terça-feira, abril 04, 2006

A Lei

Em 1997 uma bomba suja e eletrônica tomou de assalto o Mundo Pop. Eram quatro malucos com pose (cyber) punk e batidas irresistíveis esfregando na cara dos incautos sobre o “futuro da música” e a “morte do rock and roll”. Besteira! O maior erro dos leigos foi tentar enxergar no Prodigy o futuro de alguma coisa, e o fim de outra. Após o lançamento de “The Fat of The Land”, tinha jornalista comparando-os até com os Beatles (é sério)! Logicamente, tamanho hype criou um retrocesso que gerou antipatia em roqueiros radicais, e uma mega-expectativa em torno do próximo trabalho da “banda” (aspas são necessárias). Meus amiguinhos, o Prodigy é um projeto tão única e exclusivamente encabeçado pelo seu fundador, o produtor Liam Howlett, direcionado às pistas de dança desde o início, que data de 1990. O poder de fogo de bombas atômicas como “Breathe” e “Firestarter” foi potencializado na época certa, da massificação mundial da música eletrônica que o próprio Prodigy ajudou a arquitetar. Guitarrista e baterista ao vivo eram artifícios para enquadrar o grupo no esquemão pop. Mas Liam Howlett fez questão de afirmar o propósito de sua criação, ao lançar logo após o seu estouro o mix-set “Dirty Chamber Sessions – Vol1”, um sensacional compêndio contendo a discotecagem de tudo o que influenciou a mente deste talentoso DJ/Produtor – de Beastie Boys a Sex Pistols, passando por Bom The Bass e Chemical Brothers. A demora em lançar material novo fez a poeira baixar e, mesmo assim, “Always Outnumbered , Never Outgunned” (2003) foi malhado de cima embaixo. Porra nenhuma! É um puta disco para as pistas, com breakbeats (sua marca mais famosa) convivendo harmoniosamente com timbres electro/disco punk matadores. Para quem já foi dono do mundo, uma volta às melhores pistas de dança não era considerada digna pelo panteão pop. Não sabiam o que estavam perdendo...

Porque estou escrevendo sobre o Prodigy?!? Simples: trata-se do lançamento da coletânea em CD e DVD “Their Law: Singles 1990-2005”. Está tudo lá. Da zoeira breakbeat/techno hardcore do primeiro álbum “The Prodigy Experience”, aos petardos de “The Fat...”, passando pelo combustível devastador de “Music For Gilted Generation” e o (ainda) pop e atual “Always...”. No meio da dance music, dois ou três anos possuem efeito devastador do tempo sobre a música. E a produção do Prodigy às vezes sucumbe ao datado. É fato que DJs conceituados tenham receio de tocar o som de Liam Howlett, pela exposição popular de sua música, e que por isso mesmo esta tenha sido execrada pelos circuitos undeground, deixando de se tornar referência neste segmento. Mas um título ninguém discute: Prodigy é discoteca básica em música eletrônica. Que, por sinal, um dia puxou o pé do Mundo Pop em algumas madrugadas da década de noventa, jogando-o no meio de gente esquisita que, de uma hora para outra, viu-se como modelos a serem seguidos. Ame-os ou odeie-os, mas Prodigy nas caixas de som tem o poder de ser A Lei nas pistas de dança!

10 comentários:

Anônimo disse...

Skol Beats, já pensou o que será esse show???

Kalunga disse...

jÁ estou sofrendo...

caio disse...

O Prodigy, em 1997, me deu AQUELE SENHOR tapa na cara. Taí uns caras que respeito.

Anônimo disse...

Ahnnn... vai ser no Skolbeats??? Acho que já desisti de ir...

Anônimo disse...

Cara... Prodigy marcou meu reingresso definitivo na música eletrônica!!!

Depois, na sequência, o Dig in your Hole do Chemical Bros.

Hoje tenho em meu set de breakbeat desde o The Prodigy Experience até Fat of the Land. E todos os do Chemical desde o Dig atpe o Push the Bottom (maravilhoso!)

E acaba não soando datado, sabe porquê? A maior parte das pessoas que frequenta os lugares mais alternativos deviam ter na época uns dez anos de idade... Estavam ouvindo XUXA!!!

HAAHAHAHAHAHHA!!!!

ISSO É QUE É DATADO!!!!!


HHAHAHAHAHAHAH!!!!

Kalunga disse...

Eu vou comprar o DVD desta coletânea aí! Tem todos os clipes mais uma porrada de extras ao vivo.

***

É engraçado como eu leio resenhas mais atuais sobre o Prodigy em sites especializados de música eletrônica e, na maioria, detonam a banda!

Rola aquele preciosismo típico contra algo que começou underground e que tomou as massas. Só que o Prodigy versão para as massas é o filé da parada, pois eles catalizaram o melhor do undergound com cara prória e raro tino pop.

Aliás, fala sério: como é que "Breathe", por exemplo, virou hit de massas?!? A batida é pesada, os vocais são agressivos e a melodia é a mais minimalista possível, para os padrões pop.

DJ "conceituado" se sente corado em tocar Prodigy, adora falar mal da "banda", mas no fundo deve pirar em casa ouvindo a bagaça!

Kalunga disse...

Eu nunca parei de ouvir músicva eletrônica, mas entre 1993 e 1997, só me concentrei no segmento industrial/EBM, ouvindo em casa e nada mais. O Prodigy me deu um soco no estômago tão forte, que me fez voltar a querer brincar de ser DJ e de animar pistas de dança.

val bonna 665 >> 667 disse...

baixa o cd bonus dessa bagaça com remix sinistros e alguns "ao vivo". é bem recompensador e da pra pinçar mais sons pros que aceitam o prodigy no mundo eletrônico atual. heheh

Kalunga disse...

vou correr atrás disso, com certeza! E estou esperando a versão DVD desta coletânea ser lançada aqui no Brasil p/ comprar. O DVD tem todos so clipes e mais uma porrada de bônus ao vivo e tal. Seria muito vacilo da gravadora não lançar este DVD aqui, ainda mais que o Prodigy vai vir ao Skol Beats.

Anônimo disse...

Push the bottom é maravilhoso. Amo Shake break bounce... E Prodigy é Prodigy, sem comments...
Eu vou nisso, depois conto pra vcs!
Bjs