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O DVD com clipes e ao vivo tenho que fazer um torrent... Aguarde!
Burn baby, burn...

Axl Rose deveria ter dado uma ouvidinha neste disco antes de lançar o "Chinese Democracy" e sua truncada mistura de hard rock com música eletrônica. Comparação um tanto quanto maluca, mas é por aí mesmo: quer um disco de industrial com pegada totalmente rock and roll, sexista e escrota? Então esqueca do sonho megalômalo do cara do Guns'n'Roses e caia dentro na onda destes aloprados do Revolting Cocks. O que antes era um projeto paralelo de Al Jourgensen (Ministry), Luck Van Acker (Mussolini Headkick) e Richard 23 (Front 242) criado em 1985 e que sempre contou com uma penca de convidados a cada lançamento, agora parece ser a banda principal de Jourgensen após o fim do Ministry. E seus novos companheiros fixos (além do tradicional entra-e-sai de convidados) de esbórnia cyberpunk-hard-rock-industrial-disco-dance Josh Bradford (vocais), Sin Quirin (guitarra)e Clayton Worbeck (programações) cometeram um discaço agora em 2009. "Sex-O-Olympic-O" facilmente se coloca entre os melhores lançamentos com a marca de Jourgensen (inclua aí os discos e EPs do Lard e do Pailhead e também os clássicos do Ministry) e possivelmente também como o melhor disco do RevCo. A fórmula disco-industrial sacana dos álbuns lançados nos anos 80 e 90 ficou pra trás, mantendo-se somente o clima de tiração de sarro de outrora. Senão, o que dizer de faixas com nomes como "I'm Not Gay", "Touch Screen" (eles certamente não estão falando de um iPhone...) e "Lewd Ferrigno" (sim, uma corruptela com o nome daquele ator gigante que fazia o Incrível Hulk da TV) se não uma gozação atrás da outra? Eles ainda pegam pesado nas guitarras roqueiras e refrões memoráveis, daqueles pra cantar numa festa com todo mundo chapado babando cerveja. Manja a versão do T-Rex que o Ministry gravou em "Cover Up"? É nesta onda! Entre os destaques, temos o peso travadão de "Keys To The City", o refrão totalmente glam de "Cousins", o riff hard rock sujão de "Red Parrot" e seu refrão sleaze pra caralho, com direito até uma gaita e pianinho meio Little Richard no fundo. Mas, na boa, o disco inteiro é foda! Nesta onda de misturar putaria com rock and roll, hard, metal e industrial eu não conheço ninguém que ouse nesta mistura além do RevCo. Portanto, baixa essa porra!
O simpatico figura da foto acima é o responsável pela banda de EBM (electronic body music) mais fodona da atualidade. Verdadeira febre entre góticos e cyberpunks, o Combichrist surgiu como um projeto paralelo de Andy LaPlegua, então vocalista do Icon of Coil, um dos grandes nomes do futurepop ao lado de Apoptygma Berzerk e Covenant. Ao invés de melodias neo trance e batidas dançantes estilo rave típicos do futurepop, o pesadelo cibernético do Combichrist parece ter se tornado muito maior do que a então banda principal de Andy, que inclusive deixou o Icon of Coil na geladeira por tempo indeterminado. "Today We Are All Demons" surge como um típico disco do Combichrist: batidas eletrônicas retas e pesadas soando como um martelo batendo numa bigorna, BPM invariavelmente mais travado (raramente passa dos 125), vocais agressivos e aquele clima perfeito para ilustrar as cenas de pancadaria de um filme como "O Clube da Luta". Ou seja: sem aquela frescurada neo gótica melodiosa que tem assolado a EBM nos últimos anos.
Poucas bandas quando promovem mudanças radicais na sonoridade que as consagraram alcançam êxitos maiores ou equivalentes tanto para os fãs quanto comercialmente. Este parece ser o caso do Apoptygma Berzerk, que saiu do típico futurepop ao qual eram tão comumente associados e mergulharam num mix de synthpop com bateria e guitarras de verdade e muita, mas muita melodia grudenta no disco "You And Me Against The World". É fato que os caras exageraram um tanto na sacarose naquele disco, mas mantêm-se firmes e fortes nesta nova fase, conquistando novos fãs a todo momento e vendendo muito mais. Dito isso, "Rocket Science" evolui nesta fórmula e apresenta faixas excelentes como "Weight Of World" (bem synthpop), "Asleep or Awake" (bem goth rock), "Green Queen" (bem rock) "Incompatible" (bem dark) e "Shadow" (bem... Depeche Mode!), todas boas pa cantar junto. Já nas demais, cuidado: franjas emo podem simpatizar com a banda e aí fudeu... 
