segunda-feira, julho 17, 2006

Velharias supreendentes

Nunca a informação esteve tão fácil ao seu alcance. E parece que isso não necessariamente significa bom uso dela. Seria óbvio demais cair na tentação de sair detonando as novas gerações, de que elas têm tudo nas mãos e fazem mau uso disso e bla blá blá. Só sei de uma coisa: estamos presenciando uma mudança na forma de adqüirir informação de uma maneira nunca antes vista, e só comparável à rádio e à TV quando estes se transformaram em bens acessíveis às massas. Algum velhaco aí poderia dizer que vivia muito bem sem internet nem DVD, por exemplo, antes destes aparecerem ao mundo. Pois bem, eu vivi muito bem sem eles, mas vivo muito melhor com eles. E definitivamente não consigo imaginar alguém aí com saudade daquela porcaria de tecnologia de VHS, por exemplo... E se algum gadget digital desses aí me incomodar, é só desligá-lo e pronto. É por isso que não tenho orkut, e também não sinto o menor remorso em desligar meu telefone celular quando me convém. Mas não sou tão novo assim, e aprendi a crescer sem esta híper informação, e saber valorizar o que tenho em mãos. Porém, é difícil cobrar de alguém com seus vinte e (bem) pouco anos um discernimento maior sobre o que ele baixa na internet, e também sobre o que ele deve buscar e se aprofundar. Quer saber? Ninguém tem que te dizer porra nenhuma! Ficou curioso? Vá pesquisar no Google, se vira!

Digo isso tudo aí em cima porquê alguns sons dos quais vou falar a seguir eu simplesmente tinha uma vontade absurda de conhecê-los mais a fundo. Mas isso foi entre dez e quinze anos atrás, quando o que tinha de fazer, de fato, era correr atrás da informação com o que tinha em mãos – ou seja, quase nada! Uma faixa numa coletânea em vinil e outra em K-7 eram tudo o que tinha sobre os dois nome a seguir. Daí que eu olhava no enorme catálogo da Tarkus, onde encomendava discos importados, e ficava numa dúvida torturante de arriscar meu suado dinheirinho num disco que poderia ser ruim ou não. Durante este período, rolou um óbvio processo de seleção, pois alguns sons eu já havia lido algo em alguma revista ou fanzine, e mereciam uma arriscada. Quanto a certos outros sons, se eu não sabia mais nada além de uma mera música (“seria esta a única boa?”, “e se a banda for uma merda?”), ficava pra escanteio. Só que isto aqui não é uma porcaria de um texto nostálgico! Se hoje me aparece uma conexão rápida de internet em mãos, vou mais é aproveitar. Vi muito vídeo em fita de VHS, comprei muito fanzine, tirei muita foto em película, gastei muito interurbano e reais de acordo com cotações do dólar para encomendar CDs fora do Estado e do Brasil. Hoje eu adoro a internet e os computadores cada vez mais velozes, e não sei viver sem minha câmera digital (que, com cinco anos de idade, já está velhusca!) e um disco de DVD que não corre o risco de mofar igual àquelas procarias em VHS! Enfim, sobre os dois sons a seguir, precisei apenas de alguns cliques para, finalmente, poder saber mais sobre eles. E, o melhor de tudo: no meio da busca na incrível teia digital de informações que é a web, acabei me surpreendendo!


Ainda criança e até pré-adolescente, fui desviado dos Caminhos do Mal do Heavy Metal (cujo primeiro disco de minha vida foi o “Creatures of The Night”, do Kiss, em 1983) por um álbum do Kraftwerk (“Electric Cafe”), e assim acabei adentrando no mundo maravilhoso do techno-pop dos anos 80 – e já contei esta história ano passado por aqui. Fora os escassos discos de vinil que tinha acesso, minha fonte de informação nesta área se ampliou com uma fitinha K-7 que continha, entre outras maravilhas, duas músicas fantásticas do Ultravox. Veio a internet e fui saber que o seu ex-vocalista, John Foxx, tinha uma respeitável carreira solo, e que havia lançado em 2003 um excelente álbum, totalmente inserido no electro atual. “Crash & Burn”, realizado com seu parceiro de longa data Louis Gordon, vai além desta definição simplória, pois se configura num excepcional representante da música eletrônica como um todo, agregando valores como o já citado electro, além de synthpop, EBM/industrial, melodias marcantes, minimalismo eletrônico, vocais estilosos, letras inteligentes e a vasta experiência de um cara que sabe bem cada passo que dá. Faixas como “Drive”, “Broken Furniture” e “Ray 1/2” são exemplos perfeitos de synthpop clássico e atual ao mesmo tempo, enquanto que “Sidewalking”, “Sex Video” e a faixa-título beiram a EBM/industrial e com ecos de trance. Supreendentemente, “Cinema” e “Once a While” soam como um um remix minimal techno em ritmo jazzy, ao passo de que a onipresente influência de Kraftwerk ressoa em “Ultraviolet/Infrared” e “She Robot” de forma incisiva. Tudo é muito dançante, com inúmeros detalhes ecoando das caixas de som, sempre com as melodias e arranjos em constante evolução ao longo dos minutos que correm no CD-Player – ou MP3 player, se preferir.

