KMFDM – “World War III Tour
O divertido e original combo metal-industrial-techno criado e comandado pelo alemão Sacha Konietzko há 25 anos apareceu na mídia nos últimos tempos pelos motivos errados: aqueles dois garotos idiotas cuja história foi retratada no documentário “Tiros em Columbine” praticaram seus assassinatos em série, segundo a mídia sensacionalista, influenciados pelas letras do KMFDM, banda da qual eram fãs (na verdade, a mídia marrom da época deve ter achado a banda underground demais e escolheu primeiramente Marylin Manson como bode espiatório, pois o mesmo artista citava o KMFDM como influência). Outros imbecis resolveram se inspirar no episódio de Columbine e andaram executando pessoas em colégios/faculdades mundo afora. Muito se falou das letras do KMFDM, que eram violentas ou belicistas, ou pior, que os caras eram nazistas! O próprio Sacha Konietzko teve de vir a público para explicar-se, com se algo tivesse de ser esclarecido por causa da demência alheia, pois tais acusações eram completamente infundadas. Dito isso, talvez a energia do álbum “WWIII”, lançado em 2003, tivesse sido contagiada por estes episódios, pois a banda nunca soou tão política, crítica e pesada em seu som.
Pois é a turnê deste disco marcante que “WWIII Tour” retrata. Antes que se pense em caras sisudos e mal humorados, vociferando contra George Bush e revoltados pela associação com serial killers adolescentes e nazistas, os integrantes do KMFDM são pessoas “normais”, brincalhonas e bem humoradas, em contraste com a pancadaria fenomenal que eles provocam em cima do palco. Portanto, este DVD é um presente para os fãs, com muitas cenas de bastidores, videoclipes exclusivos e um monte de coisas mais (links p/ internet, fotos, press kit, credenciais, etc.). Ou seja: Sacha e cia. apenas mostraram-se como o são de verdade, calando a boca de embalistas preconceituosos e deleitando os admiradores de uma das mais bacanas misturas de rock pesado com eletrônica que se tem notícia.
A vocalista Lucia Cifarelli em foto atual
Sobre o que mais interessa, o show ao vivo, o KMFDM destrói! A sonoridade é executada à perfeição no palco, incluindo efeitos de voz, samples, sintetizadores e a tradicional rifferama de guitarras. A abertura do show, com a faixa título do disco que dá nome ao DVD, é simplesmente animal! “From Here On Out” vem na seqüência, com a vocalista Lucia Cifarelli largando os backing vocals e sintetizadores e assumindo a linha de frente com muita sensualidade e presença de palco. Ela realmente rouba o show quando comanda a situação. O visual de Lucia e sua roupa colante de látex, além dela ser uma tremenda gata e cantar muito, parece ter saído de algum HQ dos X-Men – tudo a ver com a banda, pois as capas de todos os seus discos possuem temática de quadrinhos. Aliás, o visual atípico dos caras em relação ao que se espera de uma formação vinda do cenário industrial (um dos guitarristas usa até um infame boné!) talvez possa decepcionar os neófitos de plantão, tão acostumados com bandas maquiadas e de figurinos impecáveis. Com exceção de Lucia, do moicano de Sacha Konietzko e o estilo glam-cowboy do convidado e membro honorário Raymond Watts (da banda-irmã PIG), os outros caras parecem mesmo que tocam no Social Distortion! Voltando ao show, o repertório obviamente é centrado no (ótimo) disco lançado em 2003, mas alguns clássicos como “Light”, “A Drug Against War” e “Juke Joint Jezebel” (esta, encerrando de forma apoteótica a apresentação) são tocados com fúria e perfeição. Se você é fã, vale cada centavo investido. Se você apenas gosta de uma música ou outra da banda, vai acabar virando fã ao ver o show.
