica do Cramps. Inclusive, Gregory ficou <i>famoso</i> por ser o único membro da banda que lidava realmente com magia negra, e que havia simplesmente sumido da face da terra sem deixar rastro, em meio a uma turnê do grupo. <br /><br />Como dá para perceber ao longo do show, é <i>gente bizarra</i> tocando para indivíduos devidamente diagnosticados como loucos! Porém, mesmo com todo o jogo cênico do quarteto (objeto de desejo de toda banda indie metida a agitar no palco, diga-se), percebe-se que a <i>loucura</i> dos Cramps fica, até certo ponto, intimidada diante de tantos seres humanos de mente verdadeiramente seqüelada reunidos num só local. Em certo momento, Lux Interior puxa ao palco um senhor negro que dançava à sua frente. Porém, o que aquele interno do hospício queria mesmo era ficar no seu canto, e por isso volta rapidinho ao seu local de origem. Os doentes mentais do Napa State Mental Hospital estavam curtindo, mas preferiam que ninguém lhes guiasse para nada, aproveitando um raro momento de liberdade. Se for baixar este troço, saiba que isso aqui é coisa de louco <b>mesmo</b>!<br /><br /><a href="http://thepiratebay.org/tor/3859046/THE_CRAMPS-Live_at_Napa_state_mental_hospital.DVDRIP.Xvid ">Baixe aqui o vídeo pelo Torrent</a>Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-48223765110603531562008-05-06T13:35:00.004-03:002008-10-30T15:46:58.678-02:002008 JÁ COMEÇOU……e só o Kalunga aqui é que demorou para acordar. Talvez seja o efeito de um verão que nunca acaba, esse calor dos infernos. Enfim, mãos à obra!<br /><br /><b>Hype que cumpre expectativa... ou não?</b><br /><br /><img src=" http://i.realone.com/assets/rn/img/8/6/9/9/19519968-19519974-slarge.jpg"><br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drk100/k170/k17027ot42m.jpg " align="left"> O <b><a href="http://www.myspace.com/doesitoffendyou" class="preto"> Does It Offend You, Yeah?</a></b> lançou o melhor disco de electro-indie-rock (ou <i>new rave</i>, se preferir) de 2008. Ponto. Não há o que se discutir sobre esta afirmação acerca do excelente álbum de estréia destes ingleses amalucados. Portanto, que venha toda a aura hype em torno deles, muita babação de “a melhor banda de todos os tempos da semana passada”, para depois virarem pó, iguais a vampiros que se arriscam sair à luz do dia? Vamos com calma, ouçam o disquinho bacana que é “You Have No Idea What You’re...” e se deleitem com o que muitos grupos novos prometeram e não cumpriram. As três primeiras faixas, “Battle Royale”, “With a Heavy Heart (I Regret To Inform You)” e “We Are Rockstars” são tudo aquilo que se espera de uma boa safra musical atual, com sintetizadores rascantes fazendo-se de guitarras, som de baixo matador, vocais, letras e título das músicas, hum..., <i>provocadores</i>. Estas três faixas, isoladas, compõem um panorama electro-rock de primeira, e que finalmente promovem uma mistura musical dançante e com um peso <b>de verdade</b> e sem frescuras. Logo a seguir, os caras querem mostrar que sabem produzir boas melodias, com “Dawn of Dead”, um belo indie rock de traços oitentistas. A dança volta com “Doomed”, com linha de baixo post-punk, batida new wave e um vocoder ao melhor estilo <b>Daft Punk</b>. “Attack of The 60 ft Lesbian Octopus” é uma faixa divertida, curta e engraçadinha, que parece ter jogado <b>The B-52’s</b> e <b>Devo</b> num liquidificador lotado de anfetaminas. A aura Daft Punk volta em “Weird Science”, um filhote bastardo da já clássica “Robot Rock”. Delírios pós-adolescentes encarnados em doces melodias farão a alegria daqueles indies de franja na cara (e estacionados na tênue linha que os separa dos emos...) nas belas “Being Bad Feels Pretty Good” (algo como um Cure fase “Head on The Door” com mixagem decente) e “Epic Last Song” (um caldeirão com <b>todas</b> as bandas alternativas levemente tristonhas dos anos 2000). Mas ficou faltando uma faixa, justamente a melhor! Pois é aí que reside o problema, e o péla-saco aqui não deixaria de expor. “Let’s Make Out” foi a música que me fez correr atrás deste disco, tendo em vista que ela saíra antes numa das coletâneas da <b><a href="http://www.kitsune.fr/" class="preto">Kitsuné</a></b>. É ali que os meninos entraram numa saia justa danada, e sabem o porquê? Pelo simples fato dela jogar boa parte deste disco de estréia no ralo (com exceção das citadas três primeiras músicas). E a dita cuja ainda conta com os vocais ensandecidos de um convidado (Sebastien Grainger, do <b>Death From Above 1979</b> – por sinal, influência notória no som do Does It Offend You, Yeah?)! É o famoso caso de single fantástico que cria tamanha expectativa que, quando o disco inteiro sai, a frustração fica latente. Tive de ouvir “You Have No Idea...” umas oito vezes para sacar que, sim, a banda é boa. Mas, no mundo rarefeito dos hypes pós-modernistas, ao invés de lascar um 10 com louvor, vou da uma nota 8 porque está mais do que justo. <br /><br /><b>Aquilo de sempre</b><br /><br /><img src=" http://www.wexarts.org/db/pa/1763_ladytron_383.jpg"><br /><br /><img src=" http://userserve-ak.last.fm/serve/130x130/5051383.jpg " align="left"> O bendito blogg que hospedou (não me pergunte qual, pois não guardei o link) o <i>passe-livre</i> para baixar “Velocifero” o categorizou com uma simples frase: “aquilo de sempre”. Pois bem, tenho de concordar com nosso parceiro bloggueiro, pois o disco novo do <b><a href="http://www.ladytron.com/" class="preto">Ladytron</a></b> não vai muito além do que eles - e elas - produziram até agora. Trata-se de um electro-rock (nada de new rave, apesar do rótulo comum) de tintas sombrias com vocais femininos doces e etéreos. Algo como o que seria um <b>Cocteau Twins</b> produzido pelo <b>DJ Hell</b>. Passado o furacão do <i>electro-clash</i>, de onde o Ladytron surgiu, permaneceu um grupo de boas canções e mais voltado para pistas góticas do que às luzes de néon piscando. Dito isso, é sempre bom ouvir músicas de boa qualidade, como “Black Car” (algo como um electro-rock denso e de ritmo tribal), “Ghosts” (uma espécie de blues eletrônico épico a lá <b>Depeche Mode</b>), “I’m Not Scared” (a melhor do disco, na minha opinião: com ritmo mais acelerado, lembra as faixas mais eletrônicas de “Automatic”, clássico do <b>Jesus and Mary Chain</b>), “Runaway” (batida oitentista e uma belíssima melodia), “Predict The Day” (a brutalidade do <b>Laibach</b> encontrando-se com <i>garotas delicadas</i> - ou um <b>Kraftwerk</b> versão Hello Kitty…) e “Deep Blue” (lembra os momentos mais atmosféricos do <b>New Order</b>). Tudo muito bem produzido e perfeitamente audível. Porém, nada que vá mudar sua vida ou que promova arroubos emocionais. <i>Aquilo de sempre</i>…<br /><br /><br /><b>Vampiros desencarnados</b><br /><br /><img src=" http://www.ruc.pt/~ruc1978/media/bauhaus4.jpg"><br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drj800/j818/j81878x0nxs.jpg " align="left"> Seres das trevas, louvai! Direto das tumbas, ressurge o vampiro-mor: o <b><a href="http://www.bauhausmusik.com/" class="preto">Bauhaus</a></b> está de volta! Trata-se do retorno às músicas inéditas do maior ícone do rock gótico de todos os tempos - tem o <b>Sisters of Mercy</b> também, mas o Andrew Eldritch insiste em enganar otários promovendo turnês com versões irreconhecíveis de seus clássicos sem lançar nada de novo há quase 20 anos… Não é pouca coisa, mas alguns fãs mais ardorosos (e que parecem presos numa tumba empoeirada dos anos 80) poderão levar alguns sustos com o recém lançado “Go Away White”. Os calafrios da turma fantasmagórica de Peter Murphy não serão provocados pelas belezuras góticas - até certo ponto, previsíveis - de “Endless Summer of the Damned”, “Mirror Remains” (as clássicas guitarras climáticas de Daniel Ash e o baixo <i>dub</i> de David J fazendo a cama para a interpretação expressionista de Murphy), “Saved” (bela – ou seria horrenda? – balada de letra supostamente inspirada nas <i>viagens</i> islâmicas do vocalista), e também nas gélidas e cadavéricas “The Dog’s a Vapour” e “Zikir”. Os fãs congelados nas catacumbas pós-punks vão mesmo pedir uma água-benta por causa do rockão a lá <b>Stooges</b> de “Adrenalin”, o pique hard/glam rock de “International Bulletproof Talent” – lembrem-se de que os caras sempre curtiram a fase <i>purpurina</i> do rock and roll, vide covers de Bowie e T-Rex - ou mesmo a faixa de abertura, “Too Much 21st Century” que, ao meu ver, possui uma clara inspiração Beatle! Sendo sincero, trata-se de um bom disco que honra o glorioso passado destes ingleses de características únicas. Dada a esmagadora maioria dos comebacks em ritmo de cover de si próprios, o espectro soturno do Bauhaus está mais (morto)vivo do que nunca.<br /><br /><br /><b>Remix caô</b><br /><br /><img src=" http://www.aversion.com/bands/kmfdm/images/kmfdm.jpg"><br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drj700/j707/j70780arnrp.jpg " align="left"> Os terroristas alemães do <b><a href="http://kmfdm.net/index.php" class="preto">KMFDM</a></b> lançam o mesmo disco todo ano. É incrível a constância suas produções, assim como também é notável que, ao repetirem uma fórmula já consagrada há vinte anos, mantêm a qualidade de sua divertidíssima mistura de thrash metal com industrial, temperados com vocais femininos ultrapop e as mesmíssimas capas dos discos com temática HQ. “Tohuvabohu”, lançado ano passado, cumpre muitíssimo bem as expectativas de quem gosta da banda, porém sem grandes inovações. Eis que surge o disco de remixes do dito cujo, “Brimborium”. Eis também que paira uma nuvem de caô no céu da banda: pra quê gastar um álbum inteiro para promover remixagens que, obviamente, não são melhores que as versões originais? E o pior: qual seria a razão de lançar um disco com remixes tão idênticos à proposta original da banda? O início, com a versão arrasadora do <b>Combichrist</b> (a melhor banda de EBM da atualidade, disparado!) para “Tohuvabohu”, traz boas expectativas. Mas o restante do disco é auto-referente e, por isso, redundante. O mesmo problema que inferiu o <b>Ministry</b>, em “Rio Grand Blood” (e o mesmo para “Cocktail Mixxx”, do <b>Revolting Cocks</b>) que lançou versões com batidas e guitarras em ordem alterada que pouco diferiam das originais, sendo que a maioria foi produzida pelo próprio líder e membro-único da banda! O KMFDM cai nesta roubada, pois chamar remixadores de propostas musicais semelhantes não iria acrescentar em nada na discografia da banda. Acabaram chafurdando no clássico <i>mais do mesmo</i>. E, ainda por cima, não se deram ao trabalho ao menos de remixarem a hilária “Los Niños Del Parque”, melhor faixa de “Tohuvabohu”.