sexta-feira, abril 29, 2005

Fio Terra


Foto by: VacAtolada

Internet arcaica.
Tubos e Conexões Tigre.

Cortaram a minha conexão com o mundo.

Telemar fuck off!

Mas estou de volta, seus merdAS!

Bêbado e muito mais PIOR@!

Errando tudo!

Camões é o caralho!

(...)

Lá vem...

quarta-feira, abril 20, 2005

terça-feira, abril 19, 2005

Pistas para o Espaço – Parte II


Clube Centenário em dia de evento da Antimofo
Foto by Kalunga

*Para compreender melhor este texto, é melhor ler a parte I primeiro

O maior erro de alguns sonhadores locais é o de tentar levar “projetos alternativos” para casas já estabelecidas com o público de mais grana - leia-se playboys e patricinhas (categorizações estas que não deixam de ser preconceituosas, admito). Deixem essa gente em paz naqueles lugares! Trata-se de um segmento de público que só quer mesmo é flertar e dançar ao som de hits manjados. Só emitem alguma opinião sobre a programação musical quando esta é corrompida - e eles estão certos! Eu mesmo já tive uma péssima experiência na Blow Up, em 2003, com o projeto “Moove – Música Em Evolução”, junto com o DJ Tourco e os cantores Tamy e J3. Espantamos boa parte do público habitué dos sábados, sendo que os poucos que ficaram só perguntavam sobre “quando é que esta merda de som vai acabar?”. Não dá para juntar feijoada com sushi. Foi um erro primário e que vejo acontecer semelhante até hoje.

Tudo bem, vamos lá: existem duas casas que poderiam ceder espaço para programações alternativas e que inclusive já acenaram com tal possibilidade. Do BarrAcústico, local ideal para shows com bandas, não conheço ninguém que organizou algo por lá e que não tenha reclamado da absoluta falta de retorno financeiro na hora de tratar deste assunto com o dono do estabelecimento. Sim, precisamos de grana para viver, porra! O que não dá é para lotar o recinto às suas custas e não ver dindim algum rolando na tua mão. É sério, não rola nada de grana e ainda desligam o som cedo, mesmo com bastante gente dançando! Já a recente Move surgiu com o objetivo de apostar exclusivamente em “música eletrônica”. Atrações do porte dos top DJs Marky e Mau Mau - que já se apresentaram no local - não deixariam dúvidas disso. Mas o público habitual da casa parece não ter interesse em ouvir techno ou house de qualidade, por exemplo. Me pareceu o mesmo tipo de público que freqüenta a Blow Up e a Wall Street – ou seja, consumidor de hits de FM. E a Move ainda deixou claro no último show do Zémaria Redux que tem problemas com “o público GLS”. Muito estranho, pois tal faixa de público possui inegável contribuição para a consolidação da música eletrônica no Brasil.

Se bem que tem gente meio sem noção e que gosta de dar tiro no pé. Vejam o caso da recém inaugurada Vitória Diesel. Já saiu divulgado que se trata de uma “casa GLS”. Num território de ampla mentalidade provinciana (até quando, meu deus?), assumir tal rótulo é associar a casa a shows de strip tease, go-go boys e coisas do tipo – nada diferente de um puteiro tipo Playman, mas que por ser “GLS” provoca paúra nos carolas de plantão de nossa ilha. Na boa, esse papo cansa! Para quem eu estou dizendo isso? Será que alguém aqui do Estado realmente se importa com isso tudo que escrevi? Ou será que neguinho se conforma mesmo com o que rola no momento? Querem saber? Se um dia ganhar na loteria, vou pegar o local do Camburi Vídeo (Rua do Canal, Jardim da Penha, para quem não sabe) e transformá-lo numa puta casa de rock alternativo, blues, dub e música eletrônica, chapar a estrutura lá dentro e curtir isso tudo durante todos os dias da semana com quem quiser compartilhar disso comigo, com wisky e cerveja gelada de grátis para todo mundo. Nossa! Eu morreria cedo assim! Como trata-se de uma suposição quase impossível (vai que eu ganho mesmo na loteria? Vai saber...), vou logo avisando que viverei ainda por muitas décadas. E continuarei pelando o saco de quem eu acho que merece!