My Life With The Thrill Kill Kult – “Kult Kollection”

Se o papo é de fã para fã, este DVD do My Life With The Thrill Kill Kult é para amantes hardcore da banda! Grupo underground formado em Chigago ( EUA), berço do rock industrial yankee, o Kill Kult reuniu todos os seus vídeos (com exceção do material produzido de seu disco mais recente , lançado ano passado) num só DVD, recheando o espaço que sobrou (muito, diga-se) com uma apresentação ao vivo. O mix de rock industrial com vozes femininas lascivas e climas noir está muito bem representado nos clássicos videoclipes de “Sex On Wheelz” (com aquele clima cabaré estilo puteiro de Sin City), “Sexplosion” (em preto-e-branco, noir total) e “Kooler Than Jesus” (ótima colagem de imagens de santos católicos e putaria, dando efeito de stop motion) – produções simples com idéias idem, porém com resultados bem interessantes. Mas o resto dos vídeos, meu deus... Manja estudantes de comunicação filmando um videoclipe após muita fumaça na cabeça? É daí pra pior! Tudo bem que o Kill Kult nunca foi uma banda grande ao ponto de possuir verbas gordas para seus clipes. Mas vídeos como os de “Dope Doll Jungle”, “Blue Buddha” e “Hard, Fast & Beautiful” parecem ter sido feitos de gozação, tamanho o amadorismo e o nonsense das cenas! É trash mesmo e escrevo isso sem pestanejar! São alguns dos piores videoclipes que eu já vi, e talvez por isso mesmo possa ser divertido de assisti-los após litros de cerveja... “O DVD então é uma porcaria?”, alguém poderia perguntar. Não mesmo! Na verdade, as nove músicas gravadas ao vivo redimem o vexame provocado pela maioria dos videoclipes. O show foi registrado durante a turnê do excelente “Hit, Run & Hollyday” (o disco mais The B-52’s da banda), e a apresentação é ótima, com todo aquele clima noir e sensual realçado pelas vocalistas convidadas. Se você curte a banda mesmo vai tomar um susto com a tosqueira de boa parte dos videoclipes. Mas o material ao vivo compensa o choque. Se você não curte ou pouco se interessa pelo Kill Kult, passe longe.
*Este DVD não contém extra algum...
Meat Beat Manifesto – “In Dub: 5.1 Surround”
O inovador projeto eletrônico encabeçado pelo produtor musical Jack Dangers ganhou um registro audio-visual à altura da relevância de sua música. “In Dub: 5.1 Surround” é uma experiência única de assistir/ouvir. Trata-se de um ambicioso projeto desenvolvido junto com o respeitado videomaker Ben Stokes, onde áudio e vídeo estão conectados perfeitamente, numa mistura de sensações marcantes para quem puder usufruir deste produto em sua amplitude. As colagens visuais interagem-se com o som, com versões ainda mais pesadas e voltadas para o dub de várias faixas da banda (a maioria de “RUOK”), tudo produzido para rodar em sistemas de áudio 5.1 surround (daí o subtítulo do DVD). O sub-grave do som é de tremer o chão de sua sala, sendo que em vários momentos a própria imagem do DVD treme nas batidas mais pesadas (acredito que isto tenha sido intencional ou minha TV já está dando defeito, rsrsrsrs...). Como se trata de um produto incomum, não teremos aqui cenas de apresentações ao vivo (isto já foi muito bem registrado no DVD “Travelogue Live 05” – vi alguns trechos no You Tube e em breve vou encomendar este também), mas sim muita piração audiovisual, daquelas perfeitas para um dono de bar metido a moderno colocar em TVs de LCD e tirar onda de que comprou “um DVD muito louco na Europa”. Mas podemos esperar tudo, menos clichezões batidos quanto ao som – e também aos videos – do Meat Beat Manifesto. O máximo que o grupo chegou ao mainstream foi a inclusão do breakbeat animal de “Prime Audio Soup” na trilha sonora de “Matrix” (inclusive aparecendo em algumas das cenas mais marcantes do filme), e este DVD definitivamente não os colocará em vala-comum alguma. Vale ver e ouvir com a mente devidamente preparada e nas melhores condições possíveis, ou seja: com uma bela de uma TV e um bom sistema de som. Impressiona!