<br /><br /><br /><b>Remix inovador</b><br /><br /><img src=" http://bbsidee.files.wordpress.com/2007/03/nine-inch-nails.jpg"><br /><br /><img src="http://assets3.pitchforkmedia.com/images/image/39089.x-news-ninremix.jpg " align="left"> Um bom caso contrário à situação do lançamento recente do KMFDM foi promovido pelo <b><a href="http://www.nin.com/" class="preto">Nine Inch Nails</a></b> no excepcional “Y34RZ3R0R3M1X3D”, o disco de remixes de “Year Zero”, de 2007. Ouçam as versões, por exemplo, de <b>Ladytron</b> (fez de “The Begining of the End” um synthpop alucinante), o casal do New Order <b>Stephen Morris & Gillian Gilbert</b> (“God Given” – EBM em versão moderna, e “Zero Sum”, um electro ambient viajante), <b>The Faint</b> (trouxe “Meet Your Master” de volta à época de “Pretty Hate Machine – primeiro disco do NIN – porém com timbres electro atuais) e <b>Pirate Robot Midget</b> (um electro travadão e pesado em “My Violent Heart”). Fora que o mesmo disco de remixes possui versões que vão do rap ao dub, passando até pelo minimal techno! E o Trent Reznor ainda teve a manha de lançar um DVD com todas as faixas de áudio separadas para que <b>qualquer um</b> produzisse seus remixes (tudo bem que o <b>Public Enemy</b> já havia feito coisa parecida cinco anos antes, no que resultou em “Revolverlution”). Remix pra mim é isso: re-interpretações de algo já eternizado, goste-se ou não do resultado final do que fora modificado. <br /><br /><br /><b>O bom e velho novo rock</b><br /><br /><img src=" http://www.zigzaglive.com/live/wp-content/uploads/2007/11/wearewolves.jpg"><br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drj000/j072/j07227o6mny.jpg" align="left"> Ainda há mais espaço neste post para uma descoberta tardia: os canadenses do <b><a href="http://www.wearewolves.net/" class="preto">We Are Wolves</a></b>. Êita bandinha divertida, essa, hein? O disquinho de duração curta (nem meia hora) “Total Magique”, lançado ano passado, desce bem igual a um bom wisky single malt. Jogado no saco de gatos em que se misturam bandas electro-rock diversas, o We Are Wolves vai além deste rótulo. É como se o White Stripes encontrasse com sons eletrônicos provindos de um sintetizador estragado. É divertido pacas, algo como uma trilha sonora perfeita para jogar Enduro, do Atari. Sim, o clima é retrô, mas citando diferentes décadas.O sintetizador dos caras ora emula um acid house barulhento, ora incorpora um Jon Lord (Deep Purple) básico. E ainda tem um baixão sujo e pesado e uma bateria nervosa, que se revesa com beats programados de maneira discreta. Enfim, diversão garantida ou o seu dinheiro de volta. Como se alguém ainda comprasse discos que não sejam em sebos…Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-19044867990254643302008-03-12T14:21:00.009-03:002008-10-30T15:54:41.620-02:00Senhores do Crime<a href="http://www.theage.com.au/ffximage/2007/10/26/2_EP_071019100833923_wideweb__300x417.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px;" src="http://www.theage.com.au/ffximage/2007/10/26/2_EP_071019100833923_wideweb__300x417.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><br />Definitivamente <b>David Cronenberg</b> merece estar entre os grandes e imortais do cinema mundial após seus dois últimos filmes, “Marcas da Violência” e o recente “<b>Senhores do Crime</b>”. O cineasta canadense tem explorado histórias de densa profundidade sem perder suas características que o acompanham desde suas primeiras produções (“Scanners” e “Videodrome”) realmente conhecidas de algo próximo do grande público. A escatologia e a violência extrema, com imagens cruas, despidas de alegorias audiovisuais, estão lá, quase como clichês de seu estilo cinematográfico. Porém, a película mais recente, que assisti ontem (terça-feira, 11/03), é um estado de arte bruta, seca e com um surpreendente pendor positivo.<br /><br />O filme retrata um universo frio, primitivo e sombrio numa Londres atual de tons cinzentos, úmidos e avermelhados, com total ausência de trilha sonora que não seja das interpretações intensas, porém comedidas. É neste cenário que residem integrantes de uma máfia russa extremamente cruel e paternalista, porém com pouco ou nada a ver com o que se espera de filmes de gângsters que se vêem por aí. Não vou dizer aqui maiores detalhes sobre a sinopse do filme, a não ser que Cronenberg tenha repetido a parceria com o excelente ator Viggo Mortensen, só que desta vez invertendo os papéis do filme anterior (“Marcas da Violência”), com um homem supostamente mau que se revela um bom coração. <br /><br />Sem pieguismos. A cena de luta, facadas e mutilações numa sauna de banho turco é tão antológica quanto perturbadora: um homem completamente nu tentando se defender de capangas vingativos portando armas brancas (não se ouve um tiro no filme!), sobrando sangue e detalhismos que impressionam e incomodam na mesma proporção. Trata-se de um paralelo, ao meu ver, com uma das primeiras cenas do filme, o nascimento de uma criança banhada em sangue, totalmente desamparada e indefesa, lutando pela vida em torno de tanta crueldade em nome de negócios escusos. É neste ponto que eu quero tocar: David Cronenberg sempre primou por um invariável pessimismo em suas produções. Porém, “Senhores do Crime” confronta morte com nascimento numa mesma proporção, resultando numa peça de humanismo belíssima, ainda que envolta em selvageria. Cronenberg fez uma homenagem à vida em meio ao caos e à violência de uma forma única, com interpretações soberbas sem grandes exageros. Trata-se de um tipo de cinema de primeira grandeza. Tão cruel quanto a degola com uma navalha cega no início do filme. Tão belo quanto na manifestação à vida ao final de tudo.Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-66053134394993067382008-02-15T13:50:00.012-02:002008-10-30T15:56:19.390-02:00SUMMER HITS 2008O título aí acima não se trata daquelas coletâneas chumbregas de dance-hits de aeróbica que o mala do Luciano Huck anuncia em seu programa. Trata-se de uma singela trilha sonora com alguns sons – a maioria bem recente - para amenizar o calor deste verão que parece se iniciar somente agora em fevereiro, quando todo mundo que tirou férias (não foi o meu caso...) em janeiro levou chuva na cabeça e até correu o risco de levar um raio na telha (foi o meu caso...). Eu fiz a minha trilha. E você?<br /><br /><a href="http://www.exclaim.ca/images/up-1miss_kittin_03_lg.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px;" src="http://www.exclaim.ca/images/up-1miss_kittin_03_lg.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><i>Miss Kittin</i><br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drj600/j629/j62934dfnxf.jpg " align="left"> Vamos começar o som do verão numa <i>caixa de morcegos</i>. Bem apropriado para vampiros que viram pó quando se expõem ao sol... “Bat Box”, recém-lançamento da musa do <i>electroclash</i> <b><a href="http://www.misskittin.com">Miss Kittin</a></b>, é um discaço! É electro dos bons, com timbres de sintetizador pesados e que lembram muito a EBM dos anos 80, porém com uma produção sofisticada e ao mesmo tempo minimalista – tudo o que <b>não</b> era o electroclash quando do surgimento do hype em torno de si, lá por 2001. Há tanto momentos “pista” quanto <i>entre quatro paredes</i>, se é que você me entende. A francesa Miss Kittin é a rainha deste troço aí, não há o que se discutir. Sua voz é o cálice sagrado do que os produtores de electro buscam para dar aquele ar, digamos, mais <i>lascivo</i> numa pista de dança. Porém, quando esta menina resolve mandar uns vocais entre o gótico e o etéreo no meio do batidão (ouça “Pollution of the Mind”!), a concorrência fica mais perdida do que bêbado farofeiro no meio de uma praia lotada. <br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/dri800/i883/i88357p4g2p.jpg " align="left"> Mais francês na área! Não estamos na Riviera, e o casal Danny Mommens e Elys Pynoo, mais conhecido como <b><a href="http://www.vivelafete.be">Vive La Fête</a></b>, apesar de belga, canta na língua pátria do Zidane e inspira chamapagne à beira-mar após uma noitada daquelas. Na verdade, nunca achei o som deles lá essas coisas, pois mais sugeria um hype do que algo com mais consistência. Mas seu último disco, “Jour de Chance”, é muito legal. A banda está mais rock, com as guitarras aparecendo com mais freqüência, e as batidas estão mais aceleradas. Lembra uma espécie de <b>Siouxie and the Banshees</b> tocando num desfile de moda (se isso é possível), sei lá. É diversão garantida. <br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/dri900/i912/i91210bitpk.jpg " align="left"> Do champagne ao bourbon. “Subhuman” seria uma perfeita trilha sonora de um final de tarde meio tempestuoso de um verão meio apocalíptico (cruz-credo!). Trata-se da volta do projeto <b><a href="http://www.recoil.co.uk">Recoil</a></b>, capitaneado por <b>Alan Wilder</b>, ex-Depeche Mode, que já lançou outros quatro álbuns excelentes, onde praticava uma mistura de sua ex-banda com nuances sombrias (notadamente o <i>trip-hop</i> e o <i>darkwave</i>) alternado vocais femininos sensuais e soul com vozes góticas (<b>Douglas McArthy</b>, do <b>Nitzer Ebb</b>, era colaborador constante), além de enxertar algumas influências de jazz e blues. Pois é justamente o blues que dá o tom em “Subhuman”, que conta com a predominância dos vocais, guitarras e letras do soturno bluesman texano <b>Joe Richardson</b>, que parecem ter saído lá dos tempos de Robert Johnson. As faixas com vozes feminas sensuais - à cargo de <b>Carla Trevaskis</b> neste disco - desta vez são apenas suas coadjuvantes. Imagine uma banda jazz/blues de New Orleans tocando com um maquinário eletrônico pesado ao fundo e com tudo lotado de efeitos psicodélicos. Sensacional é pouco. Ouça a mistura sonora fascinante que faixas como “Killing Ground” e “Backslider” produzem e se imagine à beira-mar vendo o sol se ponto com belíssimos trovões ao fundo. <br /><br /><a href="http://www.exclaim.ca/images/up-1miss_kittin_03_lg.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px;" src="http://i30.photobucket.com/albums/c329/myra666/Gein%20Tour%202006/group1_myrtlebeach.