Pistas para o Espaço – Parte I


Vista da área externa do extinto Pub 455. Um ‘muquifo’ privilegiado esse, não?
Foto by Kalunga


Precisou vir um cara de outro Estado para elogiar o que pouca gente daqui se dava conta. A verdade é que nossa combalida capital contava com um proto-clube voltado à música eletrônica e ao rock alternativo e que era bem localizado e dotado de uma estrutura razoável. Poderia ser muito melhor, mas também era muito pior para a maioria. Segundo o tal forasteiro, um clube de tamanho médio (para os padrões alternativos) e com vista para o mar não poderia ser tão desprezado/desprezível. E não era. Porém, ao meu ver, pagou o preço de uma ruptura de gerações que se dizem formadoras de opinião. Uma parte, mais nova em idade e em conceitos, só queria dançar e curtir o que não encontrava nas demais casas noturnas locais. A outra parte, de uma geração com mais de vinte e cinco anos nas costas, preferiu em sua maioria detonar o lugar com o que, para mim, foi uma das mais nefastas manifestações de provincianismo desta terra, e partiu para desmoralizar o tal estabelecimento por conta da cobrança de singelos dois reais de entrada. “Lucro imundo, mercenários, aproveitadores” – estes foram alguns dos termos que pulularam pela internet e que ecoaram até mesmo na dita “mídia séria” dos jornais impressos, que noticiaram o Pub como “praticamente morto”. Deram crédito para uns bobocas que hoje estão no ostracismo. Um tipo de gente que queria ver a pimenta arder nos olhos dos outros e só.

O tal lugar era o Pub 455. Mas eu não vou ficar aqui gastando palavras em tom de nostalgia de merda. O que passou já era. Lições foram tiradas disso. Até onde eu sei, o local afundou por conta dos longos meses de quase hibernação após a revolta dos dois reais. E depois disso, mesmo com algumas festas lotando o recinto novamente, as dívidas ainda prevaleceram e os donos sumiram. “Muquifo” era um adjetivo bastante utilizado para definir o lugar. Com três reais de entrada (às vezes cinco), realmente não podia se exigir algo requintado. Os mesmos que queimavam o lugar eram aqueles que faziam miséria para entrar. Mas o fato era que o Pub 455 contava com três ambientes totalmente aproveitáveis, sendo um externo e com uma vista belíssima do canal de Camburi. Existia sim um ar alternativo, mas nada tão radical aos olhos menos habituados. Bandas podiam tocar lá! Sinceramente, mas eu visitei boa parte dos clubes alternativos da maior cidade do Brasil e pude reparar que alguns locais super conceituados (Funhouse, Atari, Outs, etc.) possuíam estruturas semelhantes, sem nada de mais a não ser um cuidado maior com decoração ao caráter do perfil de público de cada casa. Logicamente estes clubes paulistanos agiam de forma mais estruturada e profissional. São cenas bem resolvidas, diga-se de passagem.

Existe alguma cena alternativa “bem resolvida” por aqui? Vejam bem: há uma diferença bem clara entre o underground e o alternativo (Obs: eu assumo este comparativo). Há eventos que são realizados em locais horríveis, com cerveja vagabunda e som péssimo, mesmo que boas bandas toquem em tais ocasiões. Não falo somente de bandas em si, mas de pistas de dança também. O underground é taxativo e limitadíssimo ao descrito na frase anterior. Já o alternativo é, ao meu ver, um conceito mais brando, que pode ser assimilado sem maiores traumas e com potencial para crescer gradativamente em nível sonoro, de estrutura local, de serviços prestados e de atitude do público. Considero o valor de entrada entre dez e quinze reais muito justo se o local e as condições para tal permitissem uma evolução gradual, contando inclusive com um constante intercâmbio com artistas/DJs de fora. O problema é que ainda muita gente que se diz alternativa gasta sem a menor cerimônia cem paus em boate da moda e ainda cospe na sua cara que “Vitória não tem opções de rock que não seja para playboy”. É a mesma galera que, por exemplo, ficava do lado de fora fazendo não sei o quê (tentando entrar na beirada, provavelmente) na porta do extinto Sala 11.