De uma única faixa que constava numa coletânea em vinil de EBM/industrial lançada em 1989 pela extinta gravadora Stiletto (acho que se chamava “Generate” e que me foi roubada), não tive mais nenhuma referência sobre The Legendary Pink Dots, ao contrário de Cassandra Complex, The Neon Judgement e The Young Gods, também presentes na tal compilação e que tive a sorte de saber mais sobre eles logo depois, para justamente correr atrás de vossos materiais. No meio de tantos downloads realizados nos últimos cinco anos, lembrei-me deste grupo e corri atrás. Trata-se de uma dupla de Londres, composta por K-Spel e Phil Knight que, tão logo se mudaram para Amsterdã, parecem ter se aproveitado bonito da política liberal quanto ao uso de drogas naquela cidade. O fato é que “Cursed Velvet Apocalypse”, lançado em 1990 (ainda à epoca da tal coletânea), transparece um tipo de psicodelia cujo conteúdo eu nem sabia que existia. Tentando achar uma definição: parece um cruzamento de Jethro Tull com as faixas mais doentes do Skinny Puppy. Mas não é só isso! Os vocais de K-Spell (que nominho, hein?) parecem ter saído de algum esquete do Monty Phyton, e instrumentos acústicos como violas, cellos, harpas e percussões se fundem com manipulações eletrônicas vindas direto dos circuitos digitais da EBM e do som industrial. É um troço esquisito, mas está longe de ser inaudível. Sobressaem-se melodias medievais (é sério!) que até dão para cantar junto, aliadas a ambiências sonoras que pululam de um canal a outro no fone de ouvido. A faixa chamada “The Death of Jack The Ripper”, por exemplo, soa como se fosse o fundo musical do que seria um filme de Rei Arthur rodado no cenário de Matrix! Já “C.V.A.” não faria feio num filme de Tim Burton, tipo “A Noiva Cadáver”. Dentre as demais misturas malucas, temos música indiana mixada com trilha para funerais (“Green Gang”), folk tribal (?) com base EBM (“Hellsville”), Dead Can Dance e Renaissence se encontrando com o Robocop (“New Tomorrow”) e uma balada gótica legítima (“Princess Coldheart”). Como o papo de “rock progressivo/psicodélico” pintou em alguns comentários de posts anteriores, posso dizer que estou adentrando neste estranho universo de trás para frente. Uma hora eu chego no Vale das Maçãs...

28 comentários:

Anônimo disse...

Rapaz, este legendary pink dots é psicodelia alienigena do mal e mais um monte de coisa huahauihsusi

Kalunga disse...

Olha, ainda estou tentando driblar os nós na minha cabeça por conta deste Legendary Pink Dots...

caio disse...

Putz, quando li o "velharias" do título do post pensei que finalmente o vaca estaria ouvindo com REAL atenção algum Deep Purple, Led ou coisa que o valha, hahahahahaha!!!


Não, claro que não conheço essas doideiras que o kalunga citou. Isso é coisa de robô? Tô fora!

Mas quem sabe não posso dar uma conferida?

Quanto aos novos aparatos tecnológicos, cito José Saramago: "Nada é mais interativo que um livro."


E pau no Orkut!!!

E meu celular tá com os dias contados...

caio disse...

Aliás, kalunga, preciso de um favor teu: confirme o celular do led (rio) pra mim: ainda é 9366 7749?

Valeu!

Kalunga disse...

Caio, o Legendary Pink Dots é um troço instigante. Robôs tocando harpa no cenário de Senhor dos Anéis, hahahahaha!!!

Velharias?

bom, falei de sons com link em velharias pra mim, um cara com apenas 30 anos na cara.

Led, Deep Purple? peças de museu, hahahahaha!!! Mas ainda tá de pé um lance que sempre cito e às vezes eu até já fiz: tecer resenhas sobre sons antigos, mas com a minha visão, pois falar sobre um disco lançado em 1971, cinco anos antes de eu nascer, é dose...

*Cara, eu não tenho o tel do Led.

**Sim, não existe algo mais interativo do que pegar um texto em papel e poder fazer o que quiser com ele: ler, amassar, apertar um, limpar o ...

Esse papo de tecnologias que vão fazer livros sumirem é uma besteira sem tamanho. Mas isso aí já é outro papo...

caio disse...

Já confirmei o telefone do Led por e-mail. Valeu!

E eu quero ver neguim limpar o rabo com um teclado de pc, hahahahaha!!!!

Kalunga disse...

Caio, certas funções a tecnologia não vai mudar. Eu ainda prefiro me limpar com o papel...

Mentor disse...

Vaca, seu careta!
eu estou com vontade de fazer um zine-esquema e farei ctrl c ctrl v nos seus textos. E ponto final...
ahahahahahahahahahahahahahahh

Kalunga disse...