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><i>Gein and The Gravehobbers</i><br /><br /><img src=" http://i30.photobucket.com/albums/c329/myra666/TwosomeGrusomeCD400_fl2.jpg " align="left"> Vamos à praia pegar umas ondas – ou levar umas na cabeça e sair arrotando água salgada e com a cueca lotada de areia. <b><a href="http://www.geinandthegraverobbers.com">Gein and The Graverobbers</a></b> é uma divertidíssima banda que provavelmente tocaria no Campeonato de Caixotes do verão do programa Hermes & Renato. O Gein (referência ao serial killer Ed Gein, que inspirou, entre outras coisas, a trama do filme “O Massacre da Serra Elétrica”, de Tobe Hoper) e sua turma de lunáticos praticam uma surf music instrumental calcada na mistura entre <b>The Trashmen</b>, <b>Misfits</b> e <b>The Cramps</b>, junto de ambiências sonoras sombrias e alguns momentos de <i>mariachi</i> (a lá “Um Drink no Inferno”). Não tem nada de novo aqui, mas é divertido pacas. Bom para pegar onda num pranchão velho remando com uma mão e a outra segurando uma latinha de cerveja. <br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/dri400/i425/i42574intu6.jpg " align="left">Agora é hora de pegar a estrada e seguir para alguma praia mais bacana neste verão. Bote “<b>Sucking The 70’s: Back In The Saddle Again</b>” bombando nos altos falantes e pé na estrada! Trata-se de uma coletânea muito foda de algumas das melhores bandas de <i>stoner rock</i> atuais pagando tributo a diversos clássicos dos anos 70 – nada mais apropriado para esta cambada de ‘sugadores’. De Led Zeppelin a AC/DC, de Rainbow a Neil Young, gente bacana como <a href="http://www.myspace.com/atpva">Alabama Thunderpussy</a>, <a href="http://myspace.com/fireballministry">Fireball Ministry</a>, <a href="http://www.ragingslab.com">Raging Slab </a> e <a href="http://www.myspace.com/theorangegoblin">Orange Goblin </a>mandando bala em versões tanto de canções consagradas quanto de faixas menos óbvias. Agora as cartas foram jogadas na mesa: se alguém ainda ouvia bandas de stoner achando que se tratava de algo novo, vai perceber que o som delas é véio pacas! Vamos acelerando para alguma praia isolada da Bahia pela BR-101 lotada de buracos e calor desértico com o som deste disco no talo.<br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drj100/j126/j12690hxizh.jpg " align="left">Aí, você pára num posto fuleiro na beira da estrada, negocia com o dono do boteco algumas substâncias ilícitas (se estamos na Bahia, já viu...) e dá de cara com uma plaquinha dizendo que é proibido vender bebidas alcoólicas nas rodovias federais. Caia na real, meu chapa: você não está na Route 66 e sim no brazuca! Se for o teu caso, pede para encher uma garrafinha de gasolina mesmo e entra no carro apertando o play em “4-Way Diablo”, novo petardo dos veteranos stoners do <b><a href="http://www.monstermagnet.net">Monster Magnet</a></b>. A banda liderada pelo malucão David Wyndorf (que quase bateu as botas numa overdose em 2006) ficou devendo no último disco (“Monolithic Baby”), um tanto levinho e pop demais. Mas a onda deste cara sempre foi mais sofisticada mesmo, na seara do stoner rock, desde o clássico “Powertrip” (o melhor, na minha humilde opinião). Pois o disco novo põe as coisas nos eixos com faixas envenenadas e também experimentais, beirando o pop. A estrada é ruim, mal asfaltada, cheia de buracos e lotada de policiais rodoviários te dando dura, mas o som do Monster Magnet inspira viagens <i>on the road</i> pra lá de intensas e lisérgicas, só que como o auxílio luxuoso de um ar condicionado. <br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drj500/j515/j51506evw40.jpg " align="left"> Estamos chegando à praia! Parece bacana, água verdinha (só na Bahia mesmo, pois aqui no ES é tão difícil sair da cor barrenta do oceano...), uns hippies vendendo aquelas bugigangas típicas... aí você salta do carro e vai em direção a um zumbido sonoro que parece ser bacana. Chegando numa casinha, dá de cara com um pessoal magrela de roupas coloridas dançando ao som de bandas de rock misturadas com eletrônica. Indies na praia?! Este verão <b>realmente</b> está esquisito! Deve ser a gasolina ingerida na estrada ao som do Monster Magnet... Pois bem, o som que sai das caixas é o da 5ª edição da coletânea da gravadora francesa “<a href="http://www.myspace.com/maisonkitsune">Kitsune Maison</a>”, ponta de lança no que diz respeito aos lançamentos do hype da vez: a tal da <i>new rave</i>. Assim como foi no electroclash há uns seis anos, ainda há muita gente batendo cabeça para se chegar a um resultado amplamente satisfatório. Sobram vocais afetados por cima de bases simplórias e linhas de baixo monocórdicas. Porém, sempre há o que se pescar nestas coletâneas. Particularmente escolhi um grupo ali que se destaca absurdamente dos demais: <b><a href="http://www.myspace.com/doesitoffendyou">Does It Offend You, Yeah?</a></b>. Batida reta electro-rock de primeira, vocais abusados, synths rascantes e uma disposição fora do comum em fazer algo bem feito e acima da média. <br /><br />A festa na casinha indie parecia estar boa, mas agora eu quero mesmo é pegar um sol ao som de <b>Jack Johnson</b> naquela vibe gostosa, relaxando, para depois jogar um frescobol... <br /><br />Jack Johnson?!<br /><br />Frescobol?!<br /><br />Não, isto é um delírio...<br /><br />Deve ser outro blogg se infiltrando aqui.<br /><br />Que verão esquisito...Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com25tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-56367433901230957602008-01-21T17:50:00.001-02:002008-10-30T15:57:16.025-02:00O PRISIONEIROBom, para que este blogg não seja eliminado do Blogger por causa da absoluta falta de atualizações, e também pelo momento de mudanças radicais na vida deste escriba, vou postar pequenos comentários acerca de coisas interessantes e, quem sabe, alguns textos mais longos.<br /><br /><a href="http://www.hotmoviesale.com/dvds/22653/1/The-Prisioner-No-Man-Is-Just-A-Number.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px;" src="http://www.hotmoviesale.com/dvds/22653/1/The-Prisioner-No-Man-Is-Just-A-Number.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><br />Um belo dia, numa terça-feira à noite de 1995, cheguei em casa meio bêbado de um rock pós-faculdade e liguei a tv para gastar aquele <i>grau</i> mental zapeando canais diversos. Parei no <b>Multishow</b> (NET) justamente no primeiro episódio de <b>O PRISIONEIRO</b>. Meu cérebro ficou ainda mais demente após tanta informação inteligente contida numa série televisiva inglesa produzida na segunda metade da década de sessenta. Cheguei a gravar quase todos os episódios em VHS na época. <br /><br />A sinopse? Bom, imagine que <b>Lost</b> copiou coisas dali na cara dura. Só que, enquanto a série do AXN parece jogar perguntas demais e depois não saber lidar com aquilo tudo, O Prisioneiro apresentava o elemento "mistério" de uma forma absolutamente instigante, e também discutia o papel do ser humano na sociedade em plena Guerra Fria, sem tomar partido para lado algum - lembrem-se que os comunistas eram <i>comedores de criancinha</i> até o fim dos 80's... Fora que o nível da produção era cinematográfico, que cada episódio era um filme à parte, que as respostas surgiam à medida que sua mente iria se contorcendo...<br /><br />Enfim, localizei <a href="http://www.homemnerd.com/coluna.php?sessao=PAI&id=0">um texto bem bacana sobre esta série </a>e que disse praticamente tudo o que você precisa ficar sabendo.<br /><br /><br />No mais, resta pedir ao Multishow pela centésima primeira vez para que eles voltem a exibir esta série fantástica. E, sim, esta série batiza a música de nome "The Prisioner", do <b>Iron Maiden</b>, presente no "<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:difqxq85ldte">The Number of The Beast</a>"Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-83599514270390791022008-01-17T15:25:00.001-02:002008-10-30T16:02:05.203-02:00<a href="http://www.triumf.ca/photo_archive/archive-images/All-Otters-binder/Studying.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px;" src="http://www.triumf.ca/photo_archive/archive-images/All-Otters-binder/Studying.jpg" border="0" alt="" /></a>Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-41095246671784994892007-10-23T16:54:00.001-02:002008-10-30T16:05:40.045-02:00A dança dos pós-punks e outros seres estranhosBatidas dançantes, vocais agudos e alegres, e uma indisfarçável sensação de que os anos 80 não foram tão ruins assim. A música atual corre atrás da década das ombreiras e dos mullets como se estivesse atrás de um santo graal que contém a secreta fórmula do sucesso. O lado bom disso tudo é que o rock voltou às pistas de dança, as batidas eletrônicas voltaram a conjugar com as guitarras sem constrangimento, e as lições deixadas pelo pós-punk original voltaram a se tornar relevantes hoje em dia. O lado ruim é o de sempre: genéricos copiando o que já era cópia sem discernimento algum e muito hype envolvendo caôs sem tamanho. Mas há sempre o que se pescar dentro de tamanha lagoa de influências que a geração seguinte ao punk rock começou a escarafuchar e misturar a partir do final dos anos 70<br /><br /><b>Pós-punk desde criancinha?</b><br /><br /><img src=" http://content.answers.com/main/content/wp/en-commons/4/4f/120days.jpg"><br /><br /><img src=" http://www.smalltownsupersound.com/v1/sql/newsimages/120Days.jpg " align="left"> Vejam como são as coisas hoje. Os noruegueses do <b><a href="http://www.myspace.com/120days" class="preto">120 Days</a></b> misturam muita coisa do que se aboleta debaixo do guarda-chuva hype atual - agora, toda banda de rock minimamente dançante é <i>new rave</i> - e o resultado soa radicalmente diferente deste senso comum. Mesmo assim, eles estão enquadrados no esquema geral que rola por aí, onde a “novidade” é mais importante do que a relevância sonora. Praticamente todas as resenhas que li sobre eles apontam para uma mistura de <b><a href="http://www.daftpunk.com/" class="preto">Daft Punk</a></b> e <b><a href="http://www.kraftwerk.com/" class="preto">Kraftwerk</a></b> com o <i>novo</i> rock anos 2000. Na pressa de lançar as novidades, a audição apenas da primeira faixa do <a href="http://wm04.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:fvftxqldldae" class="preto">seu álbum homônimo</a>, lançado no final do ano passado, a excelente (e longa!) “Come Out (Come Down, Fade Out, Be Gone)”, sugere esta descrição mesmo. Porém, basta ouvir a segunda música do disco, “Be Mine”, para sacar a onda real do 120 Days. Trata-se sim de uma puta banda que emula o melhor do pós-punk oitentista, com baixão na frente marcando o ritmo, bateria eletrônica e sintetizadores analógicos tecendo um <i>beat</i> minimalista e dançante, e vocais urgentes e melódicos ao estilo do <b><a href="http://www.u2.com/" class="preto">U2</a></b> (acredite!) dos primeiros discos - não há aquela afetação dos vocalistas atuais, cujos timbres parecem ter saído da dublagem do filme/animação “<a href="http://www.aardman.com/chickenrun/" class="preto">A Fuga das Galinhas</a>”. O som é denso, com fortes influências de <b><a href="http://members.aol.com/lwtua/joydiv.htm/" class="preto">Joy Division</a></b> (primordialmente), <b><a href="http://www.bunnymen.com/" class="preto"> Echo and the Bunnymen</a></b> e <b><a href="http://www.thecure.com/" class="preto">The Cure</a></b> (fase “<a href="http://wm04.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:aifwxqe5ldte" class="preto">Pornography</a>”). Mais um mero emulador do pós-punk? Não somente. Há ainda climões psiciodélicos promovidos pelos sintetizadores ao estilo de “<a href="http://wm04.