Os bons tempos de "Smack My Bitch Up" e "Poison" estão de volta? Não sei bem ao certo... A verdade é que o tão aguardado novo disco do Prodigy, "Invaders Must Die", aposta nas glórias já conquistadas em mega-clássicos como "The Prodigy Experience", "Music For Jilted Generation" e "Fat Of The Land" (um dos discos que mais ouvi na vida) e lança mão de clichê atrás de clichê do que se espera do combo liderado por Liam Howlett. Ele inclusive chamou de volta o rastafari dos infernos (Maxim) e o Bozo-malaco-pilhado (Keith Flint) para não ter erro: é aquele breakbeat hardcore com pegada roqueira, visceral pra caralho, do tipo que incita uma pancadaria na pista de dança, toneladas de programações sujas e muita palavra de ordem para gritar junto. Me transportei para 1998! Porra, mexer com nostalgia é foda, ainda mais para uma época que, para mim pelo menos, foi muito marcante pra minha vida. Mas depois de botar Take Me To The Hospital no talo, foda-se o resto: meu sangue ferveu nas veias! Só que nada tira da minha mente que o Prodigy virou os Stones da música eletrônica, deixando de tentar reinventar a roda e lançando discos que, daqui pra frente, vão somente remeter aos tempos áureos.
Ano passado eu quase não ouvi rock. Meu cérebro parece ter sido formatado tal qual o HD de um robô em curto-circuito. Não nego minha total predileção por este universo musical em particular, mas a verdade é que, pelo menos para meu gosto pessoal, o ano de 2008 foi excepcionalmente bom na música eletrônica. E particularmente mergulhei fundo no som de bandas de electro-rock, maximal e neo-synthpop de gente como The Presets, The Whip, The Faint, Friendly Fires, entre muitos outros que, por falta de tempo e de fôlego, não resenhei por aqui, mas que sobre estes você pode ler fartamente em bloggs indies diversos por aí. Entre um dos destaques saídos do forno no finzinho de 2008 está o ótimo disco "Hot Robot", do Golden Bug. Electro-rock, breaks, neo-disco, electro e muito groove com BPMs médios (entre 120 e 130), bom para sacudir qualquer festinha bacana. Um dos melhores discos do gênero dos últimos anos e pouco ou nada hypado por aí.
Se é para requentar, que o faça bem feito! É o caso do We Are Standard, que lançou o disco homônimo no fim do ano passado, emulando o som que o Franz Ferdinand (e um tantinho também de LCD Soundsysntem) hypou ao mundo. Só que estes caras pegaram a fórmula prontinha (até refrões de parecem) e o fizeram de maneira mais divertida, eletrônica e dançante. Algo que parece ter sido a intenção do próprio Franz Ferdinand com o excelente "Tonight...", mas que eles acabaram mantendo um dos pés no chão antes de assumirem a balada-bombação de pista de dança de vez. Na boa, músicas fantásticas como "Bye Bye", "The First Girl Whow Got a Kiss Wthout a Kiss" (esta lembra as melhores músicas do ótimo VHS or Beta), "Don't Give Up" (com ótimo groove de baixo e percussão e um refrão leve e divertido que fica na mente por dias), "Other Lips, Other Kisses"... na verdade, teria de enumerar todas as faixas. É um daqueles cada vez mais raros álbuns bons do início ao fim, com oito faixas (mais um remix), enxuto e divertido pra cacete, tal qual devem ser os bons discos de música pop.
Para finalizar, uma banda indie esquisitona: Mt. Sims. Imagine o encontro das vozes de Lux Interior (The Cramps) e Nick Cave com o espectro soturno do Joy Division e uns climinhas noir produzidos por algum sintetizador vagabundo. O disco "Happy Ever After" é surpreendente, capaz de agradar góticos, electro-rockers, rockabillies e indies afeitos a estranhezas afins. Ótimo para ouvir numa garagem lotada de goteiras e morcegos no teto, bebendo vinho barato e, de preferência, sem este calor absurdo que anda fazendo nestes dias de março. Bom pra preparar o clima da sexta-feira 13 que se aproxima...

