terça-feira, agosto 08, 2006

As Pequenas Indústrias, e Os Grandes Negócios


Imagem by In Strict Confidence Official Website

Em qualquer universo musical existem aquelas divisões de categorias de artistas. A maioria trafega no terceiro escalão, lugar-comum daqueles que mal chegam a uma única faixa realmente memorável por disco. No segundo escalão situam-se aqueles que chegam na média, agradam a todos, mas poucas vezes produzem obras inesquecíveis. No primeiro escalão residem os que descansam confortavelmente acima da média, sempre ditando regras e mantendo um alto padrão de qualidade. Por fim, existem aqueles que estão acima de qualquer suspeita, intocáveis que são, que de alguma forma iniciaram alguma coisa, foram precursores em mudar parâmetros – em outras palavras, colocaram seu nome na história por definitivo. No cenário do som Industrial também residem artistas enquadrados nestas categorias. Dos nomes citados a seguir, dois estão no primeiro escalão, enquanto que um do segundo pelotão almeja bravamente sua posição de destaque maior. Aos intocáveis, meu ansioso aguardo por novidades.

Dentre os Intocáveis do cenário Industrial - Cevin Key (Skinny Puppy), Al Jourgensen (Ministry), Franz Treichler (The Young Gods) e Trent Reznor (Nine Inch Nails) à frente - existem aqueles que também deixam suas marcas, ainda que numa escala menor. Jim Marcus, mentor do duo de Chicago (EUA) Die Warzau, é um destes pequenos fodões da área, sendo cultuado no seu habitat como um geniozinho das engrenagens digitais. Sua banda pratica um tipo bem específico de som industrial, algo que poderia ser definido como cool dancing industrial (inventei agora! hehehehe). As máquinas pesadas estão lá, sempre presentes. Mas sua química sonora destaca também um clima cool, pendendo ora para o noir, ora para verdadeiros petardos dançantes. Os vocais são quase sempre sussurrados ou em ritmo cadenciado, algo como se Mark Sandman (Morphine) ainda estivesse vivo e resolvesse cantar numa banda de industrial. De sua restrita discografia (iniciada em 1988), destacam-se “Big Electric Metal Bass Face” (1991), com suas memoráveis misturas de rock industrial e synthpop e, principalmente, “Engine” (1995), onde contra-baixos em slap, saxofones jazzísticos, e metais funky davam um groove inédito ao sempre robótico e frio som industrial. Seu álbum mais recente (que só fui ouvir há pouco), “Convenience” (2004), vai ainda mais fundo em sua própria experiência sonora. Em termos de produção, o disco em questão é fantástico, com seus timbres (sub) graves inusitados e batidas robóticas suavemente manipuladas. As melodias estão ainda mais doces, e em determinados momentos rola até um clima lounge (“Crusaders”, “Permission” e “Glare”). O rock industrial clássico surge apenas em “Bliss” e “Linoleum”, enquanto que as demais faixas do disco vão surpreendendo a cada instante, como que se em cada cantinho ali residisse uma surpresa. Para quem acha que este gênero musical siginifica apenas barulheira digital minimalista, deveria ouvir isso aqui de mente aberta. A viagem é garantida!

O grupo alemão KMFDM lança praticamente um disco por ano, desde o seu início, no já longínquo registro de 1984. E o som pouco muda a cada álbum: trata-se de uma bem-sucedida mistura de heavy metal com industrial, permeada por muito escracho, vocais femininos totalmente pop e até mesmo infantis, e com todas as suas capas religiosamente seguindo a estética HQ. São uns pândegos, que não hesitam em gravar covers absurdas como “Holyday” (Madonna), “These Boots” (Nancy Sinatra) e “Mysterious Ways” (U2) e enfiar solos típicos de guitar heroes no meio de batidões techno e vocais distorcidos até o talo. Se a fórmula musical sofre poucas mudanças, o resultado é sempre acima da média, com a garantia de refrões poderosos, riffs de guitarra animais, muita diversão e dança desenfreada. “Hau Ruck”, lançado no final do ano passado (2005), é um pouquinho melhor que os outros, alinhando-se com alguns de seus melhores álbuns (“Nilhil”, “Angst” e “Näive: Hell to Go”). Há ecos de rock de arena (“Hau Ruck”, “Mini Mini” e “Auf Wiederseni’n”), refrões de vozes femininas que lembram uma Shirley Manson (Garbage) cibernética (“Professional Killer” e “You Are No Good”), e até mesmo um dub cara-de-pau no meio da zoeira digital (“Real Thing”). Ouça e constate de onde Marylin Manson chupa (sei...) algumas de suas melhores idéias.