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:a9fpxql5ldje" class="preto">Autobahn</a>”, do Kraftwerk - o que remete ao <i>pós-rock</i> de gente como o <b><a href="http://www.transband.com/" class="preto">Trans AM</a></b>, porém sem ser chato em demasia. “Get Away”, quinta faixa do disco, sintetiza a sonoridade do 120 Days: refrão forte, densa, dançante... e com absolutamente nenhuma influência pós-anos 80. Mais retrô, impossível. Mais <i>moderno</i>, impossível...<br /><br /><b>Cow Punk?</b><br /><br /><img src=" http://www.furious.com/perfect/graphics/gunclub.jpg"><br /><br /><img src=" http://images.amazon.com/images/P/B0002VET9U.01._SCMZZZZZZZ_.jpg " align="left"> Está aí uma banda verdadeiramente surgida nos anos 80 que deveria soar radicalmente fora do eixo vigente naquela época: os californianos do <b><a href=" http://www.thegunclub.net/" class="preto">Gun Club</a></b>! No disco “<a href="http://wm04.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:jiftxqu5ldde" class="preto">Miami</a>” (1982) não há qualquer vestígio de bateria eletrônica (aquelas hexagonais...), teclados Casio (aqueles que pareciam de brinquedo...) e guitarras encharcadas de efeitos <i>flanger</i> (aquelas com um som <i>magrinho</i>...). Há sim acordes raivosos, num híbrido de (pós)punk, country music, rockabilly e a anarquia sonora da dupla pré-punk <b><a href="http://www.iggypop.com/" class="preto">The Stooges</a></b> e <b><a href="http://www.mc5.org/" class="preto">MC5</a></b>. Os vocais do líder (e também guitarrista) Jeffrey Lee Pierce (falecido em 1996) são gritados, anárquicos, meio que um <i>bluesman</i> bêbado tocando num pub esfumaçado – daí a comparação justa e imediata com o som que <b><a href="http://www.thejonspencerbluesexplosion.com/" class="preto">Jon Spencer</a></b> viria a produzir posteriormente com seu <b>Blues Explosion</b>. Eu, que só conhecia a primeira faixa deste disco (“Run Through the Jungle” – um pós-punk meio <i>death rock</i>, totalmente diferente do resto das demais), gravada numa fita K7 há mais de 15 anos, e que tinha apenas como referência o fato de ser a banda de onde saiu a baixista <b><a href="http://www.patriciamorrison.co.uk/" class="preto">Patricia Morrison</a></b> para gravar o clássico “<a href="http://wm04.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:k9fwxqu5ldhe" class="preto">Floodland</a>”, do <b><a href="http://www.the-sisters-of-mercy.com/" class="preto">Sisters of Mercy</a></b>, simplesmente tomei um susto quando um amigo meu me passou o disco inteiro para ouvir. Já os rotularam anos atrás de <i>cow punk</i>. Faz sentido. No meio da mistureba maluca, colorida e espalhafatosa que foram os anos 80, mais estranho no ninho o pessoal do Gun Club não poderia deixar de ser.<br /><br /><b>Shoegazer Gótico?</b><br /><br /><img src=" http://homepage.mac.com/miniglenn/krud/dave/KRUD%20Photos/curve.jpg"><br /><br /><img src=" http://content.answers.com/main/content/wp/en/thumb/a/ac/200px-Comeclean_curve_albumcover.jpg " align="left"> Perdido no meio deste post, surge o casal Dean Garcia (guitarra) e Toni Halliway (vocal), que comanda o <b>Curve</b>, uma banda difícil de ser rotulada. Da leva de formações inglesas de nomes curtos (<b><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Ride_(band)" class="preto">Ride</a></b>, <b><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Lush_(band)" class="preto">Lush</a></b>, etc.) surgidas entre o fim dos anos 80 e começo dos anos 90, categorizadas como <i>shoegazer</i> (devido à postura tímida dos músicos, que tocavam olhando para os seus sapatos), o Curve se destacava por ser muito mais pesado que seus pares de cena, além de carregarem fortemente nas programações eletrônicas e nos climas sombrios. Toni e Dean estavam muito mais para uma dupla gótico-industrial-alternativa do que qualquer outra coisa, pelo menos dos dois discos que tenho deles, “<a href="http://wm04.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:dxfoxqljldse" class="preto">Come Clean</a>” (1998) e “<a href="http://wm04.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:fcfuxql0ldde" class="preto">Gift</a>” (2001). Músicas docemente indies e balançadas como “Something Familiar” (1998) e “Want More Need Less” (2001) poderiam enganar os leitores da <b>Melody Maker</b> de outrora, que corriam atrás de algo similar ao que viria se tornar o <i>brit pop</i> dos anos 90, ou então o que um dia já foi o <i>indie dance</i> da geração de <b><a href="http://www.jesusjones.com/" class="preto">Jesus Jones</a></b>, <b><a href="http://www.mp3.com/artist/the-soup-dragons/summary/" class="preto">Soup Dragons</a></b> (a <i>new rave</i> de 15 anos atrás) e cia. O pesadelo <i>breakbeat hardcore</i> de “Chinese Burn” (1998) e o batidão industrial com guitarras malvadonas e distorcidas digitalmente de “Hell Above Water” (2001 – algo como um <b><a href="http://www.nin.com/" class="preto">Nine Inch Nails</a></b> com vocal feminino) não dão margem a tais <i>singelezas</i>. Trata-se sim de uma bandaça, totalmente à parte do que rolava quando surgiram – o que dirá dos dias de hoje. Já me disseram que o Curve é um “<b><a href="http://www.garbage.com/home.php" class="preto">Garbage</a></b> do mal”. É por aí. A voz sensual e (pseudo)delicada de Toni declamando letras dúbias por cima de sonoridades proto-indies e programações eletrônicas fazem um paralelo com a banda de <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Shirley_Manson" class="preto">Shirley Manson</a></b>. Mas as batidas muitas vezes descambam no estilo <b><a href="http://www.theprodigy.com/" class="preto">Prodigy</a></b> e <b><a href="http://www.myspace.com/thechemicalbrothers" class="preto">Chemical Brothers</a></b> (“Gift”, “Chainmail”), ou mesmo no techno/house (“Robbing Charity” e “Fly With The High”). O casal andava meio sumidão, mas em sua <a href="http://www.curve.co.uk/" class="preto"> página oficial</a> há uma música mais recente, “Weekend”, que é simplesmente arrasadora: batida tribal, synths electro e baxo distorcido. Vai na fé que vale à pena entrar no universo do Curve, mesmo que você não encontre paralelos atualmente.Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-9231635250328860552007-09-10T14:58:00.001-03:002008-10-30T16:07:00.921-02:00Extermínio da consciênciaOs desvios de caráter, o descontrole emocional e a eliminação de moral e de princípios são características em comum nos filmes do diretor britânico <b>Danny Boyle</b> (famoso mundialmente a partir do genial “<b>Transpotting</b>”). Mesmo os “heróis” de suas produções são dotados de comportamentos desaprováveis quando submetidos a situações extremas. É o caso dos dois filmes deste cineasta que assisti semana passada: “<b>Extermínio</b>” (2002) e “<b>Sunshine – Alerta Solar</b>” (2007). Para salvar a própria pele, nós, humanos, agimos muitas vezes como animais selvagens – segundo a ótica de Boyle.<br /><br /><img src=" http://www.adorocinema.com/filmes/exterminio/exterminio-poster01.jpg"><br /><br />“Extermínio” surgiu embalado pelo marketing de “filme de zumbis”, na onda dos blockbusters hollywoodianos de terror atuais, que são lotados de efeitos especiais e de sustos cuidadosamente preparados para o espectador saltar da cadeira e depois esquecer de tudo. Porém, o filme de Danny Boyle é infinitamente superior ao que o próprio gênero do terror restringe em torno de si. O mote desta produção – um rapaz comum acorda do coma após 28 dias e se depara com a Inglaterra totalmente abandonada e tomada por um vírus mortal que transforma pessoas em zumbis raivosos, sem saber se o resto do mundo também padece desta epidemia – é por si só genial para atiçar a curiosidade do espectador. Mas, muito além da carnificina que o título da película possa sugerir, “Extermínio” coloca em questão valores éticos e morais diante de uma situação de total desolação e horror. Os zumbis, na verdade, são meros coadjuvantes dos humanos “normais”, que agem muitas vezes de forma pior que mortos-vivos em estado de raiva absoluta.<br /><br />O primeiro zumbi a aparecer no filme, por exemplo, surge justamente na figura do padre da paróquia onde o personagem principal foi buscar abrigo ou respostas. A religião simplesmente não existe nem possui autoridade diante da situação. Quando alguém é contaminado, podendo ser um desconhecido ou o seu próprio pai, a única solução é matar para não ser morto. Homens agem de forma primitiva quando confinados num mesmo ambiente, ainda mais se todos possuirem o poder de uma arma nas mãos, transformando a autoridade máxima em relativa por si própria. Mas, apesar de toda a desolação sugerida em “Extermínio”, há uma fonte de luz, valores surgem aqui e acolá sim senhor! A degradação humana encontra seus pares assim como aqueles que ainda persistem em seus juízos de valor diante de tal calamidade. <br /><br /><img src=" http://almanaquevirtual.uol.com.br/imgs/imgs05/070412-230401-peq-3.jpg"><br /><br />Já “Sunshine – Alerta Solar” embute o mesmo tipo de questionamento no âmbito de um filme ambientado no espaço. O Sol está morrendo, a humanidade está congelando e esvaindo junto com a luz cada vez mais fraca e escassa, e uma missão espacial leva todo o arsenal atômico da Terra para tentar reativar a Grande Estrela. Confrontos de egos surgem durante a viagem, mas os erros não podem ser tolerados neste tipo de tarefa. Quando as coisas começam a dar errado, “Sunshine” sai do âmbito de um mero filme de ficção científica estilo “veja-e-esqueça” e adquire contornos tipicamente característicos da mente de Danny Boyle. Porém, esta produção de 2007 não se equipara à “Extermínio”, talvez por pressão de fazer sucesso impondo um ritmo de thriller de suspense comum justamente perto da conclusão final. Talvez Boyle, um diretor tão afeito a mostrar as mazelas da psique humana, tenha sucumbido a salvar sua própria pele na indústria cinematográfica e acabou por produzir uma “obra menor” em sua filmografia. Tal qual o <b>Tim Burton</b> andou fazendo, que ganhou grana com “Planeta dos Macacos - um filme razoável - para finalizar uma produção fora dos padrões de Hollywood, (“<b>Noiva Cadáver</b>”), o cineasta britânico deve estar usando o sistema e juntando libras para poder bancar seus projetos pessoais mais profundos. Atitude muito parecida com a do personagem principal de “Trainspotting”...Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-35066867847273329832007-09-10T11:16:00.001-03:002008-10-30T16:09:07.828-02:00New rave do caralho<img src=" http://www.fides.dti.ne.jp/~atsutake/My%20Pictures/MUSIC/JOURNAL92/SIMIAN%20MOBILE%20DISCO.jpg"><br /><br />É incrível notar como o <i>electro</i> é um ponto de interseção entre diversos universos sonoros diferentes. Do “novo rock” ao EBM, da <i>new rave</i> a até mesmo ao pop, e incluindo também o guarda-chuva que acolhe a <i>dance music</i> (<i>trance, house, breakbeat, techno</i>, etc.) - <b>todos</b> estão se fazendo valer dos blips robóticos e timbres que parecem um computador dando defeito que são tão caros ao electro. E audiências tão diferentes quanto também se encontram nesta via retro-futurista que apareceu com força nos anos 80. Um dos maiores nomes da safra <i>new rave</i> (o rótulo <i>da hora</i>, mas que parece que em breve vai ser substituído por outro...), o <b><a href="http://www.simianmobiledisco.co.uk/" class="preto"> Simian Mobile Disco</a></b>, usa e abusa do gênero citado, mas consegue dar uma cara contemporânea e bastante pessoal em suas produções.