Mentor,

copie, imprima, limpe a bunda (com o perdão da palavra...), faça o que quiser! Botou na web, meu caro, é de domínio público, hahahahahahaha!!!

Vou ficar é lisongeado com isso!


A propósito, seus merdas: dia 05 de agosto tem outra festa Dark Street, lá no Simpson. E vcs vão pagar, hahahahaha!!!

Paguem p/ entrar, rezem p/ sair!

pelo menos eu encho o copo de vcs lá...

com vodka vagabunda!

Anônimo disse...

Rapá, eu nao consigo achar esse jonh foxx. esse disco ae existe mesmo?

Kalunga disse...

Vitorio, este disco do Jonh Foxx e realmente meio difícil de fazer download. Se vc usa o Soul Seek pra baixar música, adicione meu nick: DarkKalunga

aí vc pode buscar na pasta "Electro-Synthpop" o disco e questão.

Ou na próximaDark Street vc deixa um CD-R comigo que eu gravo pra vc.

Valeu!

Anônimo disse...

Bem... falando em fitinhas, tenho uma proposta:

Que tal um Motorhead só com fitinhas antigas??? Tenho um tape que ainda está funcionando.

Kalunga disse...

Fitinhas???

rapaz, tem som em umas fitas minhas que ainda não tenho em outra mídia!

massa!

caio disse...

Tenho dois tapes funcionando!!!!

E nenhuma fitinha...


Agora, vinil... Cada ida minha no Rio é uma preciosidade que trago pra casa.

Anônimo disse...

vaca, preciso de uma informação sua, sobre aquele fone top de linha q vc tem e sempre fala bem.. qual a marca dele?

e parabéns pelo blog!

Kalunga disse...

Rapaz, o fone que eu tenho é, sem falsa modéstia, o melhor do mundo. Tá em inúmeros fóruns este dado, e foi com base em muita pesquisa que eu investi meu suado dinheirinho nele, justamente por ser o melhor.

Existem alguns fones aí que falam que têm mais potência, isolam melhor o som, que tem mais grave e tal. Mas é o velho caso: algum item pode até ser melhor, mas existem vários outros defeitos que não compensam deixar de adquirir o Technics DJ1200 (este é o fone). O material e o acabamento são excelentes, tenho o fone há três anos e está perfeito até hoje; posso tocar c/ o trio elétrico atrás de mim (é serio) que o fone dá conta; ele tem o plug banhado em ouro (não dá mau contato nunca!) e é resistente pra caralho.

Marky, Patife, Carl Cox são alguns dos top DJs que o utilizam. É o caso de mais um clássico da marca Technics, tal qual é a sua pick up de vinil, as famigeradas MK II. Vai na fé!

*Este é o link dele na loja onde o comprei:

http://www.rumo.com.br/sistema/ListaProdutos.asp?IDLoja=203&Y=7727106940231&Det=True&IDProduto=1764

*Ele não é baratinho não...

*Obrigada pelo elogio!

Abração!

caio disse...

"Obrigada"?


Hahahahahahahahaha!!!!

Qualé, kalunga???

caio disse...

Agora, esse microfone é foda mesmo, posso falar.

Eu quero um desses!

Kalunga, te dou 100 mangos na mão!

Topas?

Hahahahahahahahahaha!!!!

Proposta indecente rula!

Kalunga disse...

Caio, erro de digitação, obrigado, falou?

Microfone???

100 paus???

Não vendo meu fone de ouvido.

e um novo tá 750 paus.

Boa sorte, hehehehehe

caio disse...

Podicreuza.

Mentor disse...

The Young Gods é um dos sons que o kalunga aplicou que eu mais curti.
Ainda não saquei o som por completo, mas gostei de muita coisa.
Eles têm uma alma rock n' roll!

caio disse...

É parte daqueles seis de que vc falou ontem? Hahahahahahahahahaha!!!!!!

Kalunga disse...

Que mané alma rock and roll o caralho!!!

vcs só gostam do que lhes lembra o velho!

quero vcs ouvindo música de robô, porra!

e hoje nós vamos invadir a casa de Caio, O Velho, pra torcermos p/ o Flamengo junto c/ o Ramone, hahahahahbaha!

Mentor disse...

Ahahahahaah... Flamengo rula!

*Lacaio: é isso mesmo... ahahahahah

**Kalunga: você é um robô velho que precisa ser reprogramado...ahahahahah

***O Paulinho está com uma porrada de disco foda de progressivo brasileiro... (ele é fâ do Ney)... ahahahahahah

****Mentor: vai se fuder, seu anão dos infernos... ahahahahahah

Kalunga disse...

Meus circuitos estão sendo renovados, mal sabe vc!

caio disse...

Alma rock and roll é o que há.

Hj é dia de rock.

Rock é rock mesmo.

A canção continua a mesma.

Smoke on the water, highway star totaus.

Anônimo disse...

Here are some links that I believe will be interested

Anônimo disse...

Greets to the webmaster of this wonderful site! Keep up the good work. Thanks.
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