Uma das melhores bandas eletrônicas da atualidade, o trio sueco
De volta ao passado! A onda dos revivals ainda age como uma praga sem data para acabar. Sinal dos tempos, de que os velhinhos (adjetivo para qualquer um que tenha nascido antes dos 90’s, segundo os tempos atuais) têm pouco ou nada a dizer a não ser relançarem clássicos e deixarem as novidades para a garotada? É bem provável, e isso pode se aplicar aos belgas criadores da EBM (electronic body music): o
Tudo o que você ler nesta resenha pode resvalar em mofo. Afinal de contas, o último disco do duo australiano de synthpop 
Outro dia eu estava ouvindo o duo norte-americano
Se hoje o grupo de Al Jourgensen é lembrado por ter criado a incendiária mistura de thrash metal com industrial e segue atualmente provocando abalos sonoros pesadíssimos, em 1983 o
Quando as primeiras raves surgiram na Inglaterra, na segunda metade dos anos 80, um sagaz indivíduo chamado Alex Paterson resolveu criar a trilha sonora para aqueles momentos onde a bombação já havia passado, mas as drogas ainda continuavam a fazer efeito. Era a hora de diminuir gradativamente o BPM, como que um espírito pilhado fosse expurgado aos poucos de seu corpo, sem acabar com a festa abruptamente. Reza a lenda que o hoje mega DJ
Seguramente você pode baixar qualquer disco do projeto encabeçado pelo produtor inglês George Evelyn, mais conhecido como DJ EASE, que a tua viagem em busca de beats ora calmos, ora grooveados e sofisticados será recompensada. Que bom constatar que o
Um dos primeiros downloads que fiz em minha vida foi deste disco do trio 
“Nos falaram que tocaríamos para loucos. Mas vocês são absolutamente normais para nós”. Foi com esta manifestação de sinceridade que o vocalista Lux Interior saudou o público presente no show de 1978 que gerou o vídeo “The Cramps: Live At Napa State Mental Hospital”, lançado originalmente em VHS nos anos 80, e que ganhou uma reedição em DVD há alguns anos atrás. Sim, trata-se de um show de uma banda historicamente demente, para uma platéia de doidos legítimos e clinicamente internados! Que o The Cramps nunca tenha batido bem das idéias, isto todo mundo que acompanha a carreira da banda do casal Poison Ivy (guitarra) e Lux Interior já sabia. Porém, quando li há uns 16 anos atrás numa reportagem sobre a existência deste vídeo, bateu uma curiosidade de ter isso em casa. Graças à nossa querida internet, este atestado de insanidade mental encontra-se ao alcance de todos através de um simples download!

O 
O bendito blogg que hospedou (não me pergunte qual, pois não guardei o link) o passe-livre para baixar “Velocifero” o categorizou com uma simples frase: “aquilo de sempre”. Pois bem, tenho de concordar com nosso parceiro bloggueiro, pois o disco novo do 
Seres das trevas, louvai! Direto das tumbas, ressurge o vampiro-mor: o 
Os terroristas alemães do 
Um bom caso contrário à situação do lançamento recente do KMFDM foi promovido pelo 
Ainda há mais espaço neste post para uma descoberta tardia: os canadenses do 

Vamos começar o som do verão numa caixa de morcegos. Bem apropriado para vampiros que viram pó quando se expõem ao sol... “Bat Box”, recém-lançamento da musa do electroclash
Mais francês na área! Não estamos na Riviera, e o casal Danny Mommens e Elys Pynoo, mais conhecido como
Do champagne ao bourbon. “Subhuman” seria uma perfeita trilha sonora de um final de tarde meio tempestuoso de um verão meio apocalíptico (cruz-credo!). Trata-se da volta do projeto 
Vamos à praia pegar umas ondas – ou levar umas na cabeça e sair arrotando água salgada e com a cueca lotada de areia.
Agora é hora de pegar a estrada e seguir para alguma praia mais bacana neste verão. Bote “Sucking The 70’s: Back In The Saddle Again” bombando nos altos falantes e pé na estrada! Trata-se de uma coletânea muito foda de algumas das melhores bandas de stoner rock atuais pagando tributo a diversos clássicos dos anos 70 – nada mais apropriado para esta cambada de ‘sugadores’. De Led Zeppelin a AC/DC, de Rainbow a Neil Young, gente bacana como
Aí, você pára num posto fuleiro na beira da estrada, negocia com o dono do boteco algumas substâncias ilícitas (se estamos na Bahia, já viu...) e dá de cara com uma plaquinha dizendo que é proibido vender bebidas alcoólicas nas rodovias federais. Caia na real, meu chapa: você não está na Route 66 e sim no brazuca! Se for o teu caso, pede para encher uma garrafinha de gasolina mesmo e entra no carro apertando o play em “4-Way Diablo”, novo petardo dos veteranos stoners do
Estamos chegando à praia! Parece bacana, água verdinha (só na Bahia mesmo, pois aqui no ES é tão difícil sair da cor barrenta do oceano...), uns hippies vendendo aquelas bugigangas típicas... aí você salta do carro e vai em direção a um zumbido sonoro que parece ser bacana. Chegando numa casinha, dá de cara com um pessoal magrela de roupas coloridas dançando ao som de bandas de rock misturadas com eletrônica. Indies na praia?! Este verão realmente está esquisito! Deve ser a gasolina ingerida na estrada ao som do Monster Magnet... Pois bem, o som que sai das caixas é o da 5ª edição da coletânea da gravadora francesa “