<br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/dri800/i871/i87114hsjj2.jpg" align="left"> <br />“<a href="http://wc07.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:3vfuxzy5ld6e" class="preto"> Attack Decay Sustain Release </a>”, lançado neste ano, é um petardo dançante altamente inflamável, digno dos grandes álbuns de música eletrônica que começaram a surgir na década passada. Os antenados de plantão já baixaram singles e remixes bem antes do “álbum oficial” sair de fato. Ok, segundo a regra atual, o SMD já estaria <i>passado</i>, então? Nem fodendo! Se a pressa em adiantar as músicas no seu tocador de mp3 deixar, você vai se deparar com pedradas altamente destruidoras como “I got this town” (ecos de <i>electro-funk</i>), “It’s the beat” (minimalismo a serviço de robótica), “Tits & acid” e “Hot-dog” (electros devastadores como estes existem poucos por aí!). E o álbum ainda contém “Hustler”, um <i>breakbeat</i> animalesco de faz dançar até o mais apático ser humano. Aí você se pergunta: “<i>Tá! Então eles na verdade não apresentam nada de novo, a new rave é um embuste?</i>”. Pois é... os ingredientes são todos conhecidos, mas a receita do SMD é digna de chefs virtuosos, que sabem extrair de elementos simples e óbvios um resultado bastante saboroso e pessoal. Os timbres ácidos, os sub-graves, os samples espertos – definitivamente o Simian Mobile Disco criou um grande disco <i>querendo</i> ser taxado de <i>novo</i>, porém reciclando idéias já utilizadas. Se quiserem adotar o rótulo que deram para isso, então que seja: é um puta <i>new rave do caralho</i>!<br /><br /><b>Ainda dando no couro</b><br /><br /><img src=" http://www.lemonsound.com/visuels/uploaded/the_chemical_brothers.jpg"><br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/dri800/i889/i88941rqzc4.jpg" align="left"> Em outros tempos, um post como este <b>nunca</b> poderia deixar os <b><a href="http://www.thechemicalbrothers.com/home/" class="preto"> Chemical Brothers</a></b> em segundo plano. Mas, na real, os <i>tiozinhos</i> da eletrônica dos anos 90 largaram o manche da embarcação que lidera a corrida pelo <i>novo</i> lá atrás, na época do “<a href="http://wc07.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:fpftxqlkldhe" class="preto"> Surrender</a>” (1999). Até então, a dupla Ed Simons e Tom Howlands era quem dava as cartas nas pistas de dança. O tempo é cruel nestes dias de banda-larga (eu que o diga!), mas seria injusto afirmar que estes figuras aí perderam o bonde. Num caso clássico de quem um dia foi o centro das atenções e que agora observa os novos para se manter em evidência, “<a href="http://wc07.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:hvfwxz85ld6e" class="preto"> We are the night</a>” é, sem dúvida, um disco que os catalisa para a atualidade e reafirma a importância destes ingleses para a história da música eletrônica.<br /><br />Chemical Brothers encarnando um <b><a href="http://www.myspace.com/trentemoeller" class="preto"> Trentemoller</a></b> (papa do <i>minimal electro</i>) básico em “Do it again”? O fato é que esta faixa bota no chinelo praticamente toda a turma que aposta em <i>tiques-nervosos</i> para fazer dançar (irritar?), incluindo o fodão citado aí. “Das Spiegel” e “Burst generator” se encaixariam perfeitamente na geração atual da new rave, misturando baixos sujos de pegada rock underground com eletrônica pesada - como se os próprios <i>velhinhos</i> aqui do post não fizessem exatamente isso em clássicos como “Block rockin beats” e “Setting sun” há mais de dez anos. No final das contas, temos aqui um típico disco com a sonoridade característica da dupla, com diversos detalhes pipocando pelos canais de som e muitas melodias (vocais ou de sintetizadores analógicos e/ou digitais) que remetem à psicodelia de décadas atrás. Mesmo em músicas de forte apelo no electro como “No need” e “A Modern midnight conversation”, surgem espectros meio ripongas até! E esta não era uma das ondas dos caras desde o primeiro disco (veja a capa de “<a href="http://wm04.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:fpfyxq9hldhe<br />" class="preto"> Exit Planet Dust</a>")? Portanto, esqueça a bombação, pois “We are the night” é um disco de eletrônica que dá para ouvir em casa, no trabalho e <i>até</i> mesmo na pista de dança, com produção de ponta e muito, mas muito talento e sabedoria de quem realmente sabe o que faz e onde quer chegar. Trata-se de um Chemical Brothers de boa safra, <i>do bom</i> e com efeitos colaterais pra lá de positivos.Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-31563676384126426172007-08-07T16:36:00.001-03:002008-10-30T16:10:01.493-02:00The Last Sucker<img src=" http://www.madness.cz/UserFiles/Image/clanky/28ministry.jpg"> <br /><i>Este ainda não sou eu...</i><br /><br />No meio da correria do dia-a-dia, quatro trabalhos diferentes (de locais diferentes!) para fazer todos ao mesmo tempo, arrumando as coisas às pressas, cada pé com uma meia de cor diferente, a pressão de dar conta de tudo sem fazer merda, ventilador ligado mesmo fazendo frio, rinite alérgica batendo com força, cabelo na cara, cabelo do nariz crescendo pra fora, telefone celular que não funciona tocando e apagando tudo na hora que eu atendia, não sabia quem estava ligando, tropecei na cama, bati a canela com força, tô cheio de roxos pelo corpo por conta destes esbarrões, este parágrafo que não termina...e apertei play do Winamp no meio desta loucura toda, já com o fone no ouvido (na verdade eu estava com o fone no ouvido o tempo todo, acho que foi por causa dele que tropecei), e havia uma faixa mais <i>calma</i> selecionada para justamente preencher meu cérebro naquele momento com sonoridades amenas...só que o troço estava ligado no <i>shuffle</i> e abriu o som rasgando tudo com a versão de “Roadhouse Blues” (<b>The Doors</b>) que o <b>Ministry</b> cometeu no seu disco mais recente, “Last Sucker”. Thrash metal industrial com pegada blueseira, dois bumbos a lá Motorhead, Al Jougersen rasgando os vocais como se estivesse tirando u msarro de minha cara naquele momento. Pronto! Agora sim eu acalmei!<br /><br />Eu poderia tecer comentários mais profundos sobre cada faixa deste troço de louco que é o disco novo do Ministry, mas não dá. A parada fundiu meu cérebro com força! Sei lá, me senti como no filme “Old Boy”, quando o cara sai com a machadinha na mão querendo vingança. Mas eu não quero vingança! Eu quero ouvir este som mesmo no meio do caos em que me encontro no momento – a machadinha serviria para eliminar os obstáculos nos quais vivo esbarrando ultimamente. O Ministry inisiste em participar de minha vida em momentos marcantes, tipo quando recebi pelo correio o “Filth Pig” em plena Quarta-feira de Cinzas chuvosa. Fui ouvir “The Fall” com um pé d’água caindo do lado de fora... Enfim, “Last Sucker” encerra a trilogia anti-Bush perpetrada pelo Ministry de forma primorosa. E tenho que agradecer às pessoas que me têm me repassado sons como esses nos últimos meses, pois realmente não estou tendo condições de baixar qualquer coisa há tempos. Mas tenho plenas condições de ouvir cada som (presente!) desses e ficar com uma impressão de que estes momentos atuais estão tendo sua trilha sonora acertada – ainda que involuntariamente. Valeu!Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-65323889718111324192007-07-09T11:07:00.001-03:002008-10-30T16:11:45.734-02:00Cadáver mete medo em hype<img src=" http://music.gothic.ru/announces/necrostellar06-photo.jpg"><br /><i>Necro Stellar, da Rússia</i><br /><br /><b><a href="http://www.necrostellar.com/" class="preto">Necro Stellar</a></b>. Caramba... acho que poucas vezes o nome de uma banda soou tão perfeito. O som destes russos (!) é um amálgama de influências sombrias, <i>off-road</i> total das pistas de corrida do <i>Grande Prêmio Hype do Mês</i>. Um cadáver em decomposição cujos vermes comem e regurgitam sonoridades originais que a <i>inteligentsia</i> indie pós-moderna viraria pó – tal qual um vampiro à luz do sol – se fosse exposta a alguns segundos de audição. <i>Dark wave</i>, <i>ebm</i>, <i>hard techno</i>, <i>pós-industrial</i>… <i>Necro Stellar!!!</i> - porra, o nome da banda é o seu próprio rótulo musical: decomposição sonora vinda do espaço, climas pra lá de tétricos produzidos eletronicamente para que guitarras saturadas, cânticos das tumbas e vocais com quilos de efeitos joguem tudo que faria o terror para um fã daquilo que a <a href="http://bizz.abril.com.br/home/" class="preto"> Revista Bizz</a> elege mensalmente como <i>o que você tem que ouvir</i>. <br /><br />[A propósito, alguém aí da <i>geração download</i> compra aquela revista?!? Se eles – o pessoal da Bizz – pregam tanto o “fim da indústria musical” e “a livre troca de conteúdo pela internet”, então o povo que cresceu chamando “música” de “arquivo” não vai gastar dez paus num amontoado de informações em papel cujos milhões de web site dão as notícias instantaneamente. Acho que eles devem falar para as paredes e para velhacos rabugentos como eu ficarem descendo o pau – ter 31 anos hoje é ser mais ultrapassado do que ter esta idade há dez anos atrás, ao que me dizem por aí...]<br /> <br />Continuando...<br /><br /><img src=" http://www.necrostellar.com/Pictures/NS-SAT-CEM-COVER.jpg"><br /><br />E o disco destes zumbis russos se chama “<a href="http://www.necrostellar.com/Music/SCem_english.html" class="preto">Saturating Cemetery </a>”! Um clichê gótico para um conceito novo?!? Realmente não têm mais o que inventar, por isso <i>re-inventam</i>. Só que volto a bater na tecla do parágrafo primeiro deste texto: não tem nada do que postam por aí na mídia <i>indie mainstream</i> (redundante ou contraditório este adjetivo? Eu é que não vou responder novamente...) sobre o que é bom, não criaram rótulo ainda para o som desta banda. Por via das dúvidas, chamo o estilo deles de... <i>necro stellar</i>! Portanto, se você ainda acha que pode descobrir algum som por seus próprios meios, levando tapas na cara e/ou ouvindo algum pensando que era outro, baixe via banda-larga o espírito destes russos <i>simpáticos</i> (<b><a href="http://redeparede.com.br/vitoria/a-venda/geral/posts/lote-no-cemiterio-parque-da-paz-12694" class="preto"> Cemitério Parque da Paz </a></b> agradece!), ouça num quarto escuro (olha o clichê! olha o clichê!), beba um vinho barato e acenda uma vela. E veja a cera derreter até a ponta do dedão do seu pé, o vinho pegar fogo (vinho bom não queima!) e fazer com que você, apavorado, tire o Necro Stellar do mp3 player (ouvir som no CD-player é coisa de <i>velho</i>!) e bote pra tocar o disco de 2007 dos canadenses do <b><a href="http://www.arcadefire.com/flash.html" class="preto">Arcade Fire</a></b> (“Neon Bible”), que <a href="http://programaaltofalante.uol.com.br/index.php?master=balaio&sub=cd&ac=2&id=201" class="preto">andaram postando por aí</a> que se trata de uma “obra-prima sombria” – e o pior que é mesmo, pois se trata de um discaço!!! Porém, com embalagem chique demais para tamanha cara-de-pau disfarçada...