Ainda dando seguimento ao raciocínio do início deste texto, venho frisar alguns pontos dos quais certos artistas se destacam da maioria. É o caso do Front 242, criador da EBM (electronic body music), que em suas faixas mais minimalistas ainda conseguia humilhar seus seguidores, fosse por um sample colocado no lugar certo, fosse por uma virada de bateria num local inusitado. Manipular climas para dar aquele fundão sombrio é lugar-comum para a trupe de neo-góticos que assombram os anos 00, mas uma nota de sintetizador teclada por Cevin Key em escassos segundos de qualquer faixa do Skinny Puppy consegue ser mais soturna e alienígena que qualquer horror sonoro planejado por muito garotão de corpse paint na cara. E quando Al Jourgensen resolve enfiar influências de country music em algumas das faixas mais animais de seu Ministry, toda uma geração de metaleiros industriais atual enche-se de interrogações em suas mentes. Mesmo os ícones do novíssimo gênero musical chamado future pop (que mistura batidas trance/techno à EBM e ao som gótico) já demonstram doses fartas de sabedoria, tal qual fez o Covenant em seu álbum mais recente (“Skyshaper” – resenhado aqui anteriormente). A experiência conta, e quem busca nas fontes certas tem grandes chances de subir mais e mais degraus. É o caso do duo também provindo da Terra do Chucrute (Alemanha) In Strict Confidence, que confirma sua ascensão gradual em seu mais recente álbum, “Exile Paradise” (2006). Do começo com claras influências da EBM clássica e tímidas apostas em territórios desconhecidos de seu primeiro álbum (“Cryogenix”, 1997 – que eu achei, olhe só, perdido no sebo do Martini, no Centro de Vitória, há alguns anos atrás!) até este lançamento atual, a banda vem galgando seu lugar entre os grandes. Ainda cai em alguns clichês, como o de inserir vocais fenininos nos refrões (isto está manjado pacas atualmente), mesmo que sejam bem produzidos. Mas seu som é bem mais consistente do que a maioria das bandas de EBM/industrial atuais, justamente por alternar os batidões retos do future pop com edições mais quebradas, sempre apresentando ótimas manipulações eletrônicas. Uma influência notável no instrumental e em alguns vocais que surge no som do In Strict Confidence é a do duo canadense Front Line Assembly, principalmente pelas bass lines graves e os climas mais cheios e melódicos que permeiam os canais de som. Bebendo em fontes saudáveis e duradouras, o In Strict Confidence vai deixando sua marca cada vez mais visível em seu meio de atuação.

46 comentários:

Anônimo disse...

Ae DJ! Naum deu pra ir na Dark Street sabado, mas eu vou no dia 26! esse kmfdm ae é foda, gosto pra carai da musica 4! nao sabia que a banda era tão antiga, massa!

oas outros sons eu nunca tinha ouvido falar...

abração!

Kalunga disse...

Fala Vitorio!

A festa di dia 26 foi adiada, dá uma olhada lá no fotolog.

KMFDM é muito bom, e vale à pena também baixar uns viedos deles, que são hilários.

Dos outros sons, boa sorte nas audições. espero que goste.

abração!

val bonna 665 >> 667 disse...

rapá!! esse Die Warzau é realmente muito bom. não conhecia... baixei algumas do último disco e realmente é delirante!!

val bonna 665 >> 667 disse...

e o KMFDM tem fórmula garantida. sucesso total aqui em casa desde 1999. adoro em espcial a faixa título do disco anterior "WWIII" q dá um susto no ouvinte habitual com uma intro country.

Anônimo disse...

Anônimo disse...
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Kalunga disse...

Bonna!