Sala 11! Aquilo foi um começo meio precário, mas algo começou ali sim! Por conta dos beiradas que chiavam para entrar (e não havia absolutamente mais nada para se fazer naquele local isolado no meio do nada em Jardim Camburi-Vitória), shows memoráveis de gente como Pólux, Garage Fuzz e da banda É (protótipo do que viria ser o Zémaria) só começavam depois das duas da manhã... E, na mesma época, havia também o Camburi Vídeo, berço de sons mais extremos porém com uma estrutura razoável – o público não era tratado como ratos de esgoto. Parando para pensar, até o fim do Pub 455, haviam muitas opções dos ditos “sons alternativos” em nossa capital (a Grande Vitória como um todo). Quem aproveitou se deu bem. E precisou um cara de fora e sua namorada para terem a visão de que algo poderia ser feito após o final de todos estes locais citados.

Acompanhei o projeto Antimofo lá de São Paulo, com o Rike (um paulistano ao contrário, se é que vocês me entendem) me passando todas as informações possíveis via internet. “Clube Centenário???”, foi o que me perguntei meio que espantando quando soube do ponto de partida deste projeto. Não via com bons olhos aquele local para eventos do tipo mas, fazer o quê? Não haviam mais Pub, Sala 11 nem Camburi Vídeo. E os dois paulistanos arretados foram em frente. Hoje posso afirmar sem demagogia alguma que existe uma raiz plantada e que já rendeu frutos – digo público mesmo. Mas, mesmo com todos os esforços da produção em transformar o local, o Centenário ainda deixa a desejar. É a melhor opção no momento, mas não deveria ser a única. É neste ponto onde a porca torce o rabo.

Continua...

domingo, abril 10, 2005

O Prazer Não se Perdeu


DJ Tati (SP)
Fotos by Kalunga


Desconfiança, apreensão, dor de cotovelo, má vontade até. Estes eram os sentimentos que afloravam em minha cabeça dias antes da fatídica sexta-feira, 8 de abril de 2005. A última rave em que eu tocara rolou em novembro de 2003, sendo que naquela época meu ceticismo com este tipo de festa atingira o pico máximo. Estava prestes a me mandar para São Paulo e cuspia fogo para todas as direções das quais me incomodavam. Na verdade eu havia encarnado um mala rabugento, isso sim! Pois bem, na sexta-feira última me despi de qualquer expectativa e deixei rolar. E foi foda – no bom sentido!

Os dois textos sobre “rave” que eu havia escrito semanas atrás não serão alterados por conta desta última experiência. Pude confirmar praticamente tudo o que havia criticado. Mas me surpreendi com o fato de a Vortex (este era o nome da festa) ter tido um caráter, digamos, mais roots, do tipo que era um evento onde quem estivera lá foi por que realmente gostava deste tipo de coisa e não somente pela badalação anfetaminada de sempre. Sim, o público ainda era maioral de malucos doidos de bala, mas haviam elementos ali que salvaram a bagaça toda. Um chill out, por exemplo.

Enquanto todas as festas rave do Estado só priorizam a chapação pura e doentia do dancefloor ininterrupto, a Vortex dedicou um belo espaço para que as pessoas pudessem relaxar ao som de músicas mais audíveis e passíveis de trocas de diálogos entre os presentes. E a porra do Rike ainda mandou rock and roll no recinto (dos tradicionais The Doors, Led Leppelin e Mutantes, aos conteporâneos Nação Zumbi e Placebo, tudo dentro do contexto) e que acabou provocando reações entusiasmadas de muita gente que ali estava – teve neguinho que ficou 90% de seu tempo ali. O Turco já havia feito algo semelhante (tocar rock and roll no chill out) há uns quatro anos atrás, e isto pode estar abrindo um ótimo precedente.