<br /><br />Pois é... os hypados do Arcade Fire chuparam o sangue de cadáveres oitentistas que poucos (nem eles próprios, inclusive) aí atualmente teriam coragem de admitir suas influências: <b><a href="http://www.bunnymen.com/" class="preto"> Echo & The Bunnymen</a></b>, <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bauhaus_(banda)" class="preto">Bauhaus</a></b>, <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Southern_Death_Cult" class="preto"> Southern Death Cult </a></b> - é mais <i>in</i> citar o <b>Joy Division</b>, pois prestar tributo para gente morta (cadáver novamente!) é mais lisonjeiro! Mas os caras do Arcade enfiaram conceitos no disco e despistaram todo mundo sobre suas verdadeiras origens. Também, pudera: entregar influências góticas dentro do hype pega mal. Vampirinhos, <b>Evanescence</b>, <b>Marylin Manson</b>, <i>RPGs do mal</i>... é a superfície – ou melhor, a <i>cova-rasa</i> da parada, é caricato, é tão cafona pra este pessoal <i>antenado</i> quanto dizer que curte <b><a href="http://www.imotorhead.com/" class="preto">Motorhead</a></b> ou <b><a href="http://www.acdcrocks.com/" class="preto">AC/DC</a></b>, sons acéfalos por natureza, <i>burros</i> demais para serem dignos de textos aprofundados em bloggs da vida, porém dotados de emoção genuína. Bom, até agora, estão exumando ilicitamente cadáveres que estavam enterrados a sete palmos abaixo. No processo de cremação dos downloads e seus ídolos instantâneos, pega bem disfarçar tal pilhagem com punhetagem conceitual. Por essas e outras que o som do Necro Stellar vai ficar preso numa vila de zumbis – muitos é verdade. Vão direto ao ponto sem floreios: é som sombrio para gente que curte isso, é eletrônica radical para mentes devidamente formatadas. É inocente e vazio para quem procura pela <i>salvação-conceitual</i> de qualquer donwload que o valha. Apesar das <i>contra-indicações</i>, arrisque-se. Um download também pode ser surpreendente, seja para te emocionar ou para te enojar. <br /><br />*Não fosse um amigo meu, <b>Carlos Alberto</b>, vulgo <b>DJ Angel</b>, parceiro meu nas festas <b><a href="http://www1.fotolog.com/the_darkstreet" class="preto">Dark Street</a></b>, eu nunca haveria de conhecer o som de russos e também japoneses, romenos, venezuelanos (aguardem os próximos capítulos!) que produzem música esquisita e sem amarras com conceitos pseudo-alternativos. A propósito, o mesmo Angel descobriu o Necro Stellar por indicação pessoal do fera <b><a href="http://www.3coldmen.com/twin/bio_port.htm" class="preto">Alex Twin</a></b>, da conceituada banda de <i>goth-synthpop</i> multinacional <b><a href="http://www.3coldmen.com/frameset_port.htm" class="preto">3ColdMen</a></b> - gente que está no olho de um furacão que não sai na previsão do tempo do Jornal Nacional nem da MTV. Não conhece? Não sabe o que está perdendo...Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-38649126924200049822007-06-29T11:17:00.001-03:002008-10-30T16:12:55.586-02:00The Young Gods – “Super Ready Fragmenté” - 2007<a href="http://www.respectmusic.cz/2004/_tisk/y_m4ac_150x100.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px;" src="http://www.respectmusic.cz/2004/_tisk/y_m4ac_150x100.JPG" border="0" alt="" /></a><br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/drg900/g906/g90627psg7m.jpg " align="left"> O grupo suiço <b><a href="http://www.younggods.com/" class="preto">The Young Gods</a></b> tem sua marca definitiva em algum capítulo da música popular. Foram pioneiros em transformar o praticamente inaudito som <i>industrial</i> de malucos <i>noise</i> desbravadores - desde os anos 70 - como <b><a href="http://www.myspace.com/throbbinggristle/" class="preto"> Throbbing Gristle</a></b> (que tinha uma gravadora chamada “<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Industrial_Records/" class="preto">Industrial Records </a>” naquela época!) em algo palatável às massas, sobretudo por ter utilizado o sampler para modificar, deturpar e reinventar o som da guitarra roqueira no distante ano de 1985, quando a banda foi formada. Suas misturas de manifestos poéticos e filosóficos cantados no francês extremamente agressivo do vocalista <b>Franz Treichler</b> por cima de bases nervosas de bateria, riffs de guitarra inovadores e elementos folclóricos europeus romperam barreiras e deixaram interrogações em mentes incautas através dos álbuns “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:0pfixqq5ld0e/" class="preto"> The Young Gods </a>” (1987) e “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:jpfixqq5ld0e/" class="preto"> L’Eau Rouge </a>” (1989). Tiveram a ousadia de musicar poemas do músico e escritor alemão <b><a href="http://www.kwf.org/" class="preto"> Kurt Weill</a></b> e transformá-los em algo pós-moderno, fim de mundo e magistral ao mesmo tempo, no disco “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:apfixqq5ld0e/" class="preto">Plays Kurt Weill</a>” (1991). Quando começaram a cantar também em inglês, a partir de “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:kpfixqq5ld0e/" class="preto"> TV Sky</a>” (1991), atingiram o mundo inteiro com uma sonoridade mais acessível, porém desafiadora em sua essência, jogando no caldeirão influências de <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Stooges/" class="preto"> Stooges</a></b> (no som das guitarras – eles próprios declararam isso na época) e até mesmo <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/The_doors/" class="preto"> The Doors</a></b> (nos vocais), acabando por mostrar ao mundo que não havia barreiras para a criatividade e para o bom gosto. <br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/dre200/e294/e29461zhvt1.jpg " align="left"> A banda sempre prezou por belas melodias vocais, e os caras resolveram incluir nelas influências radicalmente psicodélicas e progressivas no disco seguinte, “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:dpfqxq9hld0e/" class="preto"> Only Heaven</a>” (1995), onde guitarras e ambiências sonoras flutuavam pelos canais de som emoldurando vocais ora agressivos, ora etéreos – ouça o <i>dub</i> sinistro de “Donnez Les Espirits” ou a trip pesada dos mais de 18 minutos de “Moon Revolutions” olhando para as imagens da arte do CD e tente imaginar o que se passava na mente deles quando gravaram o disco... Seu último registro oficial como “banda” mesmo - “<a href="http://www.rockpress.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=1305/" class="preto"> Music for Artificial Clouds </a>”, 2004, foi um experimento com <i>ambient music</i> - até o presente momento foi no quase que totalmente eletrônico “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:wpfrxqlaldse/" class="preto"> Second Nature</a>” (1999), e conceitual (traça um paralelo entre o uso de substâncias alucinógenas pelas sociedades modernas – que procuram escapar da realidade, e pelas tribos “primitivas” que vivem no meio da natureza – que as utilizam para elevação da alma e do conhecimento) com as guitarras - ou o que <i>sobrou</i> delas - soando como sintetizadores <i>trance</i> e mais um punhado de memoráveis canções de outros planetas. Para onde mais os Jovens Deuses poderiam ir? Apostar fundo em alguma sonoridade “nova” ou voltar às raízes? Talvez as duas opções...<br /><br /><a href="http://www.respectmusic.cz/2004/_tisk/y_m4ac_150x100.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px;" src=" http://www.younggods.com/cms/images/superready/flingue_glitter.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><br />As duas primeiras faixas de “<b><a href="http://www.younggods.com/cms/front_content.php?idcat=112&lang=1&client=1/" class="preto"> Super Ready Fragmenté</a></b>”, recente lançamento dos Young Gods, confirmam o que o próprio Franz Treichler <a href="http://digitalnonsense.blogspot.com/2004/07/young-gods-jeremy-narby-frum-cultural.html" class="preto"> me contou pessoalmente quando da vinda de sua banda a São Paulo em 2004</a>: “As guitarras vão voltar”, disse ele para mim e para um grupo de fãs que o cercavam no teatro do Sesc Av. Paulista naquela ocasião. Com o disco finalmente na rua (eles tiveram problemas de gravadora neste período), dá para constatar através de “I’m The Drug” e “Freeze”, as tais músicas que abrem o disco, que as mesmas poderiam tranquilamente estar presentes em “TV Sky”, justamente o seu maior êxito comercial. Nostalgia? Apelação? Falta de criatividade? Você pode até acusá-los superficialmente dessas coisas, mas um fato é certo: são duas músicas matadoras, com as tradicionais guitarras moto-serra apitando alto, pegada forte na bateria e com os vocais de Franz ainda mais marcantes, com um timbre ligeiramente mais rouco e envelhecido. O disco segue nesta onda auto-referencial, com as tribais e barulhentas “Cest Quoi Cest Ca” e “El Magnífico”. Porém, a faixa seguinte, “Stay With Us”, mostra do que estes caras ainda são capazes quando resolvem <i>pirar o cabeção</i>: trata-se de uma espécie de <i>dub industrial</i>, com sons de citaras e violões que pairam sobre ambiências sonoras, enquanto Franz versa palavras dignas de uma viagem de ácido. O buraco (negro?) é mais profundo na faixa-título (quase nove minutos de uma trip alucinada com batida quebrada, guitarras flutuando pelos canais de áudio, e com Treichler encarnando um Jim Morrison pós-moderno) e em “Un Point Cest Tout” (bela melodia cantada em francês por cima de algo entre o <i>dub</i>, o <i>ambient</i> e o rock progressivo). Nestes momentos, os ouvidos mais convencionais poderiam taxá-los de “chatos”, mas justamente ali reside a inquietude musical que tanto os tornou cultuados. “About Time” (com um groove surpreendente!), “The Color Code”, “Secret” e “Everythere” recolocam o grupo na trilha roqueira, sangue nos olhos com neurônios – coisa rara! Os Young Gods, que por muitos anos passados, foram considerados a ponta-de-lança do que havia de mais moderno e desbravador na música, resolveram olhar para dentro de si para poderem clamar por respeito e, acima de tudo, se mostrar relevantes atualmente. Em pleno 2007, com tudo o que já se fez por aí até hoje, o “antigo” pode soar “moderno” para as novas gerações. Franz Treichler e cia. jogam tudo isso num mesmo caldeirão e ainda fazem você sair cantando belas melodias por cima de soluções musicais anti-convencionais. O universo dos Jovens Deuses é bastante complexo, mas eles sabem se fazer ouvidos. <br /><br />*Quer ouvir os Young Gods em plena onda de piração total? Vá ao disco 2 da coletânea “<a href="http://www.propertop.com/article.php?article_id=471" class="preto"> XXY: Twenty Years – 1985-2005</a>”, e ouça coisas esquisitas e geniais como a desconstrução <i>dub-house-minimal</i> de “Astronomic”, o arranjo de cordas em “Child in the Tree”, as versões dub de “Kissing the Sun” e “Supersonic” produzidas por <b>Mad Professor</b> (que virou “Dub the Sun”) e pelo próprio Franz Treichler respectivamente, e os covers de “Requien Pour un Con” (<b>Serge Gainsbourg</b> - com sub-graves alienígenas, radicalmente eletrônica!) e “The End” (<b>The Doors</b> - em fiel citação gravada ao vivo).Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-20840186249668927282007-05-24T13:57:00.001-03:002008-10-30T16:14:08.258-02:00My Life With The Trhill Kill Kult – “The Filthiest Show in Tow”<img src=" http://www.mylifewiththethrillkillkult.com/photos/promo/tkk_2006.jpg "><br /><i> Tarantino ainda não descobriu esta banda</i><br /><br />Existe uma banda perfeita para tocar a zona nos puteiros de <b><a href=" http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/sin-city/sin-city.asp " class="preto">Sin City</a></b>. Mescla de decadência sub-urbana retrô com futurismo barato, este mesmo bando(a) poderia fazer a farra em pubs de mundos insólitos como os de <b><a href=" http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/blade-runner/blade-runner.asp " class="preto">Blade Runner</a></b> e ainda servir de música ambiente para happy hours da casa da família de <b><a href=" http://www.kollision.biz/movies/mov_files/mov_texaschainsawmassacre74.htm " class="preto">O Massacre da Serra Elétrica</a></b>. Aliás, os ditos cujos deste texto surgiram do propósito de compor a trilha sonora de um filme trash/terror B que nunca fora exibido: <b><a href="http://www.mylifewiththethrillkillkult.com/" class="preto"> My Life With The Thrill Kill Kult </a></b>. Idealizado em meados dos anos 80 pelos cérebros alterados de Buzz MCoy e Groovie Mann, este divertido agrupamento de lunáticos de Chicago pratica um som industrial único, mesclando elementos de noir, big bands dos anos 40, guitarras surf e vocais femininos lascivos. A matriz é esta, mas não é só isso. Vale à pena ouvir “<a href=" http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:abfpxqr5ldhe" class="preto">Sexplosion</a>” (que tem na capa a mais famosa pin up de todos os tempos, <b><a href=" http://www.bettiepage.com/" class="preto">Bettie Page</a></b>), com seu clima jazzy e refrãos cantaroláveis por todos os lados. Ou então a pegada mais marcial do rock industrial de “<a href=" http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:f9ftxqw5ldse" class="preto">Confessions of a Knife</a>”, transformando um estilo notoriamente sisudo em algo divertido. Ou ainda os ecos de house music e hip-hop (!) de “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:gcfyxqw0ldae" class="preto"> Reincarnation of Luna </a>”, que mandou às favas qualquer tipo de hermetismo acerca do estilo que a banda poderia perpetrar. A propósito, o Kill Kult mandou ver até mesmo num disco festeiro – praiano até!, algo entre <b><a href="http://www.theb52s.com/" class="preto">The B-52`S</a></b> e <b><a href="http://www.revoltingcox.com/records/revoltingcox/" class="preto">Revolting Cocks</a></b>, no divertidíssimo “<a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:fpfoxqyhldde" class="preto">Hit, Run & Hollyday</a>”. Arrisque-se a botar músicas como “Sex on Wheelz” e “Glamour is a Rocky Road” para tocar numa festinha qualquer e você verá as pessoas dançando algo que elas não conhecem. My Life With The Thrill Kill Kult é uma banda que promove diversão no terreno improvável de seu ponto de partida, justamente o som industrial. <br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/dri400/i467/i46753x0nxs.jpg " align="left"> Ouvir um disco delicioso como o mais recente lançamento do Kill Kult, “<b><a href="http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:hpfixzy5ld6e" class="preto"> The Filthiest Show in Tow </a></b>” (2007), nos dias atuais é um alento, ao mesmo tempo que fico me perguntando sobre como é que um som original como esse não caiu no gosto dos <i>geradores de hype</i> - e olha que a MTV brazuca até colocou a citada “Sex on Wheelz” de fundo para a chamada de um programa e nada. “The Filthiest...” restringiu os elementos de “industrial” a apenas alguns timbres de bateria ocasionais e riffs de sintetizador bem discretos e certeiros, apostando fundo no clima jazzy/noir com toques de horror decadente que caracterizou mais os sons de “Sexplosion”. Mas há uma evolução em termos de grooves (elemento improvável em bandas de industrial), tal qual ocorre em faixas irresistíveis como “Born of Fire” (linha de baixo matadora!), “High Class Taboo” (guitarra setentista sampleada e melodias vocais que parecem ter saído do <b><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Funkadelic" class="preto">Funkadelic</a></b>!), “My Kinda Guy” (pianos elétricos e até mesmo um melotron dão o clima) e “Jive Ass Live” (guitarrinha em wah-wah irresistível fazendo o balanço com piano, percussão e baixo bem marcados). E quando você ouve o tecladinho de filme de terror barato de “Cadillac Square”, que abre o disco, e o som de sax e de piano de cabaré de “Cover Girl Blues”, música que fecha o álbum, tudo isso embalado por vocais masculinos sussurrados e canastrões alternados por vozes femininas provocadoras, o clima da música do Kill Kult se faz mais sólido e presente em 2007. É som para embalar um helloween divertidíssimo, dry martinis por todos os lados, zumbis decadentes dançando junto de meretrizes e traficantes mexicanos negociando jogatinas. <b>Quentin Tarantino</b>, que tanto gosta de um horror B e de humor negro, precisa descobrir esta banda urgentemente para compor a trilha de seus próximos filmes.Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-85714637769225924172007-05-15T13:36:00.001-03:002008-10-30T16:14:45.461-02:00NINE INCH NAILS - "YEAR ZERO"<img src=" http://www.claricehadalittlelamb.net/gossip/upload/NIN.jpg"><br /><br />Trent Reznor possui uma inquietude rara e, por vezes, incômoda. O cérebro teutônico do <b>Nine Inch Nails</b> tem a necessidade de estar sempre se reinventando a cada disco. Além disso, sua banda faz parte de uma linhagem virtuosa de artistas provindos da década de 90 (e dos pouquíssimos que ainda estão na ativa hoje) que se dão ao luxo de lançar o som que bem entendem que as suas respectivas gravadoras terão apenas que aceitar, prensar e distribuir seus discos sem pestanejar – e colher os frutos financeiros com um largo sorriso posteriormente. Gente como <b>Radiohead</b>, <b>Pearl Jam</b>, <b>REM</b> (este, dos anos 80) e o próprio Nine Inch Nails conquistaram uma certa independência de fazer inveja às novas gerações, pois são figuras <i>mega</i> que se comportam como <i>alternativos</i> sem perder a integridade musical. Não sei até quando esta moral deles durará, até porque o álbum “<b>Year Zero</b>”, lançado recentemente, parece ser o suicídio comercial de Trent Reznor. <i>Parece</i>...<br /><br /><img src=" http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/dri400/i458/i45850bm0s5.jpg " align="left"> À primeira audição, “Year Zero” soa mal acabado, sujo, de ritmo agarrado num freio de mão. Quando fui ouvir, até pensei que a cópia que meu amigo <b>Hudson</b> (valeu!!!) havia me dado de presente se tratava da versão demo do disco, naquelas típicas pegadinhas do mundo dos downloads, quando você, na ânsia de baixar o disco antes dele sair oficialmente, acaba pegando uma versão inacabada da obra. Mas o disco era esse mesmo! E Reznor, como bom conhecedor de estratégias de marketing, tratou logo de criar factóides que pudessem chamar a atenção para a sua obra mais anti-comercial: a temática ambientada num futuro próximo, apocalíptico, arrasado social e ambientalmente... e com uma mão que vem do céu para aterrorizar as pessoas! Bom, todo mundo já leu isso antes na internet e em praticamente todos os setores da mídia musical – até os <i>indies</i> caíram no hype de ouvir e elogiar o disco (mais pela temática meio nerd do álbum, que inclusive teve prenúncios estilo RPG virtual espalhados pela rede)! Ué? Indie caindo na onda de uma banda com quase vinte anos de estrada?!? O caô de Mr. Reznor colou mesmo!<br /><br />Mas de caô “Year Zero” não tem nada, musicalmente falando. É, para variar, um discaço – ainda que contenha algumas idéias repetidas. Todo o hype que Trent Reznor conseguiu trazer para este lançamento trará novas gerações que poderão se interessar no universo da música industrial, pois o disco em questão vai de contra à tendência mais roqueira e direta do fantástico “<a href=" http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:wxfwxq9sldhe" class="preto">With Teeth</a>” (2005), seu álbum anterior. Após a introdução “Hyperpower”, “The Beginning of the End” até que engana bem a quem acha que o disco está bem “rock”, com suas guitarras sobrepostas e bateria bem marcada. Mas “Survivalism” vem com muito barulho, bateria eletrônica minimalista e synths tão pesados quanto as guitarras. A estranheza do disco caminha para o groove robótico de “The Good Soldier”, à sujeira industrial de “Vessel”, à arrastada “Me, I'm Not”, e ao proto-blues mecânico de “Capital G” – todas essas, diga-se de passagem, poderiam muito bem fazer parte do clássico “<a href=" http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:hjfuxqugldae" class="preto">Downward Spiral</a>” (1994), o que denota um sinal de repetição de idéias clara e evidente. Já “My Violent Heart” apresenta uma estranha batida electro-funk que culmina num refrão ao estilo “explode tudo” – uma solução bem original e que vai de encontro às declarações anteriores ao lançamento do disco, onde Reznor afirmava ter sido influenciado pelos primórdios do seminal e inovador grupo de rap <b><a href=" http://www.publicenemy.com/" class="preto">Public Enemy</a></b>, com muitas batidas e colagens eletrônicas. O mesmo ocorre nas músicas “God Given” e “The Great Destroyer”, de batidas dançantes bem originais e fragmentos de melodias pop por todos os lados. No mais, o disco segue o formato de alternar batidas esquisitas com sujeira digital, guitarras roqueiras e as excelentes melodias que Trent Reznor sabe fazer muito bem. Nos anos 90, “Year Zero” seria considerado “a bola da vez” no quesito “modernidade”. Mas, nos anos 00, o “moderno” aqui soa até mesmo <i>retrô</i>, com suas soluções <i>noventistas</i>. Reznor fez mais um grande disco, bem acima da média de tudo que há por aí. Mas a obrigação de se reinventar esbarrou aqui em repetição de idéias por mais da metade do álbum. Um defeito e uma virtude - um paradoxo: o NIN atual busca inspiração na sua própria obra para se repetir, se renovar e/ou criar novas soluções. Convenhamos: isso é para poucos.