Rapaz, o "WWIII" é muito bom também, mas achei o mais recente um pouquinho acima da média. A faixa-título que vc citou é massa!! Maior countryzão no começo, depois entra a pancadaria! Esta e "From Here On Out", são minhas preferidas. Este "Hau Ruck" tá bom mesmo, com as influências bem dosadas.

O Die Warzau é uma ótima banda e este disco novo é uma viagem muito interessante, alguns passos além do que se espera de uma banda de industrial.

Kalunga disse...

Fala Cristiano!

Rapaz, legal vc ter dado este toque, pois sumi mesmo - para alguns!

De música eletrônica eu estou parado, não vejo nada em vista e vc me aparece com uma solução, hehehehehe!!!

vou entrar em contato contigo por telefone!

Abração!

doggma disse...

Acho que vou mudar o meu grito de guerra de "Kanedaaaa!!" pra "Kalungaaa!!" É mais sonoro! :P

Cara, antes de mais nada, a primeira fase da Martini, ainda à base de vinil, foi de deixar qualquer arqueólogo musical alucinado! Tudo bem, o grosso do material eram clássicos do breganejo e "latinidad", mas, em meio aos compactos de "Não se Reprima" e singles de "Conga Conga Conga", tu achava raridades do Laibach, Definition of Sound, S'Express, Kraftwerk, Treponem Pal... era muito bom.

Os Quatro Fantásticos do Industrial que você citou aí são o créme de la créme mesmo. Com certeza, os mais representativos. Existe um ou outro que poderia figurar ali, mas são tão segmentados que ficariam deslocados. Tipo o Nik Fiend, do Alien Sex Fiend. O cara manda industrial darkwave desde 1980, influenciou um mundaréu de gente, mas quase nunca põe o pé pra fora de seu gueto gothic. O Blixa Bargeld, do Einstürzende N. também é outro. Mas embora envolva o gênero industrial, tem mais a ver com o experimentalismo e fatalismo. Já o Chris Connelly quase chega lá. Experiente, ele sabe explorar ao máximo os recursos de um estúdio de última geração, mas também sabe arrancar uma barulheira sangüinária da guitarra. É sócio do Ministry, Pigface, do RevCo, Acid Horse, Murder Inc, etc, etc. Mas não tem aquela cara de "Imperador do Caos" necessária... ele é apenas um "Mensageiro do Apocalipse". Pertence à uma patente mais baixa, rs.

Não conhecia o In Strict Confidence... mas fiquei instigado. Vou caçar por aí mais tarde. O Die Warzau eu já ouvi algumas músicas, nunca um álbum inteiro. E tava tão chapado que era impossível fazer qualquer julgamento. O KMFDM é sonzeira clássica. Os caras se recusam a envelhecer e cometem um disco impactante atrás do outro. Esse WWIII que o Val Bonna citou aí é uma pancada de fazer perder o rumo!

Ah, outro grupo que já é bem coroa na cena é o My Life With The Thrill Kill Kult. Gothic + industrial + EBM + Acid Jazz do bão. E ainda dá pra ouvir na maior altura "sem estranhar". :)

Excelente post, cara!

Kalunga disse...

Fala Doggma!!!

Obrigaod pelos elogios, e obrigado também pelo alto nível dos comentários, hehehehe...

Rapaz, em termos de vinil eu me fartei mesmo foi na Casa do Disco, mas era tudo coisa atual p/ a época (final dos 80's/início dos 90's), com material farto da Stiletto e também uns piratões lá daquela famosa fábrica em Belford Roxo (RJ). Inclusive havia adquirido Laibach ("Let it Be" - que quebrei no meio, um ato de revolta pós-adolescente após ler numa matéria do JB que eles eram fascistas...), Treponem Pal (o primeirão, que tinha o cover do Kraftwerk), e Young Gods ("lEAU ROUGE") - todos estes me foram roubados, e me restaram pelo menos Tek Noir, Front 242, A Split Second e Beloved.

GODS OF INDUSTRIAL!!!

Nick Fiend é um louco de pedra! Marylin Manson deve sonhar em chupar seu pau, hahahaha!!! A praia dele é mais gótica, mas definitivamente tem seu nome guardado na história.

