
Somente um festival de médio para grande porte poderia trazer o Nine Inch Nails para o Brasil. A banda de Trent Reznor nunca foi devidamente assessorada por essas plagas, visto que, dos seus cinco álbuns (sem contar Eps e discos de remixes), apenas o deste ano foi realmente lançado por aqui – “Fragile” (1999) saiu em edições importadas (o olho da cara) pela gravadora, “Broken” (1992) recebeu versões em CD e vinil tão difíceis de achar que parecem ter sido importadas também, e “Pretty Hate Machine” (1989) e “Downward Spiral” (1995) simplesmente passaram batidos. Ser fã brasileiro do NIN requer suados dólares convertidos em real. Mas você pode disponível relativamente fácil um DVD (em versão nacional - o fominha aqui não esperou e comprou o grindo antes de sair por aqui) deles e ter uma prévia do tal show a ser realizado no final de novembro.
“And All That Could Have Been” registra o NIN no auge de sua popularidade nos EUA, durante a turnê de “Fragile”. E, pela lotação do lugar (a média foi de 10 a 25 mil pessoas a cada data), fica difícil saber como que bandas como eles e o Tool (que também é mega por lá) sejam tão populares. Para o gênero industrial, o NIN bem que injetou letras mais consistentes e canções assobiáveis, mas o tom geral é sombrio e sem parentesco com nada que se resvale em algum padrão de “top 40”. O espetáculo visual apresentado neste DVD por si só é de encher os olhos, mas as figuras pouco simpáticas de Trent Reznor, Robin Finch, Danny Lohner e cia. não contribuem muito para uma identificação mais popular. Portanto, fica apenas, para tentar deduzir algo, o excelente registro audiovisual de vocação “search & destroy” cuidadosamente ensaiada que o NIN sabe muito bem fazer. O grupo executa suas canções de maneira muito mais energética que no estúdio, transpondo a própria eletrônica massiva para uma espécie de de/re-construção ao vivo, com direito a muitos sintetizadores sendo tocados com a intensidade de um guitarrista batendo cabeça. Reznor dá seu showzinho particular jogando ao chão alguns teclados de milhares de dólares, como que se quisesse enfiar o dedo na cara daqueles que acreditam que show de música eletrônica é só alguns caras apertando botões devidamente pré-programados (a maioria é isso mesmo, diga-se...). O Brasil vai ver um ótimo show. Será que vai ter público aqui para eles virem sozinhos algum dia?


*Sin City também poderia ter Stray Cats, Social Distortion, Revolting Cocks, Autoramas, Anal Cunt... Realmente faltou apenas aquela trilha bombástica para o filme, mas mesmo os temas incidentais são perfeitos. Alguns sons são “trilhas sonoras” não-filmadas. Isso rende outro post...
3 comentários:
My Life With The Thrill Kill deve ser foda hei. A capa é meio rockabilly. E$tou pensando em mandar umas tastoo rockabilly nos braços... Ah, kalunga, estou baixando um stray cats no slsk... a banda é ducaraio mesmo... guitarrinha porca anos cinquenta purinho!
Eu estarei no Rio agora, já no início de outubro... e é lógico que eu irei assistir a esses shows
Sin City foi um tapa tão grande para mim que nem deu pra viajar na trilha... A parte mais tensa era a Nana enfiando a cabeça atrás do meu braço o filme quase todo! :)
O Kill Kult tem "guitarrinha porca" misturada com maquinário industrial da melhor qualidade. Marylin Manson e Rob Zombie chuparam sem dó desta banda, no que diz respeito aos climinhas de terror B, vozes femininas sacanas, climas de cabaré, etc.
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