Falta de assunto é foda! É difícil gerar informação estando
ilhado e alheio ao que faz o mundo girar. Mas, tudo bem. Ando meio preguiçoso com meu próprio espaço. Justo eu que cobro atitude das pessoas e estou meio disperso por aqui. O blogg é meu mas não falo sobre meu dia-a-dia aqui, mas vou postando umas coisas aí que andaram passando sobre a minha cabeça...
O Fim do Século
Ao assistir o documentário “The End of Century”, dos finados
Ramones, a comparação com o filme “Some Kind of a Monster”, do
Metallica, me pareceu inevitável. Ambos foram lançados quase que na mesma época e retrataram de forma
nua e crua duas bandas com inegável importância na história do rock and roll e cujos fãs invariavelmente encontram um gosto comum situado entre elas. Mas existe um abismo profundo que separa os dois filmes. O Metallica, ao meu ver, não é mais uma banda, mas um corporação da qual a opinião do empresário do grupo fora fundamental para definir o tipo de música (
estratégia?) que eles tocariam (
investiriam?) no seu último disco de estúdio. “Some Kind...” retrata momentos difíceis e reveladores sim desta banda. Uma das revelações foi a de que James, Lars e Kirk (os baixistas são sempre irrelevantes na banda desde Cliff Burton) expuseram suas picuínhas internas como nunca antes visto e também deixaram-se lucrar com um reality show dos mais apelativos, com direito até a um psicólogo falcatrua que recebe 40 mil dólares por mês para despejar chavões em cima dos caras que não resolvem porra nenhuma. Tá certo, eles deixam cair suas máscaras e massacram o tal analista sem dó, entre outras
pedradas ali apresentadas. Mas o impacto inicial quando acabei de assistir o tal filme se dissolveu rapidamente quando constatei a lição de sinceridade apresentada com o universo dos Ramones em seu documentário.
A ironia que ronda a história dos Ramones é que eles foram fonte ou inspiração para bandas que acabaram se tornando infinitamente mais ricas e famosas – o caso do próprio Metallica. Eu esperava algo bem piegas quando fui assistir "The End of Century”, mas me surpreendi com os fatos e as atitudes na história do grupo. Como por exemplo a postura de Johnny Ramone sobre a cartada em busca do sucesso com o disco que eles gravaram com o produtor Phil Spector em 1980 – dali pra frente ele reconheceria que os Ramones não seriam uma banda de sucesso nunca. Rusgas entre os integrantes também foram reveladas sem dó e algumas declarações podem ferir o coração do fanático pelo "one, two, three, four" que talvez preferisse tapar os olhos e os ouvidos e mitificar sua banda preferida para sempre sem saber de certas coisas apresentadas no filme. Apesar de tudo no documentário poder indicar à melancolia induzida pelo fim do grupo e pelas mortes recentes, foram os depoimentos de um lesadíssimo (e, por isso, espontâneo ao extremo) Dee Dee Ramone que fizeram com que o filme deixasse uma marca feliz, pura (sim!) e com seu devido valor histórico para com os Ramones. Já o Metallica e seu “Some Kind of a Monster” me passaram a impressão de que a esta altura eles estão reunidos em Wall Street ou no encontro com o G8 para poder decidir qual
bomba-de-impacto-polêmico® que será arquitetada para mantê-los por cima dos milhões de cópias com proteção contra pirataria...
*Que fique bem claro aqui que eu analisei os grupos por suas atitudes, pois musicalmente eu os considero excepcionais e em todas as suas fases.
Amanhã tem mais alguma coisa...
7 comentários:
Cara, o Paulinho Ramone, sempre fala desse documentário... estou querendo ver. Já o Metallica... Na boa, estou meio saturado da imagem dos caras (o som ainda continua bom), mas eu já não aguento mais banda fazendo caras e bocas... ainda mais num documentário meio "big-brother"... isso já é de mais para mim... Lacaio que curte muito esse documentário... eu tô fora!!!!
preconceito rula!!! eheheheheh
quando vi o filme do Metallica, confesso que fiquei bem impactado. Quando vi o dos Ramones, o Metallica foi pro lixo por conta do que eu escrevi aí no post. Eles (Metallica) querem lucrar com tudo, deixam claro isso no seu filme - que também quer lucrarcom sua própria desgraça (?).
Eu realmente me surpreendi com o documentário dos Ramones, pois tinha tudo para ser um lance dramático em excesso. Já o Metallica caiu no meu conceito definitivamente quanto à atitude da banda. O som, por mais que eles tentem ir na onda do lucro exorbitante, sempre terá um selo de qualidade absurdo.
Qualé Vaca, vai no site www.Whiplash.com.br que tem uma história muito bacana e bem contada sobre o Metallica de quando eles nem eram uma banda ainda(quer dizer, acho que eles já eram o Leather Charm, puta que nome escroto!)até o lançamento do Kill'Em All. O trabalho de pesquisa do cara que escreveu foi foda! Vale a pena conferir. Achei muito mais interessante do que o Some Kind... he,he!!!
Lemmy
Lemmy, eu li o texto e realmente é bem mais interessante que o teatrinho do Some Kind..., com certeza, hehehehehe...
oi. cadê meu comentário que tava aqui? pô, só porque eu disse que Ramones e Metalica são ruins pra caramba, pô? Cê é metaleiro?
o prazo de validade de "metaleiro" para mim enferrujou!
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