Chris Connely - o Mike Patton do industrial, hehehehe... Todos os seus projetos são massa, e tenho todos os cds do RevCo, dois do Pigface, um (o único!) do Murder Inc (c/ o pessoal do Killing Joke) e mais um monte de mp3. Figuraça, roubou o show naquele clássico vídeo do Ministry, "n Case You...", onde eles tocam atrás de uma grade, com dois bateras e quatro guitarristas.

My Life With The Thrill Kill Kult: bandaça! já resenhei eles aqui duas vezes ano passado e inclusive sugeri que seria a banda perfeita p/ compor a trilha de "Sin City". Fora que seu spm é irresistível, com altos refrões cantaroláveis, principalmente nos discos "Sexplosion", "Hit, Run & Holyday" e "Reincarnation of Luna". toco direto na minha festinha!

Blixa! Outro louco de pedra, genial e também muitas vezes incompreendido - inclusive por mim! Neubaten às vezes me soa absurdamente inacessível, talvez tenha ouvido os discos errados... enfim, uma banda cujo vocalista toca um carrinho de supermercado no palco (?) merece meu respeito - junto c/ o Hermeto Pascoal, hehehehe... E teve uma amiga minha que viu o show deles no Rio, visceral, segundo ela.

Kalunga disse...

In Strict Confidence - se gosta de Front Line Assembly, vai curtir esta banda, ainda que ela esteja cada vez mais adquirindo mais personalidade. Comece de trás p/ frente, com seu último álbum primeiro.

Die Warzau - ainda estou me surpreendendo com seu último álbum, o citado no post. Explora outras facetas no industrial, oferecendo novas perspectivas. Nesta mesma linha "cool" trafega também o Sister Machine Gun, que inclusive teve seu segundo álbum produzido pelo Jim Marcus, do DW. Aliás, ele também produziu o primeiro álbum do Skrew, uma boa banda de metal industrial que surgiu na década passada. Até o Bobby Gustafson, do Overkill, andou tocando naquela banda...

KMFDM: não dão bola fora. Se gostou de um, gostará de todos. Aliás, o Front Line Assembly também é assim, diga-se de passagem.

Abração!!!

Anônimo disse...

Porra kalunga, muito bom mesmo o seu post!

Eu acho isso fantástico, esse movimento industrial/gótico tão forte que existe por aí, mesmo que eu não conheça quase nada da nova safra (parei de acompanhar tem um certo tempo). Mas é muito foda ver uns caras tipo Killing Joke, KMFDM, Ministry e outros fazendo música até hoje e com um público, se bobear, mais fiel do que nunca! Isso é o que dá fazer um som honesto, sem comentários.

Aliás é o que falta nesse cenário do britpop discopunk pseudoretrô da MTV hoje em dia: honestidade. É tanto clone pré-fabricado que eu até me perco nos nomes... The Vines, The Killers, The Faint, The Numseioquê.

Não tem quando vc fala no telefone com alguém, e no momento que vc tá conversando vc sabe se a pessoa do outro lado tá feliz, triste, entediada, ou até falando mentira? Pois é, não preciso olhar na cara dos caras pra sacar o caô, é só ouvir os primeiros acordes.

Por que isso não acontece com o disco novo do KMFDM? Me chame de louco, mas acho que é por que eles não mentem! hehehe.

Abração véio!

Led.

Kalunga disse...

Nossa Led, dedo na ferida!!!! hahahahahaha!!!

Rapaz, completando o que vc disse, já reparou que o que atualmente chamam de "indie" ou "rock alternativo" é o que predomina na MTV, seja em termos de pseudo-som, seja em termos de visual?

Cara, é um tal de fulano de cabelo despenteado na cara propositalmente e mina de franjinha vermelha e fivelinha na cabeça fazendo carão e expressando ar de fodão que me dá nojo!

Porra, neguinho bota Britney e Trash 80's na pista de dança e paga de eclético (como vc citou no outro post), mas emula justamente o que se passa nas boates "da moda"

Ou seja, "moda" hoje é ser "indie", saca? Nego é indie do quê? Alternativo a quê???

Estamos ficando velhos e sem paciência, talvez. Mas estou cansado de gente fake e sem personalidade pagando de fodão. Anteontem eu presenciei "a maior concentração de gente insuportável por metro quadrado daqui do ES" (frase patenteada de minha mulher) e chega!