<br /><br />*<i>Este disco do NIN abre caminho para os leigos no som industrial ouvirem <b>The Young Gods</b> e <b>My Life With The Thrill Kill Kult</b> (cujos discos só fui ter a chance de ouvir de antemão através do brother <a href="http://blackzombie.blogspot.com" class="preto">Doggma</a> - valeu <b>mesmo</b>!) que também estão de discos recém saídos do forno! Em breve – e para quem tiver saco – resenhas aqui!</i>Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-10865676.post-58433092237398115112007-04-03T14:03:00.001-03:002008-10-30T16:16:18.376-02:00O Indie é Pop...<img src=" http://i8.photobucket.com/albums/a43/dreamyhorses/klaxons.jpg"><br /><i>...e o Pop não poupa ninguém! Os <b>Klaxons</b> já vão tarde?!</i><br /><br />Fenômeno louco esse dos anos 2000, cujas novidades aparecem e somem na mesma rapidez em que sua conexão de banda larga demora para carregar uma página da internet. Faça um paralelo entre o que se chamava de “indie” em meados dos anos 90 e o mesmo nos dias atuais. O cara que habitava este universo, até dez anos atrás, invariavelmente era uma figura meio nerd, usava roupas parecidas com as de um professor de física nuclear, e consumia cultura pop de acordo com o que deveria ser a “nova onda do momento” até alguém chegar lá e escrever uma matéria num grande jornal e/ou revista tupiniquim. Aí perdia a graça, pois a panelinha de amigos <i>antenados</i> que sabiam ler a <b>Melody Maker</b> e o <b>NME</b> sem precisar da ajuda de um tradutor simplesmente largava de mão sua banda-preferida-das-últimas-semanas pelo simples fato de que os reles mortais poderiam ouvir tal som e, pasme, comprar o disco na loja da esquina! <br /><br />Hoje os tempos são outros. Basta um clique que você baixa o som que quiser. A informação se democratizou. E esta democracia está se rendendo aos efeitos mais rasos da Indústria Cultural. O jovem que cresceu com internet rápida boceja o indiferente sabor da banalidade tal qual o mesmo indivíduo que cresceu tendo TV a cores em casa como a coisa mais normal do mundo. Entre perfis no Orkut, vídeos no You Tube e downloads que vão lotando o HD de seu mp3 player, os mesmos jovens engolem a informação massificada sem perceber. Expõem suas entranhas pessoais (ou <i>mentiras</i> pessoais) nos seus perfis de “sites de relacionamentos” (termo já démodé este...) como se fosse absolutamente corriqueiro das pessoas saberem se você está namorando ou não, se você saiu ontem e com quem, se você tem a obrigação de ter centenas de “amigos virtuais” e de participar de comunidades infinitas – estranho é quem não adere à massa expondo sua carinha em perfis sempre positivos e com defeitos convenientemente aparados. O excesso de informação está diluindo a utilidade real da própria informação. Você está ao passo de um clique no mouse para conhecer universos distintos, o seu interesse por determinados assuntos pode se desdobrar numa teia (web!!) infinita de possibilidades para ampliar seus conhecimentos e ainda pode desenvolver uma espécie de “filtro” para discernir o que presta e o que é lixo. Mas você cresceu com um PC potente e uma conexão veloz. Vai escrever “você é legal” como uma criança sendo alfabetizada (<i>vc eh legau</i>). Vai consumir e esquecer com a mesma rapidez. Vai sacar que ser “indie” hoje é ter o poder da banda larga nas mãos, de está em sintonia com o Mundo Pop – ainda que este utilize-se de trejeitos e maneirismos que eram exclusivos dos <i>índios</i>, ops!, “indies” de outrora. <br /><br />Veja bem: o Santo Graal do Pop atual se encontra nos anos 80. A década dos mullets, das blusas com ombreiras, do gel New Wave, das calças baggy e cintura <i>centro-peito</i> - tudo o que fora mais ridículo e exagerado em todos os tempos, com certeza! Mas também era o tempo de fusões musicais inimagináveis em décadas anteriores. Uma banda de pegada legitimamente rock, por exemplo, poderia usar bateria eletrônica (aquelas hexagonais!) e teclados portáteis (estilo Roupa Nova!) sem o menor pudor. Era o pop bem feito da época, produzido para dançar e cantar junto melodias que, admita, os anos 80 souberam produzir de uma maneira bem própria. Logicamente, existiam bobagens inomináveis, daquelas que infestam hoje as festas estilo “Thrash 80’s” – piadas de extremo mau gosto sendo contadas repetidas vezes. Separando tudo isso, a entrada dos anos 2000 ofereceu o óbvio reciclo de vinte anos atrás, filtrando os excessos e buscando o refrão e a batida dançante que foram perdidos no <i>grunge</i> e no <i>nu metal</i>, fenômenos pop anteriores que já apodrecem no esquecimento. Os <i>pioneiros</i> de hoje, que deram largada a esta reciclagem, agora estão vendo bandas copiando o que já era copiado, assim como o público que adota os plagiadores do plágio, deixando pra lá o aprofundamento da informação, que está ali, ao sabor de um link! O que necessitava de uma pesquisa musical mais acurada, deu as bases para aqueles que pegam o produto já embalado e produzido em série. E os mesmos re-embalam o tal produto com recheio semelhante e só mudam o embrulho, lançando-o novamente na praça com o selo de “novidade”. Olha aí o exemplo atualíssimo da tal da “new rave” que não me deixa mentir, e que, após nem bem aparecer ao mundo, já é dada como morta por seus “fundadores”.<br /><br />Mas, e os “indies” do começo do texto, onde se encontram atualmente? Nas paradas de sucesso! O que antes era sinônimo de informação suada, codificada e pouco compartilhada, agora é o mainstream, é o que dita comportamentos, o que você vai vestir e ouvir. A geração que cresceu com downloads nas mãos é quem tem o poder também! Se você veio antes dessa gente, que viu na internet a tábua da salvação dos seus sofridos reais minguando nas cotações em dólar para conseguir um som antes de todo mundo, que adorava ter o prazer de poder tirar onda que descobriu uma banda antes de sair na coluna do <b>Lúcio Ribeiro</b>, agora se vê atropelado pelo batalhão dos “indies atuais” e suas conexões de banda ainda mais larga, com disposição jovial de fuçar a internet atrás de novidades que nem elas - as “novidades”- ainda sabem que surgiram ao mundo. A prática de descobrir um novo som antes de todos banalizou-se. Na verdade, o espertinho que acha que está antenado com as últimas tendências, está mesmo é reciclando uma informação que fora jogada na rede puramente por ser “nova”. Alguém aí, de fato, presta a atenção com aprofundamento mínimo nos milhares de sons que entopem seu IPod? “Eu presto sim!”, dirá a maioria. Serão os mesmos que afirmam que os 1.328 amigos virtuais no seu Orkut são “meus amigos mesmo, de verdade!”. Você não está sendo alternativo ou “indie” a nada: você segue a massa! O “indie” de hoje é produto do “Pop do Bem” (há muita coisa boa, não tenha dúvidas) dos dias atuais, que divide ombradas e desmanches em suas franjas cuidadosamente despenteadas com rappers falcatrua, boy/girl bands armados por gravadoras e divas de araque – “O Pop do Mal”, propriamente dito. O “indie” de 2007 seria equivalente ao metaleiro poser e de cabelo de poodle dos anos 80, ou ainda um tipinho afetado tal qual gente como <b>Boy George</b> (<b>Culture Club</b>) ou os moços(as) do <b>Duran Duran</b>. Gente que, por sinal, hoje é bem lembrada por seus méritos como compositores pop - depois, [e claro, de rolar uma bela peneirada. Veja bem, meu caro “indie 2007”: não há demérito algum em ser “pop”. Afinal de contas, fazer as massas cantarem junto uma canção é tarefa para poucos, ainda mais se o som vem com alguma consistência, mesmo que despida de ousadia. Vai ser cantado, consumido, esquecido e lembrado vinte anos depois. Só não diga que você é “alternativo” a alguma coisa. <br /><br /><b>Exemplos práticos</b><br /><br /><img src="http://image.allmusic.com/00/amg/cov200/dri400/i451/i45132amkr7.jpg " align="left"> Veja aí um exemplo de <i>atualidade</i> se sobrepondo ao que já foi considerado <i>atual</i> nos mesmos anos 2000, e que estão lançando discos hoje: <b>Klaxons</b> (disco de estréia) e <b>Kings of Leon</b> (terceiro disco). O som das duas bandas não tem nada a ver, com certeza. Mas há aí um paradoxo irresistível pedindo comparações. O primeiro fez fama com declarações arrogantes, a cunha de um novo rótulo (<i>new rave</i>), e conseguiu um contrato sem ao menos ter músicas suficientes para encher um EP (isso eles disseram em entrevistas). A tal da “urgência pop” clamou por um álbum em nome de cifras para as gravadoras, mas o público conquistado com uma ou duas músicas já os dava como “ultrapassados” quando soube do lançamento de seu primeiro disco “inteiro”. Uma audição cuidadosa do álbum (eu fiz isso!) revela um grupo promissor, divertido, mas carecendo ainda de uma personalidade musical mais forte do que suas declarações mal-criadas na imprensa. E o pior: os próprios deram fim oficial ao hype criado por eles mesmos! Justo eles, que apareceram ao mundo se auto-proclamando como a “novidade mais atual do momento”?! Já o <b>Kings of Leon</b> encontra-se no momento sem o auxílio luxuoso do hype que os cercou poucos anos atrás. Também, pudera: seu som, uma espécie de <i>southern rock</i> anos 2000, chegou como “novidade” para as gerações atuais, mas revelou mais pegada, mais consistência, e menos saco para dançar conforme a velocidade diária das informações recentes. Na boa, mas o som do Kings of Leon já nasceu <i>velho</i>, talvez eles mesmos nem tenham percebido isso. Caíram nas graças dos geradores de hype e depois foram relativamente esquecidos pela massa. Foram incensados pelo mesmo tipo de gente que achou que o som, por exemplo, do <b>Wolfmother</b> era <i>novo</i> e se esquece (repito: basta um clique no mouse!) de que há todo um cenário <i>stoner rock</i> (estilo onde a banda citada se encaixa melhor) vivo há mais de 15 anos e que se baseia em gente ainda mais antiga como <b>Black Sabbath</b>, <b>Blue Cheer</b> e <b>Led Zeppelin</b>. Isso é ruim? Creio que não. Se os Kings of Leon estão no terceiro disco (que é muito bom!), é sinal de que alguém aí sustenta uma carreira que parece ultrapassar a superficialidade. É só ver o caso dos <b>White Stripes</b> (e dos <b>Raconteurs</b> por tabela) para constatar que é, sim, possível criar consistência sonora em plena era do download, sobreviver ao hype de outrora, conquistar e manter novas e antigas gerações. A informação, hoje, exige quase sempre um mínimo esforço para achá-la. Mas nada nesta vida perdura sem um esforço considerável.Kalungahttp://www.blogger.com/profile/15646540810592633450noreply@blogger.com16