quarta-feira, agosto 03, 2005

Shots!

Falta de assunto é foda! É difícil gerar informação estando ilhado e alheio ao que faz o mundo girar. Mas, tudo bem. Ando meio preguiçoso com meu próprio espaço. Justo eu que cobro atitude das pessoas e estou meio disperso por aqui. O blogg é meu mas não falo sobre meu dia-a-dia aqui, mas vou postando umas coisas aí que andaram passando sobre a minha cabeça...

O Fim do Século

Ao assistir o documentário “The End of Century”, dos finados Ramones, a comparação com o filme “Some Kind of a Monster”, do Metallica, me pareceu inevitável. Ambos foram lançados quase que na mesma época e retrataram de forma nua e crua duas bandas com inegável importância na história do rock and roll e cujos fãs invariavelmente encontram um gosto comum situado entre elas. Mas existe um abismo profundo que separa os dois filmes. O Metallica, ao meu ver, não é mais uma banda, mas um corporação da qual a opinião do empresário do grupo fora fundamental para definir o tipo de música (estratégia?) que eles tocariam (investiriam?) no seu último disco de estúdio. “Some Kind...” retrata momentos difíceis e reveladores sim desta banda. Uma das revelações foi a de que James, Lars e Kirk (os baixistas são sempre irrelevantes na banda desde Cliff Burton) expuseram suas picuínhas internas como nunca antes visto e também deixaram-se lucrar com um reality show dos mais apelativos, com direito até a um psicólogo falcatrua que recebe 40 mil dólares por mês para despejar chavões em cima dos caras que não resolvem porra nenhuma. Tá certo, eles deixam cair suas máscaras e massacram o tal analista sem dó, entre outras pedradas ali apresentadas. Mas o impacto inicial quando acabei de assistir o tal filme se dissolveu rapidamente quando constatei a lição de sinceridade apresentada com o universo dos Ramones em seu documentário.

A ironia que ronda a história dos Ramones é que eles foram fonte ou inspiração para bandas que acabaram se tornando infinitamente mais ricas e famosas – o caso do próprio Metallica. Eu esperava algo bem piegas quando fui assistir "The End of Century”, mas me surpreendi com os fatos e as atitudes na história do grupo. Como por exemplo a postura de Johnny Ramone sobre a cartada em busca do sucesso com o disco que eles gravaram com o produtor Phil Spector em 1980 – dali pra frente ele reconheceria que os Ramones não seriam uma banda de sucesso nunca. Rusgas entre os integrantes também foram reveladas sem dó e algumas declarações podem ferir o coração do fanático pelo "one, two, three, four" que talvez preferisse tapar os olhos e os ouvidos e mitificar sua banda preferida para sempre sem saber de certas coisas apresentadas no filme. Apesar de tudo no documentário poder indicar à melancolia induzida pelo fim do grupo e pelas mortes recentes, foram os depoimentos de um lesadíssimo (e, por isso, espontâneo ao extremo) Dee Dee Ramone que fizeram com que o filme deixasse uma marca feliz, pura (sim!) e com seu devido valor histórico para com os Ramones. Já o Metallica e seu “Some Kind of a Monster” me passaram a impressão de que a esta altura eles estão reunidos em Wall Street ou no encontro com o G8 para poder decidir qual bomba-de-impacto-polêmico® que será arquitetada para mantê-los por cima dos milhões de cópias com proteção contra pirataria...
*Que fique bem claro aqui que eu analisei os grupos por suas atitudes, pois musicalmente eu os considero excepcionais e em todas as suas fases.

Amanhã tem mais alguma coisa...

7 comentários:

Mentor disse...

Cara, o Paulinho Ramone, sempre fala desse documentário... estou querendo ver. Já o Metallica... Na boa, estou meio saturado da imagem dos caras (o som ainda continua bom), mas eu já não aguento mais banda fazendo caras e bocas... ainda mais num documentário meio "big-brother"... isso já é de mais para mim... Lacaio que curte muito esse documentário... eu tô fora!!!!

preconceito rula!!! eheheheheh

Kalunga disse...

quando vi o filme do Metallica, confesso que fiquei bem impactado. Quando vi o dos Ramones, o Metallica foi pro lixo por conta do que eu escrevi aí no post. Eles (Metallica) querem lucrar com tudo, deixam claro isso no seu filme - que também quer lucrarcom sua própria desgraça (?).

Kalunga disse...

Eu realmente me surpreendi com o documentário dos Ramones, pois tinha tudo para ser um lance dramático em excesso. Já o Metallica caiu no meu conceito definitivamente quanto à atitude da banda. O som, por mais que eles tentem ir na onda do lucro exorbitante, sempre terá um selo de qualidade absurdo.

Anônimo disse...

Qualé Vaca, vai no site www.Whiplash.com.br que tem uma história muito bacana e bem contada sobre o Metallica de quando eles nem eram uma banda ainda(quer dizer, acho que eles já eram o Leather Charm, puta que nome escroto!)até o lançamento do Kill'Em All. O trabalho de pesquisa do cara que escreveu foi foda! Vale a pena conferir. Achei muito mais interessante do que o Some Kind... he,he!!!
Lemmy

Kalunga disse...

Lemmy, eu li o texto e realmente é bem mais interessante que o teatrinho do Some Kind..., com certeza, hehehehehe...

Anônimo disse...

oi. cadê meu comentário que tava aqui? pô, só porque eu disse que Ramones e Metalica são ruins pra caramba, pô? Cê é metaleiro?

Kalunga disse...

o prazo de validade de "metaleiro" para mim enferrujou!