E o que este post aqui tem a ver com isso?

NADA!!!!

Pra gostar de algo que não é hype é preciso personalidade. Sem falsa modéstia, mas eu me orgulho disso, e também de estar rodeado de gente assim por aqui, nos comentários.

O resto é Top Ten da MTV...

um grande abraço!

Kalunga disse...

Este blogg é um refúgio...

Kalunga disse...

certas pessoas passam longe daqui, ainda bem, hehehehehe...

não tem hype nem foto, nem perfil autofágico. Vai interessar a quem?

A única foto minha que postei aqui foi ali embaixo, bêbado e ridículo.

Kalunga disse...

Obrigado por vossas existências!!!

caio disse...

"Não tem quando vc fala no telefone com alguém, e no momento que vc tá conversando vc sabe se a pessoa do outro lado tá feliz, triste, entediada, ou até falando mentira? Pois é, não preciso olhar na cara dos caras pra sacar o caô, é só ouvir os primeiros acordes."


Led, vc foi direto ao ponto... Foda.


Pena que eu não possa, do alto altar de minha densa ignorância nesse campo, comentar com alguma propriedade os nomes citados aqui no post, com algumas exceções óbvias como o Ministry, o KMFDM, o
Revolting...

Mas isso é resultado de pura preguiça minha, uma hora deixo esta leseira e corro atrás disso tudo pra checar qual é a boa...

E gente de cabelo azul, cabelo vermelho? Fivelas na cabeça? Calças quadriculadas? Caralho, peraí que eu vou ali botar pra rodar um disquinho do Motörhead.

O outro Led, o daqui de Vitória, tem que chegar num rock desses com seu carro tocando Milionário e Zé Rico, hahahahahahaha!!!!

Kalunga disse...

Caio, o que era aquela pista de dança sábado???

Os Leds deveriam discotecar p/ aquela galera!

Sobre os sons, fique tranquilo: estou separando numa pastinha aqui o que acredito que vc irá gostar. Sons de industrial sem maiores traumas e muito bons.

Mas admito que tem muita coisa aqui que escrevo sobre e que tem uma postura musical pra lá de xiita mesmo, que não permite muita referência que não seja de seu próprio universo industrial.

Valeu!

Anônimo disse...

Peraí!!!

"Anteontem eu presenciei "a maior concentração de gente insuportável por metro quadrado daqui do ES" (frase patenteada de minha mulher) e chega!"

"Caio, o que era aquela pista de dança sábado???"

Não entendi nada... O que aconteceu na Caverna???

Anônimo disse...

Eu nunca tive coragem de ouvir KMFDM.
O Kalunga sempre deu boas referências deles... Qualquer dia desse eu para para dar a devida atenção. É que eu ainda não saí dos 50's.
"Tudo é Elvis"!!!

Kalunga disse...

Não foi na Caverna, nunca teria sido na Caverna.

caio disse...

Era, digamos, um outro tipo de caverna, mais profunda, hahahahaha!!!!

Kalunga disse...

ou seria bem rasa?

hehehehe...

Um dia levaremos aquela galera p/ um motorhead comandado por Mariquito...

Anônimo disse...

Ah, tá. Não foi na Caverna do Simpson, ainda bem então. Achei que o seu evento lá tivesse sido invadido por criaturas insuportáveis... Eu heim???

Pelo visto, vcs devem ter parado no Playmen??? Ou na Swingers??? IEU-HEIM?!?!?! Nem quero saber... deixa pra lá.

TCo

Anônimo disse...

Pois é kalunga!

Tô programando meu aniversário pra rolar aí em vitória no dia 23 de setembro que cai num sábado. Vou arrumar um equipamento de som, pagar uns engradados de birita e botar os amigos pra tocar um som, falta só agora achar um lugar que permita esse tipo de coisa.

A intenção é que role o rock desde cedo, percorrendo a tarde toda e varando a madrugada/manhã de domingo. Tinha pensado na casa azul, mas acho que não vai ser uma boa idéia não, tem que ser um terreno neutro, afinal os caras moram lá. Me falaram de um bar em Goiabeiras chamado Ontoco (ou coisa parecida) que talvez seja interessante. Vc conhece? Me dá um help aê pra achar um lugar maneiro. Sugestões de todos são muito bem vindas! Lembrando que o lugar precisa comportar pelo menos 50 cabeças, se não num rola.