Não usei droga nenhuma, me mantive a noite toda de pé com seis cervejas no cérebro, mas em momento algum me senti mal ou deslocado no ambiente – como imaginaria que acontecesse. A decoração priorizou os velhos e tradicionais panos fluorescentes (nada das estruturas hi-tec de hoje) e o próprio visual do local escolhido: uma belíssima chácara em cima de um morro, muito arborizada e com vista para o mar. E, no amanhecer, o melhor da festa (na minha humilde opinião): a charmosa e gente finísssima paulistana Tati, que tocou quase três horas de uma perfeita mistura de progressive house/trance e electro que os tranceiros daqui nem imaginavam existir neste planeta. E eu anda tive o privilégio de tocar depois dela, sem a pressão de empurrar pela minha goela o manjado som bombadeiro de sempre.

Este texto não tem o intuito de fazer ninguém a esta altura do campeonato perder seus preconceitos (quase todos justificáveis) para com as raves. Eu simplesmente me surpreendi. E pude resgatar um tipo de prazer que julgava perdido dentro de mim. A festa não foi uma perfeição só, diga-se de passagem. Durante todo o resto do tempo a pista bombou o mesmo trance de sempre e a produção amargou com um considerável prejuízo – eu recebi metade do combinado, por exemplo. Mas, querem saber? Foi foda! Para mim, para meus velhos e novos (sim!) amigos que estiveram lá. E teria sido também para alguns amigos meus que não foram e que um dia já gostaram muito deste tipo de festa.
+Fotos:




quinta-feira, abril 07, 2005

Os Fãs Estragam Tudo


Marcelo Camelo, dos Los Hermanos
Foto by: não fui eu!


Meados de 1996. Rodinha de violão na beira da praia da esquerda, na Ilha do Boi (Vitória). De noite e com gente praticamente desconhecida para mim. Estava de olho numa menina ali e também interessado em fazer a minha cabeça. Fui levado por amigo de minha sala na faculdade. Todos à minha volta eram estudantes da Ufes, de visual riponga seguido à risca, pose de intelectuais meio lesados e deslumbrados, vinho vagabundo rolando de mãos em mãos... e um cara tocando violão e sendo acompanhado pelas vozes dos demais. Eu estava de gaiato ali – essa era a verdade. Eis que um deles (o que cantava as músicas) dirigiu a palavra a mim:
Aí brother, qual música do Legião de você quer ouvir?
Na hora eu pensei: “Qual do Legião??? Putz!”. Aí emendei:
Olha, eu não gosto de Legião Urbana.
Você não gosta de Legião???, questionou-me o cara, visivelmente indignado com minha resposta.
Porquê você não gosta de Legião??!!, insistiu o figura, já com olhares atônitos e irritadiços de todos à minha volta.
Olha, não gosto e pronto!, respondi, já com tom de voz querendo encerrar o assunto. O cara insistiu:
Ah, então deve ser porque você é metaleiro, concluiu o mané – o fato de na época ter cabelos compridos quase na cintura e estar todo de preto deve ter provocado esta impressão.
Eu não sou metaleiro!, retruquei, já sem disfarçar minha irritação.
De repente, a rodinha estava girando contra mim, o que fez me sentir numa espécie de inquisição. Só conhecia o meu amigo que me levara até lá e minha situação estava ruim perante aquela galerinha. Eis que o cara do violão tentou amenizar as coisas para o meu lado:
Mas de Raulzito você gosta, né?, perguntou-me o cara, já pronto para emendar um som e acabar com o mal-estar ali estabelecido.
Eu odeio Raul Seixas!, respondi, na lata. Neguinho ali queria me afogar (de incenso, de músicas do Legião???)! Resolvi dar linha, pois havia queimado meu filme com eles.

Os fãs estragam tudo! Esta visão pragmática me acompanha desde quando comecei a colocar a música com algo muito importante em minha vida. Quantas vezes eu deixei de ouvir um determinado som por conta daqueles fanáticos de carteirinha, prontos para te converterem cegamente e sem direito a questionamentos? Por conta destes merdas foi que eu ignorei e ignoro até hoje gente importantíssima como Beatles, Rolling Stones e Led Zeppelin, por exemplo. Criei antipatia por determinados sons por conta dos péla-sacos de plantão. Tomei raiva de qualquer coisa que tivesse surgido até o final dos anos setenta por conta disso. Me sentia num culto evangélico (ou numa reunião da Amway) quando alguém vinha me mostrar algo daquela época. Normalmente era algum riponga universitário ou um tio velho, gordo e decadente que cuspia coisas tipo “não se faz música como antigamente”. A rôla do cara também não deve subir como antigamente...