Abraço!

Led.

Kalunga disse...

Led!!!!!!

Porra, eu vou fazer um som no tal do Onkotô sexta que vem, dia 25. Vou dar uma checada lá p/ ver a viabilidade, mas acho que rola sim, pois o Buteri já agitou algo lá, pelo que sei.

De qualquer forma, dia 23 de setembro TÁ MARCADÍSSIMO!

Porra, nem acredito que vai ser nesta data, pois até o dia 16 de setembro, estarei ocupado em todos os finais de semana, ficando folgado justamente a partir do dia 23.

Fique tranquilo que vejo isso procê. Acredito que role sim no Onkotô (que nominho, hein?).

Abração!

Anônimo disse...

Põ, na MTV não rola mais Indie e Alternativo. Isso virou lado B de novo. Agora é emocore na veia. De lá saem as franjas coloridas e as taachinhas nos cabelos.
Bandas tipo Fall OuT Boy e Panic! at the disco.
Juro que tento ouvir e gostar/entender, mas não dá.
Cara, quando CPM 22 é uma das maiores bandas do país, alguma coisa TEM que estar errada.

PS: ninguém vê clipe do Sonic Youth/Pixies na programação, né mesmo? Então o alternativo voltou a ser alternativo.
Ou a programação da Mtv parou de passar clipes, se contentando em passar alguma meia dúzia de jabás e medalhões e abrindo espaço pra uma falação sem precedentes de baboseiras \"descoladas\"

Abração
Taylor, do inferno. |Ou melhor, de Cuiabá.

Anônimo disse...

Ah, e conta mais de sábado...

taylor

Kalunga disse...

Taylor, o que as pessoas hoje acham que é alternativo, na verdade é o mainstream. Rock alternativo mesmo passa longe das franjinhas e dos cabelinhos vermelhor.

Sobre sábado, tudo isso diz respeito ao que falamos, confirmando tudo o que detonamos aqui. Um espaço restrito (as poucas exceções sabem quem são) e lotado de gente, ãh, alternatchiva - daqueles(as) que ficam horas despenteando o cabelo para sair, sabe?

Taylor, o inferno pode estar aí no sentido literal (ontem vi no JN a previsão do tempo e deu 38 graus em Cuiabá, em pleno inverno!), mas a metáfora foi naquela písta...

Abraços, seu peludo!

tamos com saudades!

caio disse...

Sobre a MTV e suas bandecas já escrevi tudo o que devia escrever em... 2000, no antigo site zonacapixaba.

caio disse...

Alguém esperava alguma coisa melhor da MTV? Aquilo é lixo puro.

caio disse...

Pra começar, é feita em Sampa. Por aí vc já vê o nível... PAULISTA mete a mão, dá merda.

Mentor disse...

Kalunga, eu já falei com gonzales, com a luciana (namorada dele) e com a morgana. Já tá no esquema... Agora é esperar para ver qual é!

doggma disse...
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doggma disse...

Laibach tinha no Martini o Opus Dei (ô disquinho insano). O Let It Be tinha na Tarkus, importado e com um precinho nada camarada. Engraçado que antes era tão difícil arrumar essas coisas e hoje depende de 1 ou 2 cliques do mouse. :P

Falando deste lance de fascistas, eu também tive uma experiência semelhante com Siouxsie & The Banshees (tive a minha fase, rs). Fiquei puto quando vi umas fotos da deliciosa da Siouxsie usando uma jaqueta com uma suástica, em começo de carreira. Mas hoje, vejo que isso depende muito do momento. Rock'n'roll, em atitude, é irresponsável por natureza. Exemplo: eu cresci ouvindo que Ozzy Osbourne era satanista por causa do lance do morcego. Hoje eu sei que o cara tava entupido de álcool e drogas, e fez aquilo de curtição num momento particularmente doidão no show. O cara não era satanista, mas sim, bêbado e junkie, hehe...

E uma info sobre o Laibach: os caras eram chegados numa polêmica. Era a mis-en-scene proposital deles, então não é pra levar à sério.

Skrew era foda! Eu achava que só ia durar um disco e até que a coisa foi longe.

Aqui no Brasil tinham umas bandas de "indústria" bem legais. O Edu K tinha um projeto chamado Elektra, muito bom. Parecia o 1000 Homo DJs, cheio de guitarras remixadas. Pena que só lançou um EPzinho. Também tinha o Gothic Vox, que chegou a tocar no memorável Festival de Rock Independente de BH. Os caras mandavam bem. A última banda industrial brazuca que eu ouvi foi o Caustic, que fazia um som chegado no Pailhead/Argyle Park do começo. O problema é que essas bandas têm feedback zero por aqui...

...e aí chegamos ao lance da MTV, que, teoricamente, seria a responsável em pescar novos talentos no underground. Estagnou mesmo e, pelo jeito, não tem volta. Até demorou pra acontecer. A MTV Brasil foi heroicamente legal durante uns 10 anos. É como disse sabiamente o Taylor aí. O alternativo retornou à seara alternativa e, dependendo da forma como você enxerga isto, pode ser algo positivo. Sempre que a mediocridade impera nos charts, o underground vive seus melhores dias.

Ah, e voltando aos projetos do Jourgensen... putz, tô me batendo atrás de um disco que ele gravou com o Timothy "LSD" Leary, mas tá osso. Tu chegou a ouvir? Era um rock'n'roll punkadão com uns arranjos eletrônicos... o coroa se esgoelava nos vocais! Na época, o Marcelo Nova rolou o CD quase inteiro no programa dele, o Let's Rock.

Só pra não ficar de fora: o comentário do Led foi mesmo um soco na cara, heheh.

Kalunga disse...

Fala Doggma!!!

Perfeitas as suas colocações sobre "radicalismos adolescentes", hehehehe... hoje eu me arrependo profundamente de ter quebrado ao meio o disco do Laibach, pois vim a ler posteriormente que os caras são uns tremendos de uns gozadores. Mas, como vc disse, hoje basta um clique no mouse e tá beleza!

Desta galera brazuca que vc falou, o único que ouvi foi o Gothic Vox e tinha um futuro brilhante ali. Uma pena que uma leva de bandas pesadas e que investiam em crossovers diversos tenham sucumbido ao (foRçado) anonimato após o suicidio de Cobain, que sepultou totalmente uma pá de gente legal junto.

O Caustic eu chegeui a ouvir uma música apenas e foi na rádio Cidade, no programa do Zé Roberto Mahr (Novas Tendências) e achei bem interessante. Já o projeto do Edu K só li a respeito.

Argyle Park eu tenho o primeiro CD, hehehehe!! E o Skrew, acredite, tenho os quatro CDs lá em casa, originais. E parece que estão todos fora de catálogo. Boas banda de metal industrial, movida a riffs thrash metal alucinantes.

Rapaz, este som do Jourgensen c/ o Leary eu estou na espera p/ baixar de um gringo aí no Soul Seek. Há tempos ouço falar disso e minha curiosidade está a mil, agora que vc comentou.

Estou numa falta de tempo fodida, mas quero muito postar sobre as bandas de EBM/Industrial brasileiras dos anos 90, pois tem gente que não imagina que haviam grupos excelentes e no nível dos gringos.

Abração!

Anônimo disse...

Hehehe, eu não fui, mas sei onde foi essa caverna...

Kalunga, valeu a dica do Covenant. Muito bom o disco deles. Adorei o "we make ritual noise..."

Vou tentar esse my life with the thrill kill cult pra ver se aguento.

Só um comment: MTV = merda TV. Nem música tem mais, só carão, propaganda e edição "moderna". MERDA!!!

Hey ho let's go!

Anônimo disse...

então, quem vem pro Slayer???
vou lá com prar meu ingresso amanhã, quem quiser por favor entre em contato logo!
abs!

Led.

Kalunga disse...

Led,

eu vou estar trabalhando neste final de semana.

perdi!

de qualquer forma, valeu pela lembrança!

abração!

caio disse...