Você tem duas opções com este tipo de gente: conversão total ou aversão total. Eu optei pela segunda alternativa. Porra, vocês já viram como são os fãs de Legião Urbana? Eles sempre andam em grupos, com olhares tipo “vamos ser todos amigos”, mal vestidos, vinho Chapinha a tiracolo (que troço ruim!) e uma incrível disposição coletiva de convencimento digna de pastores evangélicos. Boto no mesmo saco os fãs de Raul, Janis Joplin, The Doors, Pink Floyd... peraí! Pink Floyd não! Quando algum destes manés sair dos manjados “The Wall” e “The Dark Side of The Moon” é bad trip na certa, pois o PF não se afunda nos clichês viajandões de sempre. Aliás, todos os outros artistas que citei são fenomenais, cada qual com seu lugar garantido na história. O que estraga tudo, pra variar, são seus fãs.

O fanático-padrão é aquele que ouve as músicas mais batidas de seus ídolos, pois dar atenção para coisas obscuras é algo impensável para eles. São capazes de ir a um show de sua banda preferida dos anos sessenta ainda hoje, mesmo que o único membro original seja o baterista. Adoram enxergar significados mais complexos (na maioria dos casos, inexistentes) nas letras e capas de discos de seus ídolos. São os mesmos imbecis que gritam “toca Raul” mesmo que esteja rolando um pagode. Enfim, são todos são cegos, burros e óbvios em suas convicções e argumentos. Tenho vontade de tocar fogo nessa gente!

É uma utopia imaginar que todo mundo ouça seus artistas preferidos de forma sensata e coerente. Acho que é uma fração menor que 1% que o faz desta maneira. O resto se divide entre os fanáticos fundamentalistas e os cabeças-de-vento que nem sabem o que estão ouvindo. Eu já deixei passar muita coisa boa na minha cabeça por conta da empulhação destes bobocas. Há alguns anos eu venho revendo minhas posturas sobre determinados tipos de som. É um processo lento e cuidadoso. Afinal de contas, tudo o que você ouve hoje tem suas raízes mais profundas em outras épocas. E eu não vou cometer o mesmo tipo de bitolação que os fanáticos ao contrário. Se eu fizer isso, me joguem na mesma fogueira!
*Por meros acasos, caíram nas minhas mãos, em períodos distintos, os seguintes discos: “Álbum Branco” (Beatles), “III” (Led Zeppelin), “Sticky Fingers” e “Tatoo You” (Stones), todos eles aplicados sem forçar a barra. E adorei estes discos!
*Vejam o caso atual dos Los Hermanos: uma banda acima da média, com elementos líricos e sonoros que fogem do óbvio, e com um exército de fãs cada vez mais bitolado, capaz de até limpar o molho de tomate do macarrão que grudou na barba do Marcelo Camelo. Admito que não curto aquele tipo de som, mas o meu bode para com eles é enorme e por conta de seus fãs.
*Não é só no rock and rol que rola isso. Por exemplo, você consegue imaginar algo tão irritante como aquele mudernete que adora cuspir de forma blasé que gosta de nu jazz e minimal techno (gêneros eletrônicos excelentes, diga-se de passagem) e afirma que rock é coisa ultrapassada??? Pior ainda é aquele(a) tranceiro(a) raver de roupas fluorescentes e pose de espiritualista indiano querendo te convencer sobres os poderes do trance de “elevar a mente e a consciência. Tire o ecstasy e a maconha do cérebro destes figuras e veja se sobra alguma coisa. Tem chato pra todo mundo.
*Nem citei o papel da mídia que cria hypes a todo momento. Só dou moral para uma banda depois dela ter, no mínimo, lançado três discos bons e consistentes. Fogo de palha também surge a todo momento.
*Não! Acho que nunca conseguirei gostar de Legião Urbana. Já participei de mais de uma dezena de situações equivalentes às descritas acima. A parada virou um trauma mesmo!