Peguei um buzu e segui até o Sendas e de lá outro (o especial do evento) com uma turma bebendo vinho em garrafão de cinco litros e isso saindo da Freguesia na Ilha e a porra do ônibus emperra e não sobe a ladeira e daí desce a metade (eu no meio) pra empurrar - é Brasil, porra! - e leva tudo mais de duas horas e meia pois era uma sexta e o engarrafamento danado de desgraceira e isso antes do meio-dia e os portões foram abertos e aquele gramado de 85.000 metros quadrados que diziam ser o equivalente a 12 gramados do Maraca e fiquei tonto com aquele espaço da porra e era 11 de janeiro de 85 e eu tinha feito meus 18 anos menos de um mês antes e já tinha quebrado o cabaço de show de rock gigantesco com o Kiss em 83 mas aquela merda toda ainda assim era demais e era foda e o Brasil não sabia que monstro tava criando e o calor era o do inferno pestilento e eu tava com o brô Alexandre que cursava o Promove comigo e eu prestes a entrar no Exército Brasileiro e os milicos deixando o poder e dali a pouco tava passando no vestibular da UFES e caralho era muita coisa ao mesmo tempo e eu veria o Iron e o Queen em um punhado de horas e a cerveja era a Malt 90 e os sandubas que eu comia eram do Bob´s e as vagabas passavam pra lá e pra cá e meu pau duro por elas e tinha também uns caras estranhos de colete jeans e bracelete cheio de pinos e vestindo umas camisas esquisitas do caralho e eu sabia que ia pirar e o cheiro da maconha tava marofando tudo e eu já meio bebum esperando a bagaça e era gente como eu nunca tinha visto e foram 150.000 ou mais e "Rosa de Hiroshima" abriu a correria e eu senti que aquele verde ia virar lama com as chuvas do verão carioca e eu só tinha 18 anos e tava chegando no mundo roqueiro com o passaporte da maioridade e era ali mesmo a história acontecendo e ninguém precisava esperar dez anos pra saber disso e foi tudo duca e todo mundo meio fodido e os buzus com neguim no teto e o caralho a quatro e eram dois coletivos pra chegar em casa no fim da Ilha já de dia e minha avó pirando quase ajoelhada no milho por nossa volta e era comer qualquer coisa por vezes pois calhava de um dia de shows colar no outro e tome lama com urina e merda e suor e sangue até os joelhos e ninguém se importava com isso e meu tênis foi pro saco e voltei descalço pra casa e foram cinco dos dez dias e num deles emburaquei pra lá sozinho e no peito e na raça e tomei chuva com a boca escancarada cheia de dentes e tava feliz e sabia que dali pra frente a estrada não me daria sossego e depois daquele verão na Maravilhosa eu era um cara que jamais abraçaria a caretice da vidinha bundona e meu corpo tava borbulhando e eu era forte e ia meter os peitos em tudo e segurar as ondas e era só tocar em frente que era beleza pura.

Kalunga disse...

Fala Kate!

Se vc gostou do Covenant, pode ir fundo em Icon of Coil e Apoptygma Berzerk que acredito que irá gostar.

Sobre o Kill Kult, "Sexplosion" é um bom começo. Ou então o "Hit, Run & Holyday". É som industrial divertido, acredite!

Abração!

Kalunga disse...

Caio, pára de cú doce e volta a postar no V4, PORRA!

Anônimo disse...

Poxa, acabou o espaço do meu HD...
Por enquanto nada de música nova, mas vou anotar as dicas.
ó, tô em viagem, mas assim que der apareço no makina. Muito boa idéia!

Bom trabalho por lá!

Kalunga disse...

hahahaha!!!]

esou c/ o mesmo problema: nada de espaço no HD!

De qualquerforma, obrigado pela força sobre o projeto!

abração e boa viagem!

caio disse...

CALMA, KALUNGA!!!!!

BEBAMOS AO SILENCE COM O SEPS!!!!

E lembre-se: é melhor o amigo que te fala na lata que o falso amigo que se cala.

Abração!

Kalunga disse...

Caralho, o SOMD vai abrir p/ o Sepultura, ainda não caiu a ficha!

Abração, seu VELHO!!!

HHAHAHAHAHAHA!!!

tô mais calminho, pode deixar...

Mentor disse...

sem tempo rula...
posta algo novo kalunga...ahahahahahah.